LX - Encontro marcado

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— Por mais que ficar com você e te sentir seja a melhor coisa do mundo, não quero te causar problemas.

— Você nunca me causou problema algum. Sinto tanto por te que deixá-la e ainda mais daquele jeito.

— Lucas, eu... sinto muito pelo o que eu disse no Monte Tam. – Diana olhou para baixo, evitando contato visual comigo. – Sei que você não tem escolha. E se tivesse... ficaria aqui, comigo.

— Está tudo bem. Eu escolhi onde quero estar – levantei o queixo dela e a fiz olhar nos meus olhos – e é bem aqui.

— Acho que nós não devíamos...

— Shiii... só estou seguindo o conselho de Deus, te amando enquanto posso.

Então eu a beijei. Não estava ligando se ia ser atirado ao Inferno, se ia ser banido ou se ia perder as minhas asas novamente. Não estava nem ai para coisa nenhuma. Só queria ficar com ela.
A beijei com ainda mais desejo, com ainda mais calor. O mesmo calor que sentia no peito quando a via sorrir.
Desviei meus lábios para o pescoço dela a fazendo arfar. Ela segurou meus braços com força, enquanto enclinava ainda mais o pescoço. Voltei finalmente a beijar a boca dela e assim que isso aconteceu, eu a peguei no colo e a levei para o quarto. E juntos nos nos amamos mais uma vez.

***

— Você tem mesmo que ir agora? – Diana estava deitada sob meu peito.

Ainda era noite e uma brisa suave entrava pela janela do quarto.

— Tenho. – Falei fazendo carinho no cabelo dela. – Mas eu vou voltar. Venho vê-la sempre que puder.

— Mas e as ordens que você recebeu?

— Nunca segui nenhuma ordem de meu pai. E com certeza essa não vai ser a primeira.

— E se Deus descobrir? Afinal ele é Deus.

— Nem mesmo Deus sabe todas coisas. Palavras dele. – Acrescentei com um sorriso. – E mesmo assim, Gabriel vai nos ajudar. Ele sempre ajuda.

— Então vai ser assim? – Ela levantou a cabeça do meu peito e me olhou – vamos namorar as escondidas? Como adolescentes?

— Como adolescentes apaixonados. – Corrigi. – Vem cá.

Ela se aproximou nós nos beijamos mais uma vez.
O quarto escuro, a brisa suave balançando as cortinas, as estrelas brilhando no céu... tudo estava perfeito. Até eu ouvir a voz de Gabriel na minha cabeça.

Lucas? Lucas! O recreio acabou. Está na hora de voltar.

Só mais uma hora e eu vou, juro.

Você não tem uma hora. Deus quer falar com você.

O que ele quer dessa vez?

Eu não sei. Mas é melhor você vir. E rápido.

Tudo bem, já estou indo.”

— Diana?

— O que? – Ela me olhou nos olhos – Ah não, você já tem que ir?

— Infelizmente.

Me levantei da cama e comecei a me vestir. Quando eu me virei de costas para ela e ameacei andar, Diana segurou meu braço.

— Promete que volta?

— Eu sempre vou voltar.

— Em uma semana na floricultura. 8hrs da manhã. Promete?

— É claro. Bom, talvez não a parte dás 8hrs da manhã. – Sorri.

— Não se atrase. Ou eu mato você.

— Que mentira – lhe dei um selinho – você não vive sem mim.

Dei um beijo de despedida nela e antes de sair a olhei. Não queria deixá-la mais uma vez, mas era obrigado. Andei em direção a porta e com muito custo, voltei para o Céu.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora