Capítulo 41

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- Achei que não voltariam mais. - Digão reclamou assim que chegamos ao hall dos camarins. - Aquele menino das fofocas já me fez tanta pergunta idiota que to até zonzo.

- Pode deixar, Digão. Vamos já já resolver isso. Obrigado pela paciência. - Victor falou sorrindo e abraçando o amigo.

- Meu Deus, aquelas duas do almoço, elas não são normais. - Zé Otávio se aproximara e agora era ele quem reclamava. - Parecem dois urubus brigando por carniça, acho que perguntaram para todos nessa sala sobre vocês. Gente chata!

Victor não conteve uma gargalhada e abraçou Zé Otávio também.

- Desculpe, nós fugimos para podermos apresentar nossas famílias sem eles por perto. - Eu falei sorrindo sem graça.

- Nesse caso foi por uma razão mais que louvável. - Digão agora também sorria. - Tudo bem por lá?

Eu assenti com um sorriso sincero e Digão deixou escapar um suspiro.

- Que bom! Fico feliz de verdade! - E dando dois tapinhas nas costas de Victor completou. - Mas agora, caro amigo, lhe deixarei sozinho com os urubus, porque minha paciência chegou ao fim.

- Nós os deixaremos! - Zé Otávio falou rindo e seguiu Digão.

- Somos só nós agora! - Victor levantou a mão e eu encaixei a minha na dele.

- Enquanto estiver do meu lado, vai ficar tudo bem! - Eu respondi sorrindo.

Claro que assim que nos avistaram ali o trio se aproximou. Fred, o Rei das Fofocas, se apresentou com um sorriso magoado, discursou sobre não ter sido ele a receber a declaração de Victor e sim seu maior concorrente, que teria tido o maior prazer em dar aquela notícia, mas que entendia...

- Que bom que você entende, Fred! - Victor sorriu educado. - Então, façamos assim, aproveitemos a oportunidade de estarmos juntos, vamos tirar uma foto para que você poste no seu site, assim, você não terá dado a notícia oficial, mas terá a primeira foto oficial.

- Claro! Adorei a ideia! - Fred automaticamente estendeu o braço e se enfiou entre Victor e eu.

- Um beijinho? - Ele pediu sorrindo.

- Não abusa! - Eu respondi entre dentes.

Victor me olhou de canto de olho e sorriu.

- Digam Xisss! - Fred pediu animado.

- Xisss! - Victor e eu dissemos quase desanimados.

- Muito obrigado, queridos, vocês são lindos juntos! - Fred verificava a foto enquanto falava. - Mas eu ainda sei bem pouco sobre a mocinha aqui!

- Alana Zander, mãe de dois filhos, integrante do Grupo de Voz e Performance CorporeVox, trinta e oito anos. - Eu sorri ao falar.

- Mas menina, eu jurava que você não tinha nem trinta. - Fred falou arregalando os olhos.

- Eu notei pelo "novinha" - Victor apertou minha cintura, não sei se pra me dar força ou pra me pedir pra parar, de qualquer forma eu tomei a primeira conclusão como certa. - Mas às vezes as aparências enganam. - Sorri e olhei descaradamente para a vovó e a netinha, que estavam logo ao lado de Fred, com cara de poucos amigos.

- Claro, claro! - Fred entendeu a minha insinuação e logo se retratou. - Desculpe, quer dizer, no final foi até um elogio, né?

- Se você acha melhor que eu interprete assim, assim será. - Ergui uma sobrancelha, mas não deixei de sorrir.

- Por hoje deu, né? - Victor interrompeu a conversa e me beijou o rosto. - Já estamos bem cansados e temos muitas pessoas ainda para atender.

- Claro, claro. - Fred sorriu e se despediu com dois beijinhos em Victor e em mim. - Me desculpem qualquer coisa, mas sabem como é, né? O povo é curioso, eu só faço o meu trabalho.

Amanhecer em CançãoOnde histórias criam vida. Descubra agora