Cap 49. Certo e errado... Complicado.

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*Samantha.*

  - Sam o filme acabou, acorda. – Lica falou acariciando meu rosto de leve.

  - Hum... Já levanto, me dá dois minutos. – Eu disse sonolenta.

  - Relaxa. – Ela rebateu enquanto acariciava meus braços.

  - Nossa... Quanto tempo eu dormi? – Perguntei me levantado do colo de minha meia irmã que me encarava em silêncio.

  - Quase o filme inteiro.

  - Uau, isso é muito... Desculpa, acabei dormindo no seu colo. – Falei me sentindo um pouco constrangida.

  - Tá de boa, relaxa. O que me surpreendeu foi o fato de você conseguir dormir no meio da barulheira das brigas de canhões de "Piratas do caribe".

  - Acho que eu estava cansada...

  - Então é melhor irmos dormir. – Ela disse sorrindo para mim.

  - Você tem razão.

  - Boa noite.

  - Boa noite. – Eu falei me inclinando para beijar-lhe a bochecha, mas ela acabou virando e nossos lábios se tocaram inocentes.

  - Er.. Desculpa... Dorme bem. – Lica se apressou em dizer assim que nos separamos.

  - Você também.

  Eu saí da sala rapidamente e me dirigi ao meu quarto antes que a situação ficasse ainda mais estranha do que já estava.

  Ok, agora eu estava acordada, muito acordada, era como se os lábios de Lica transmitissem eletricidade ao se roçarem aos meus. Deus, o que estava acontecendo comigo? Eu queria beija-la de novo, eu queria muito.

  Inquieta, eu peguei o meu caderno de pensamentos e comecei a escrever, talvez assim, eu conseguisse acalmar minha mente ruidosa e conseguisse finalmente um pouco de paz para tentar dormir novamente.

***

  Lica...

  Cabelos despontados, lábios rosados, olhos castanhos que brilhavam quando algo interessante lhe invadia a mente criativa... Hum... Pele macia e branquinha, corpo esbelto e dedos macios... Explosiva demais, inteligente, intensa... Apaixonante.

  Então era isso? Eu estava me apaixonando? Não, talvez fosse a apenas admiração... Você me faz sentir como seu eu estivesse mais viva... Gosto do que eu sou quando estou com você...

  Eu gosto da sua imagem bagunçada ao levar o cigarro à boca, das palavras debochadas que usa quando não estamos brigando. Gosto do seu humor ácido, da sua falta de pudor em apenas jogar as suas verdades na cara.

  Quando foi que você parou de me irritar, me fazendo apenas sentir saudades? Saudades de quem eu era, saudades de algo que eu nem sabia que podia sentir saudade...

  Livre, você me ensinou o sentido de liberdade, mas é meio louco pensar, porque agora que eu me vejo livre, eu me sinto presa, limitada... Não foi pelo sexo... Acho que foi pela intimidade, pela falta de julgamentos... Foi por deixar rolar.

  Eu sinto sua falta agora, falta dos seus braços, da sua pele, das suas mãos, falta da inquietude tranquila de saber que não precisamos pensar no que é certo ou errado, falta do que podemos fazer quando estamos juntas... Eu sinto falta do seu cheiro, da sua voz rouca gemendo ao meu ouvido...

  Eu não consigo dormir e eu não consigo, porque eu sei que você está no quarto ao lado... Eu não consigo dormir, porque o que eu queria estar fazendo agora me parece extremamente complicado... Extremamente errado.

  (Sobre o que me parece certo ser tão complicado e tão errado... Insônia).

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