- Sua amiga?
Eu encolhi os ombros em resposta, mas mantive minha atenção no carro, assim como o Policial. A porta abriu e uma Gi com uma cara bem brava veio na minha direção em passos largos.
- Você tem noção do susto que nos deu? - Ela cruzara os braços no peito em forma de indignação. - Sair daquele jeito já foi uma loucura, agora não atender o celular? Não responder? A gente tá a mais de uma hora atrás de você. Ao menos eu estou.
- Desculpe, de verdade, eu não sei o que me deu... - Minha voz embargou e imediatamente Gi desfez os braços e me abraçou.
- Ai, amiga, que susto! - Ela me apertava com força nos braços. - Tá todo mundo preocupado.
- Desculpa mesmo. De verdade. - Minha voz era um fio.
- Hum hum. - O policial pigarreou chamando nossa atenção.
- Gi, esse é o policial bonzinho que me encontrou e que... - Eu ia dizer que ele havia me trazido de volta a terra, mas ao olha-lo com aquela expressão séria de novo, mudei de ideia. - cuidou de mim.
- Cabo Machado! - O policial esticou a mão para Gi que imediatamente a pegou.
- Obrigada, cabo Machado! - Gi sorria em contraponto com o olhar sério dele. - Por proteger a minha amiga.
- Sua amiga estava andando perdida pela rua, não parecia nada bem. - Ele informou a Gi e eu fiz uma careta.
- Ela não é dada a esse tipo de rompante, mas hoje aconteceu algo que ... - Gi me olhou e eu sacudi a cabeça bem de leve, impedindo-a de continuar. - Enfim, aconteceu algo que a tirou do prumo, mas eu já estou aqui e, se o senhor não se importar, eu vou levá-la comigo.
- Claro. Cuide bem dela, me parece ser uma pessoa de bem, mas sua cabeça não parecia estar no lugar certo. - O policial disse para Gi, ignorando minha presença ali.
- E não estava mesmo. - Gi respondeu rindo. - Obrigada mesmo, de novo.
- Obrigada, Cabo Machado e me desculpe de novo, não quis preocupa-lo. - Estendi a mão mais uma vez e ele apertou a minha. - O senhor foi um anjo.
- Se cuide, senhora! E cuidado com essas perdas de prumo, por favor. - O policial apontou pro carro nos mandando embora e nós nos afastamos abraçadas.
- De quem é esse carro, Gi? - Perguntei mesmo tendo quase certeza da resposta.
- Do Victor. - Gi respondeu direta e eu travei.
- Victor tá no carro? - Eu não tinha muita certeza se conseguiria encará-lo naquele momento.
- Não. - Gi esfregou a mão nas minhas costas me acalmando. - O show tinha acabado a pouco, ele queria vir, mas não deixei. - Um suspiro de alívio escapou de meus lábios. - Ele pediu pra alguém da equipe vir comigo, já que eu não dirijo.
- Você trouxe minhas coisas? - Gi assentiu. - Eu não quero ir para o teatro, Gi, acho que já foi emoção demais por um dia.
- Tudo bem! - Gi concordou enquanto abria a porta do carro pra eu entrar. - Victor imaginou que você não quisesse vê-lo depois que você saiu correndo, né? - Eu balancei a cabeça concordando e entrei me acomodando no banco de trás. - Léo você se importa que eu vá atrás com a Lan? - O homem que estava na direção virou o rosto e balançou a cabeça negativamente. - Obrigada, Léo. - Gi se acomodou ao meu lado e falou para o Léo. - Você nos deixa então no hotel?
- Claro! - Léo respondeu e logo depois me olhou. - Espero que esteja tudo bem. - Falou de uma forma doce.
- Sim, obrigada. Desculpe o trabalho. - Respondi um tanto sem graça.
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Amanhecer em Canção
RomansAlana é uma mulher independente e completamente dona do próprio nariz. Aos 38 anos, separada e com dois filhos já encaminhados, nada lhe escapa ao controle. Mantém sua vida sob total vigilância para que nada aconteça de forma diferente do que ela pl...