Duas horas depois finalmente chegamos ao shopping. Não consegui conter um mais um bocejo, a combinação álcool, pouco sono, sexo e mais sexo estavam fazendo efeito.
- O que vamos comprar afinal? - Victor perguntou enquanto estacionava o carro no shopping.
Não dava pra demorar muito, Victor tinha confirmado um almoço com Zé Otávio e Digão. Passamos antes no hotel dele pra ele poder trocar de roupa e, uma coisa levou a outra, acabamos demorando mais do que previsto. Eu havia pesquisado no celular uma loja de departamentos e uma farmácia, onde acharia o que precisava.
- Nada demais, duas blusas, dois pares de meias, duas calcinhas, um soutien, escova de dente, pasta, shampoo... - Eu sabia que faltava alguma coisa. - Ahhh! E uma camiseta pra eu dormir.
- Ok! - Victor desceu do carro e eu também o fiz. - Você é quem guia.
Antes de chegarmos à porta que separava o estacionamento da área de lojas eu já reparara em alguns olhares em nossa direção, mas não me atinei o motivo. Olhei primeiro para Victor e depois para meu reflexo no vidro da porta, tudo parecia normal.
Victor parecia não notar os olhares, então achei que era algo da minha cabeça, apontei pra direção que o mapa do piso indicava ser da loja e começamos a andar. Victor passou a mão pelos meus ombros e eu automaticamente o abracei pela cintura.
Agora eu tinha certeza que as pessoas nos olhavam.
- Victor, as pessoas estão nos olhando de forma engraçada ou eu estou ficando louca? - Perguntei assim que rompemos a porta da loja de departamentos.
- Devem estar olhando sim, mas eu já não reparo mais, você acaba se acostumando. - Ele disse sorrindo e beijando o topo da minha cabeça.
Me acostumando? Como assim me acostumando? Por que eu me acostumaria às pessoas me olhando com se eu fosse um ET... Ou uma celebridade.
- Merda! - Deixei escapar quando minha ficha caiu e Victor me olhou rindo.
- Tá tudo bem aí? - Eu assenti sem muita convicção. - Tem certeza? - Victor insistiu.
- Eu estava estranhando os olhares e, eu não tinha me tocado da razão. - Respondi meio sem jeito.
- Te incomoda? - Aquela ruga que surgia quando ele ficava preocupado apareceu e disfarcei sorrindo.
- Só to estranhando mesmo, não chega a ser um incomodo. - Disse me desfazendo do abraço dele e me aproximando de uma arara de blusas em promoção.
- Vou pegar as meias pra você! - Ele disse, mas ao invés de ir em busca das meias se aproximou e falou baixinho no meu ouvido. - E ass calcinhas.
- Victor! - Me virei rindo e dei de cara com ele fazendo uma cara safada.
- Por favor! - Ele implorou de um jeito engraçado.
- Não! - Falei séria e ele fez um bico. - Pega também uma camiseta de malha, lisa, uma bem grandona, pra eu dormir.
Victor assentiu e se afastou. Eu me concentrei nas blusinhas a minha frente. Não queria gastar muito, mas também não queria comprar algo que eu não fosse nunca mais usar. Quando finalmente escolhi as blusas, levantei os olhos e procurei por Victor pela loja, era fácil acha-lo devido a sua altura. Ele apontou para o caixa e eu apontei para o setor de lingeries. Victor ergueu duas pequenas peças, sorriu com um ar arteiro e apontou novamente para o caixa. Eu dei de ombros, não tinha muito mais o que fazer, e concordei rindo.
Como eu estava mais perto cheguei primeiro e a tempo de ouvir as duas clientes na minha frente conversando.
- Você viu quem está aqui? - A primeira perguntou ao que a outra negou com um movimento de cabeça. - O Victor Aster! Você sabe quem é, né?
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Amanhecer em Canção
RomanceAlana é uma mulher independente e completamente dona do próprio nariz. Aos 38 anos, separada e com dois filhos já encaminhados, nada lhe escapa ao controle. Mantém sua vida sob total vigilância para que nada aconteça de forma diferente do que ela pl...