Bad Boy // Larry

°• Quarenta e sete •°

Louis narrando

– Eu entendo que você esteja precisando. – Eu começo a falar com a voz baixa. – Sei também que tirar sua mãe da cadeia é um dos seus maiores desejos, mas será que vale a pena, Harry? – pergunto o encarando. 

– Eu não tenho nada a perder fazendo isso, e sim, eu acho que vale a pena, minha mãe voltará a ser livre. – Harry disse.

– E quando ela ficar sabendo de tudo, Harry? Do porquê de você ter sido preso, o que fazia enquanto ela estava lá dentro.

– Ela irá entender, eu tenho certeza, todas as coisas que eu fiz foi só para tirá-la de lá.

– E adiantou? Você lutou tanto para tirá-la de lá que foi preso e agora está indo vender drogas confiando em uma promessa que você nem sabe se é verdadeira. – Digo.

– Ele tirou os meninos de lá, então eu certeza que ele também irá tirar minha mãe.

– Harry, a vontade de tirar sua mãe da cadeia não te deixa enxergar que ele não quer nada além de te obrigar a fazer o trabalho sujo por ele.

Encosto minha cabeça na janela e começo a encarar tudo que passava.

– Olha, eu já tentei demais tirar ela da cadeia, já assaltei muito, mas agora que eu posso tirar ela de lá sem precisar de todo aquele dinheiro que eu precisava, eu não irei deixar essa chance passar. – Harry falou convicto.

Ele para o carro e desce do mesmo. Um homem de capuz se aproxima dele e pega as drogas. O homem entrega uma mochila ao Harry e o mesmo volta para o carro.

– Então é assim que vende drogas? – indaguei.

– Às vezes sim, mas relaxa que ele não te viu. – Harry diz.

– Ótimo.

Ele deu partida e nós ficamos em silêncio por um bom tempo.

– Por que você não me perdoa? Ainda gosta de mim, não é? E você sabe tudo agora, eu não entendo o porquê de não querer esquecer isso. – Falou Harry.

– Porque eu estava acreditando em você, e se fosse ao contrário, Harry? E se eu tivesse feito tudo isso com você?

– Eu não sei o que eu faria.

– Está dizendo isso para não admitir que faria o mesmo que eu. – Eu bufei.

O Harry para o carro em frente a minha casa e nós descemos do mesmo.

– Olha, você sabe que pode me ligar a hora que quiser se precisar, não é? – Ele diz e eu assinto. – Seus pais estão em casa?  

– Sim, eles estão de folga hoje.

– Mas você tem certeza que eles não irão sair?

– Tenho e é melhor você ir antes que te vejam por aqui. – Falei.

– Ok, mas me liga se estiver com problemas.

– Tudo bem.

– Tchau. – Harry deu um sorriso mínimo.

– Tchau.

Entro em casa e Fizzy está sentada no sofá.

– O que foi? – Ela pergunta se ajeitando no sofá. 

– Nada, só o vizinho que é um saco.

– Ele ainda quer namorar com você?

– Sim, mas eu não quero, eu acho que isso não entra na cabeça dele. – Eu reviro os olhos.

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