*Samantha.*
Eu acordei mais cedo naquela manhã, tomei banho, me vesti, preparei uma xícara de café e tudo estava bem até que eu ouvi o meu celular tocar com um número desconhecido a me chamar.
- Alô.
- Senhorita Lambertini.
- Isso, pode falar.
- Aqui é do Hospital Central e nós lamentamos informar que sua mãe Lílian Lambertini faleceu nesta madrugada. Nós fizemos o possível, mas ela não resistiu. Seu padrasto Edgar Gutierrez também faleceu, ele morreu no local do acidente. Nós lamentamos sua perda, mas precisamos que a senhorita venha ao hospital para assinar a documentação de liberação dos corpos.
- Entendo... Vocês já entraram em contato com a filha do Edgar?
- Ainda estamos tentando localizá-la.
- É... Como foi que isso aconteceu?
- De acordo com o resgate, seu padrasto e sua mãe estavam voltando de uma festa quando sofreram um acidente de carro... A análise dos corpos apontou que eles estavam levemente alcoolizados.
- Mais alguém se feriu?
- Não senhorita, segundo a perícia, o carro saiu da pista e se chocou a uma árvore que caiu.
- Menos mal... Eu já vou então para aí.
- Ok, estamos aguardando.
- Obrigada por avisar.
Eu desliguei o celular e ainda meio atônita, eu comecei a chorar e me lembrei da última vez que vi minha mãe com vida e o Edgar... Eu andei até o quarto de Clara e pedi para ela me acompanhar até o Hospital.
***
*Lica.*
O meu celular não parava de tocar e a minha cabeça parecia que ia estourar, eu não devia ter bebido tanto na noite passada. Eu levantei ainda meio embriagada e olhei para o lado vendo uma ruiva completamente pelada deitada em minha cama. Uau... Eu precisava me lembrar da regra número um: nunca deixar alguém ficar para o café da manhã, principalmente mulheres, porque elas costumam se apegar e eu tinha quase certeza de que aquele maldito telefonema devia ser de alguma menina tentando me encontrar.
Eu levantei da cama, coloquei uma camiseta e resolvi atender aquele maldito celular que insistia em tocar, ele já devia ter tocado por pelo menos umas dez vezes... Nota mental: trocar de número de celular, antes que eu o jogasse na parede para fazê-lo se calar.
- Alô. – Falei com mau humor.
- Senhorita Gutierrez?
- Sim.
- Aqui é do Hospital Central.
- Foi mal, mas eu não estou interessada em doar quantia nenhuma, por favor, parem de ligar. Meu pai tem dinheiro, eu não!
- Lamentamos informar, mas o seu pai faleceu nesta madrugada.
- O quê?! – Perguntei completamente chocada.
- Nós lamentamos informar, mas ele não chegou com vida ao hospital, na verdade, ele morreu no local.
- Local?
- Acidente de carro, senhorita.
- Hum.
- Sua madrasta Lílian Lambertini Gutierrez também faleceu, nós fizemos o possível para salvá-la, mas ela não resistiu.
- Entendo. O que vocês precisam que eu faça?
- Precisamos que você assine a liberação dos corpos.
- Ok, eu vou assim que puder.
- Desculpe a insistência, mas esse assunto é de extrema urgência.
- Ok, eu entendi, agora eu preciso ir.
- Compreendemos senhorita, tenha um bom dia.
Bom dia?! Era sério isso?! Meu pai se explodiu com a esposa dele, eu estava de ressaca e com uma ruiva gata pelada na minha cama que eu teria de dispensar o mais rápido possível e eles estavam me desejando um bom dia...
Eu fui até o quarto e vesti a primeira roupa que eu achei, depois acordei a ruiva de quem eu nem lembrava o nome e a dispensei. Ascendi um cigarro, fumei e depois de tomar um café solúvel nojento, peguei a minha moto e fui até o hospital.
Assim que eu entrei, eu pude sentir que nada iria ficar bem, porque uma atendente meio sonsa olhou para mim e eu pude ver o prazer no rosto dela ao me informar que eu já não era mais necessária ali, pois os corpos já tinham sido liberados há uma hora atrás e quando eu olhei a assinatura no documento, eu me dei conta de quem havia estado ali. Nada mais e nada a menos do que minha meia irmãzinha Samantha Lambertini.
- Por acaso, minha querida irmãzinha deixou algum telefone de contato?
- Não senhorita, mas ela deixou um bilhete com o nome do cemitério aonde acontecerá o funeral e o enterro, também deixou os horários.
- Obrigada. – Agradeci sem vontade alguma de permanecer naquela sala por mais cinco minutos.
A atendente me estendeu o papel com as informações e com um sorriso sádico nos lábios me disse:
- Tenha uma boa tarde!
- Obrigada. – Respondi e saí o mais rápido que consegui daquela sala.
Era isso, minha irmãzinha já tinha resolvido tudo o que precisava ser resolvido sem mim e de certa forma isso não era algo ruim, já que eu só queria acabar o mais rápido possível com essa situação desagradável de funeral e enterro.
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O Apartamento-Limantha.
RomanceO que você faria se estivesse preso a uma situação com alguém que você não suporta por causa de um contrato inquebrável? Samantha Lambertini e Heloísa Gutierrez se encontram exatamente assim! Tudo começou quando as duas meninas ainda eram adole...