LXVI - Que tal se eu fizer merda?

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— O que você acha? – Perguntou Diana aparecendo do meu lado.

— Eu gostei. Ficou muito bom.

— Que bom que gostou, eu fiz para me lembrar de....

— Lucas! – Disse Dyllan. – Cara, como é bom te ver. Achei que você tivesse voltado para... você sabe, para lá. – Ele apontou para o céu.

— É bom te ver também. – Sorri.

— Então, você não voltou?

— Voltei mas...

— Então como você está aqui? – Perguntou claramente confuso.

— Dyllan, vai atender o caixa. – Diana apontou na direção da porta da loja. – Você disse que queria um salário, mas só vai receber um se trabalhar. Vai!

— Cara, achei que você fosse chata sendo irmã mais velha, mas como chefe você se supera.

— Que gracinha, – ela sorriu ironicamente – agora vai.
Dyllan apertou minha mão e foi para dentro da floricultura resmungando algo sobre ele querer ser o irmão mais velho por apenas um dia.

— Você pega pesado demais com ele. – Sorri.

— O que? Lucas preocupado com o bem estar de um humano? Ai meu Deus, o inferno congelou! – Ela riu.

— Besta.

— Babaca.

— Ei, babaca não! – Protestei.

—  Vem anjinho, vamos dar uma volta.

***

Eu e Diana resolvemos ir para o parque em que nos conhecemos. O Sutro Heights Park. O lugar era lindo a luz do dia. Era bem arborizado e tinha uma parte que tinha um daqueles binóculos que você põe ¢50 cents e consegue ver qualquer lugar por uma hora. Esse tinha visão para a baía de São Francisco.
Eu e Diana nos sentamos no muro perto do binóculo e olhamos o mar lá em baixo.

— Como está lá?

— Não sei dizer. Mas lá não é mais o meu lugar.

O mar refletia a luz do sol e quebrava nas pedras abaixo de nós.

— E onde é seu lugar então?

— Você acreditaria se eu dissesse?

— Hum... me convença. – Disse ela sorrindo.

— Na Terra, com os humanos. Com você.

— Só não entendo o porque não podemos ficar juntos. – Diana olhou para o mar em busca de respostas.

— Por causa do nosso futuro.

— Perdão? – Seus olhos castanhos se voltaram para mim.

Contei a ela minhas brigas e conversas com meu pai, Gabriel, as visões de Lauriel e sobre o futuro Nefilim que poderia destruir o Inferno ou soltá-lo sobre a terra.
Diana colocou a mão sobre a barriga e respirou fundo.

— Nós... nós vamos ter um filho?

— Se a visão de Lauriel estiver certa, sim.

— Puta...

— Merda. É, também pensei isso.

— O que vamos fazer?

— Criá-lo e torcer para que esteja do lado certo. Caso contrário teremos que...

— Por Deus, não termine.

— Obrigá-lo a estar do lado certo. – Sorri. – Era isso que eu ia dizer.

— Achei que você tinha perdido o juízo por um momento. –Ela respirou aliviada.

— Nunca tive juízo.

— Lucas! – Ela riu.

— O que? – Ri junto com ela.

Me aproximei de Diana e a beijei. A sensação era tão boa, era tão bom estar com ela nos meus braços mais uma vez que só me afastei dela minutos depois para recuperar o fôlego.
Segurei a mão dela.

— Vamos resolver isso, ta bom? Eu prometo.

— Ta bom. Mas tenho que dizer uma coisa para você.

— O que?

Diana colocou a mão sobre a barriga e olhou para mim. Por um momento me passou pela cabeça que ela estava grávida e só de pensar na hipótese, meu coração quis saltar do peito.

— Você está...?

— Com fome? Muita. – Ela riu. – Mas não era isso que eu ia dizer.

— Quase me fez ter um infarto e anjos nem tem isso. – Sorri, embora devo admitir que me senti um vazio, porque queria que fosse verdade. – O que você ia dizer?

—  Você está atrasado.

— É agora que você me mata? – Me levantei e puxei Diana junto.

— Está duvidando?

Olhei para trás de mim como se ela estivesse falando com outra pessoa.

— Está falando comigo? – Perguntei rindo.

— O que você acha?

— Acho que você poderia me beijar ao invés de me matar.

— Hum... é uma proposta tentadora, General. – Ela riu.

— Que tal se eu fizer... – um feixe de luz azul rompeu o céu atrás de Diana. – Merda!

— Se você fizer merda? Que espécie de proposta é essa? – Ela olhou por cima do ombro e fechou os olhos por um segundo. – Merda!

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora