Capítulo 52

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- Café! - Falei com um sorriso ao entrar na na sala. Apoiei a bandeja na mesa de centro e me sentei no braço da poltrona, ao lado de Victor. - Posso saber por que estão discutindo?

- Não é uma discussão. - Victor falou apoiando o braço em minhas pernas. - É um adiamento. - Ele completou sério.

- Não é o que parece. - Falei olhando para Victor de canto de olho.

- Estamos falando sobre a turnê da Europa. - Zé Otávio entregou e Victor o fuzilou com o olhar.

- Victor? - Me virei em sua direção tentando entender o que estava acontecendo.
O assunto turnê na Europa já havia sido falado diversas vezes, inclusive Marcelo havia me pedido para lembra Victor do assunto e quando eu o fizera ele entortara o rosto com clara insatisfação.

" - Já falamos pra Marcelo que estamos conversando sobre. - Victor cruzou os braços no peito e deu um forte suspiro. - Acho desagradável ele usar você para pressionar sobre o assunto.

- Ele não tá me usando. - Respondi arisca, reagindo ao jeito dele. - Estávamos falando sobre a turnê do Vox, ele estava me dando algumas dicas e uma coisa levou a outra.

- Se você diz! - Victor deu de ombros e começou a falar sobre qualquer outro assunto, desviando do tema."

Agora, refletindo com cuidado, toda vez que o assunto era citado Victor arrumava uma forma de desvia-lo.

- Ok. Já que você provavelmente vai mudar o assunto, como fez das outras vezes, precisarei apelar. - Victor virou o corpo na minha direção sem entender minha ideia.

Me levantei sentei em frente à Zé Otávio.

- Me conta, Zé. - Pedi carinhosa.

- Zé... - A voz de Victor soou como um alerta, mas, graças a Deus, Zé Otávio não era de se intimidar com pouco.

- Você tá enrolando a gente, o Marcelo e pelo visto sua mulher também. - Zé falou olhando para Victor de forma séria.

- Eu não estou enrolando ninguém. Eu já me decidi. Vocês dois é que ainda insistem nesse assunto. – Victor reclamou dando de ombros.

- Ok. Pra mim deu. - Levantei o coloquei as mãos no quadril. - Quem começa?

Digão e Zé Otávio se entreolharam e depois olharam para Victor.

- Eu acho que o melhor vocês conversarem os dois. - Digão se levantou e Zé o acompanhou no movimento.

- Obrigado! - Victor bufou e cruzou os braços, se dirigindo aos amigos de forma irônica.

- Lan, obrigado pelo café e os biscoitos, estavam deliciosos. - Zé Otávio me abraçou e falou baixinho no meu ouvido. - Pega leve com o caçula.

Eu ri do comentário dele.

Digão se aproximou e também me abraçou.

- Nós vemos amanhã? - Eu confirmei com um movimento de cabeça. - Leva esse cabeça dura também, se ele sobreviver a você, claro.

Victor bufou mais uma vez e falou em tom pouco amigável:

- Vão embora, pelo amor de Deus!

Os dois amigos caminharam em direção à saída, os braços pra cima como quem se exime de qualquer culpa.

Me virei para Victor, ele continuava de braços cruzadas e de cara amarrada.

- Vai me explicar? - Pedi com gentileza.

Victor deu de ombros e bufou mais uma vez, contrariado.

- Você sabe que eu sou capaz de te infernizar até você me explicar tudo bem explicadinho, né? - Victor apenas assentiu. - E como vai ser? - Perguntei controlando o riso. Ele parecia um menino pego fazendo arte.

Amanhecer em CançãoOnde histórias criam vida. Descubra agora