LV - Você sabe as regras

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Ouvir a voz dela, mesmo que me insultando, era melhor que música para os meus ouvidos. Sorri agradecendo a tudo que vinha a minha mente. Até ao inventor do x-burguer eu agradeci.
Ajudei Diana a sair de dentro da fonte e se sentar na beirada. Não sei se era o brilho da fonte mas... ela estava linda. Os olhos castanhos brilhando a luz prateada do luar refletindo a água, o sorriso largo estampado em seu rosto... eu poderia ficar aqui por horas dizendo o quanto ela estava linda e ainda não seria o suficiente.

— Como se sente? – Segurei a mão dela.

— Viva!

— Isso é bom, ótimo na verdade. – Sorri.

— Onde... que lugar é esse? – Diana passou os olhos ao redor e logo depois os repousou seu olhar para mim. – Ai meu Deus! Não me diga que...

— É, bem-vinda ao Céu.

— Meu Deus, é lindo!

— Digo a ele que gostou. Vamos, precisamos ir.

Me levantei do chão e ajudei Diana a se levantar da beirada da fonte. Quando me virei para a multidão de anjos,  Miguel estava a frente dela com a espada de montaria em punho. Coloquei Diana para trás de mim e desembainhei Mortalha.

— Você sabe as regras General. Sem humanos em território celeste.

— Cara, eu matei dois Arcanjos com o intervalo de um dia entre um e outro. Não estou a fim de matar mais um, mas posso fazer uma excessão para você.

— Insolente...

— Seu merda...

— Tudo bem já chega os dois. – Disse uma voz familiar mas não tirei os olhos de Miguel. – Abaixem as armas. Miguel...

Miguel respirou fundo e revirou os olhos como se já tivesse recebido essa ordem milhares de vezes. Logo em seguida guardou a espada.

— Lucas...

Relutante, embainhei Mortalha com os olhos ainda faiscando de ódio.

— Você sabe as regras, não sabe?

— Sim, pai, eu sei mas...

— Pai? – Sussurrou Diana tentando enxergar o que estava acontecendo mas seus 1,63 metros de altura e minhas asas a impediram.

— Então porque você não as segue?

— Pai eu...

— Foi imprudente da sua parte e você sabe. Leve Diana de volta para a Terra. Conversaremos depois. O resto de vocês volte para seus postos e afazeres.

— Pai eu só a trouxe aqui porque precisava...

— Não quero explicações agora, Lucas. Pelo menos uma vez na vida, faça o que eu estou mandando. Vá!

Deus apontou para um ponto no chão feito de nuvens e um buraco com uma luz azul brilhando nas bordas surgiu, dando vislumbre de São Francisco.
Assenti para meu pai acatando sua ordem e me virei para Diana lhe dando visão ao que estava acontecendo. Ela arregalou os olhos quando viu Deus e então olhou para mim e franziu as sobrancelhas.

— Vocês não se parecem.

— Amém!

— Lucas, o que...

— Precisamos ir. Te explico depois, prometo.

Tomei Diana nos braços mais uma vez e pulei no pequeno portal – aos gritinhos abafados de Diana – recentemente aberto no chão.

Anjo MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora