Capítulo 13

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A sede da Fazenda de Victor não era uma casinha de sapê, mas também não era nada parecida com a de DIgão. Era bem menor e aconchegante, com jeito de casa de campo. As paredes eram pintadas em tom de tijolo, as janelas e o piso eram de madeira e o telhado caía além da varanda que a cercava.

- Seja bem vinda! - Victor abriu a porta pra eu entrar e não se preocupou em fechá-la ao passar. - Volto em um minuto. - Ele disse antes de sumir por um corredor escuro.

Eu estava explodindo de ansiedade, eu queria muito estar ali com ele, mas quando me vi ali sozinha meu cérebro começou a girar. Esse era o problema de parar pra pensar, as dúvidas voltavam a me incomodar e eu não queria que nada atrapalhasse aquele momento. Já tinha decido estar com ele por aquela noite, aproveitar o momento e viver aquela aventura, mesmo que a minha consciência estivesse gritando que não era só isso que eu queria.

- Mudou de ideia? - Victor me abraçou pelas costas e apoiou o queixo no meu ombro provavelmente notando meu corpo tenso.

Eu respirei fundo e me virei sem sair do abraço dele, passei minhas mãos por trás de seu pescoço e fiquei em pontas para poder falar bem próxima ao seu ouvido.

- Jamais. - Respondi usando o mesmo tom que ele usara no carro.

O sorriso vitorioso, quase arrogante, que surgiu nos lábios finos fizeram meu corpo arrepiar e Victor, como bom observador que era, não deixou passar em branco.

- Esse arrepio todo, sou eu ou você está com frio? - Ele implicou passando o rosto no meu braço, onde meus pelos estavam eriçados me causando mais um arrepio que fez meu corpo tremer.

- Frio. - Eu menti pra implicar com ele.

- Mentirosa. - Victor desdenhou tocando a ponta do meu nariz com os lábios.

Eu sorria feliz, não era do tipo implicante e grudenta, achava bobo e infantil... Bem, achava, porque não conseguia deixar de brincar assim com ele e estava adorando aquilo. Aquele dia estava sendo surpreendente e eu já pagara minha língua algumas vezes.

Victor caminhou comigo entre os braços até encostar meu corpo contra o balcão de alvenaria num dos cantos da sala. Me levantou como se eu nada pesasse, me sentou no balcão, se encaixou entre as minhas pernas e me beijou com carinho. Ao menos no começo, por que logo estávamos nos beijando intensamente e nossas mãos corriam livres pelo corpo um do outro.

- Achei que você preferia uma cama macia, velhinho! - Impliquei quando ele puxou meu corpo com força contra o dele e roçou o prazer dele contra o meu.

Victor explodiu numa gargalhada gostosa e me olhou com carinha de criança que foi pega fazendo arte.

- Eu prefiro, moça, mas você me tira o controle. - Victor falou quando recuperou o fôlego da gargalhada. Segurou meu rosto entre as mãos e me olhou de forma autoritária. - Pra cama! - Eu balancei a cabeça concordando entre risadas. - Mas antes...

Victor se afastou e pegou um dos meus pés, desfazendo o laço da minha botina e a tirando, trocou de pé e repetiu o gesto. Eu o olhava deliciada, era quase solene a forma dele de me tirar os sapatos. Assim que meus pés ficaram livres ele segurou minha cintura e me puxou do balcão me pondo de  pé, correu meu corpo com um olhar brejeiro e desceu as mãos até encontrar a barra do meu vestido. Procurou meus olhos e assim que os encontrou deslizou a mão no sentindo inverso, trazendo meu vestido junto com o movimento, até o tirá-lo totalmente. Eu respirava forte ansiando pelo próximo movimento dele. O vestido foi deixado em cima do balcão e ele voltou a se concentrar em mim.

Eu não tinha mais vinte anos e meu corpo certamente não era o mais perfeito que ele já avistara, mas eu gostava dele, gostava das minhas curvas, da barriga levemente protuberante, das coxas roliças e dos meus seios fartos. Nunca tive vergonha do meu corpo.

Amanhecer em CançãoOnde histórias criam vida. Descubra agora