Cap 42. Tempestade.

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*Samantha.*

  Já era de noite e eu estava inquieta, caminhando de um lado a outro da sala de estar do apartamento... Fazia mais de quatro horas que eu estava em casa e nada de Heloísa aparecer pela porta de madeira da entrada... Será que ela estava bem? Será que ela só tinha decidido passar a noite fora? Nenhuma notícia, nada...

  Eu estava quase me servindo com um copo de whisky, quando eu ouvi o barulho das chaves na fechadura.

  - Meu Deus Holoísa, você está encharcada! – Eu exclamei ao ver a imagem de minha irmã postiça.

  - Acontece. – Ela falou sorrindo.

  - Você está gelada... Melhor, você ir tomar um banho, antes que fique doente. Você está com fome? – Eu disse tocando-lhe o rosto de leve.

  - Não, eu estou bem.

  - Você precisa comer alguma coisa quente... Eu vou preparar uma sopa... É isso, você vai tomar banho, vai vestir um pijama quente e eu vou preparar algo para você comer.

  - Samantha, calma eu estou bem. – Lica falou, mas foi traída por um espirro.

  - Direto para o banho mocinha! E você vai comer a sopa. – Falei em tom sério.

  Enquanto Heloísa tirava as roupas molhadas e tomava uma ducha quente, eu preparei uma sopa de legumes rápida, eu fiz algumas torradas e servi um cálice pequeno com vinho do porto, isso deveria aquecê-la por dentro.

  Minha meia irmã entrou na cozinha e se sentou à mesa.

  - Aqui, bebe isso. Sua sopa está quase pronta... Eu sabia que você não deveria ter voltado de moto.

  - Foi só uma chuva, tá tudo bem.

  - Não, não tá. Se você não tivesse abdicado do seu lugar no meu carro, você não teria chegado aqui molhada daquele jeito... Por quanto tempo você ficou de baixo de chuva?

  - Uma hora.

  - Mentira, está chovendo há pelo menos umas três horas.

  - Ok... Umas horas.

  - Depois de comer é melhor você ir descansar... Eu não quero que você fique doente.

  - Eu não vou ficar.

  - Aqui, sua sopa.

  - Obrigada.

  -De nada.

  Heloísa se alimentou, depois foi se deitar e eu fiz o mesmo, pois aquele dia tinha sido longo demais.

***

  Eu despertei angustiada e com uma sensação estranha... Algo não estava bem e eu podia sentir... Eu vesti o meu Kimono e segui apressada para o quarto de Lica.

  Minha meia irmã estava tossindo sem parar, ela parecia estar sufocando com a crise.

  - Heloísa calma, eu estou aqui. – Eu falei me sentando a cama e apoiando o corpo dela contra o meu, fazendo-a se levantar um pouco e assim, acalmando sua tosse.

  - Obrigada. – Lica falou me olhando nos olhos.

  - Você está ardendo em febre. - Eu disse tocando-lhe a testa.

  - Eu estou com frio.

  - Eu sei, eu vou buscar um termômetro e um antitérmico. Enquanto isso, você precisa ficar encostada no travesseiro, não queremos correr o risco da sua crise de tosse voltar. Ok?

  - Ok.

  Eu fui até o armário de remédios que costumava ser de minha mãe e peguei todo o kit de gripe que ela tinha. Minha mãe tinha sido uma mulher prevenida e em sua juventude, ela tinha cursado medicina e por sorte, alguns procedimentos simples ela havia me ensinado.

  Eu voltei para o quarto e coloquei o termômetro para medir a temperatura de minha irmã postiça.

  - Ok, 40° graus de febre, isso é muita coisa... Sua blusa está muito molhada... Nós vamos fazer o seguinte: você vai tomar o antitérmico e uma ducha morna... Eu vou preparar um chá para o seu estomago que vai precisar receber alguns analgésicos para gripe. Depois você vai tentar descansar um pouco, enquanto eu vou monitorando a sua temperatura e se você não melhorar, nós iremos ao hospital. Certo? Ah, eu não aceito não como resposta.

  - Certo, doutora.

  - Ótimo. Agora vai, você precisa de ajuda com a ducha?

  - Não, tá tudo bem, eu dou conta.

  - Certo. Temperatura morna, ouviu?!

  -Pode deixar... Obrigada Sammy.

  - De nada.

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