Capítulo 48

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Eu estava acabando de me arrumar para ir a consulta da Dra. Clara quando ouvi meu celular tocar na sala. Lucas entrou no quarto com uma cara preocupada e me entregou o aparelho. Olhei para o visor por costume, mas eu já sabia quem era.

- Precisa que eu fique? - Lucas perguntou protetor.

- Não precisa, filho! Obrigada. - Dei um beijo em seu rosto e ele saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

- Você demorou a ligar! - Reclamei assim que atendi.

- Desculpe, chamego! - A voz dele parecia cansada. - Eu cheguei em casa e os meninos estavam aqui, queriam saber como tinha sido o resto do fim de semana.

- Tudo bem então, essa é uma boa desculpa! - Falei implicando. - Mas tá tudo bem por aí?

- Tá sim, só que eu já estou de saída de novo. - Ele falou rindo.

- Como assim? - Eu quis saber curiosa.

- Como eu tinha planejado ficar essa semana com você, Vinicius combinou com os avós de ficar na casa deles essa semana. Então eu vou aproveitar a folga e vou para a fazenda, estou com umas músicas girando na minha cabeça, Zé Otávio vai estar no Digão, então vou aproveitar e ver se conseguimos compor alguma coisa. - Victor explicou.

- Ah! Entendi. – Droga! Não consegui disfarçar a decepção na minha voz. Ir para São Paulo era simples, mas ir para a Fazenda ao encontro dele exigiria uma organização um pouco mais complicada.

- Algum problema com isso? - Victor perguntou preocupado.

- Não, de jeito nenhum, acho que fiquei surpresa só isso. - Respirei fundo e tentei disfarçar

- Chamego, você prometeu. - O tom de voz dele foi quase impaciente e eu não me controlei.

- Eu prometi e tá prometido. - Respondi meio ríspida. - Você não vai ficar me perturbando com isso, né?

- Não. - Ele respondeu rápido. - Você tem razão. Se você diz que está tudo bem...

- Você vai acreditar que está tudo bem. - Eu completei a frase por ele.

Laura bateu na porta avisando que estavam prontos.

- Vai sair com os meninos? - Victor perguntou curioso.

- Errr... Vou, vou dar uma volta com eles e com Marcelo. - Segurei a tremida na voz, por pouco não me entrego.

- Tá bom. Eu estou indo para o aeroporto, vou demorar um pouco a chegar, provavelmente só falo com você bem mais tarde. - Victor avisou. - Te amo, chamego. Fica bem aí, se cuida e divirta-se. E... – Victor fez uma pausa dramática. – Sempre vou te querer, mesmo quando

- Você entendeu! – Falei num tom doce. – Eu vou me cuidar. - Meus olhos automaticamente focaram na minha barriga. - Fica bem também, cuidado na viagem, se cuida. Te amo. E quiéreme!

- Sempre! – A voz dele foi quase um suspiro e meus olhos já se umedeceram.

Como um casalzinho de adolescentes, tínhamos dificuldade de encerrar a ligação, mas uma nova batida na porta fez o serviço por nós. Era hora de me certificar do que eu já tinha certeza.

A consulta estava ocorrendo de forma tranquila. A primeira atitude da Dra. Clara foi colher meu sangue e enviar para o laboratório, como era um exame que ficava pronto com rapidez, aproveitamos para tirar algumas dúvidas, minhas e dela também.

- Não vale a pena fazermos uma ultra? - Eu perguntei ansiosa, já estávamos conversando há quarenta minutos e nada do resultado do exame chegar.

Amanhecer em CançãoOnde histórias criam vida. Descubra agora