Não demorou nem cinco minutos para a porta se abrir e Victor entrar seguido dos seus familiares. Ele caminhou até o meu lado, me abraçou e sorriu.
- Pronto! Curiosidade morta! Apresento-lhes Alana, minha namorada! - Sorrisos surgiram nos rostos desconhecidos e eu sorri em resposta. - E esses são os filhos dela, Lucas e Laura. – Mais sorrisos e um leve alívio tomou meu peito.
Vinicius foi o primeiro a se aproximar, apesar do rosto confirmar sua meninice, sua altura era a mesma que a minha, o que me levava a crer que ele ainda cresceria um tanto. Os traços lembravam demais Victor, a exceção dos olhos verdes e do cabelo e sobrancelhas claras, que ele herdara certamente da mãe.
- Finalmente! - Me abraçou apertado. - Você estava linda no palco, dá pra entender bem porque meu pai se transformou num babão!
- Vini! - Victor chamou sua atenção, meio de brincadeira, meio a sério.
- Mas é verdade. - O mais velho dos filhos de Victor se aproximou também. - É só falar Alana que ele já fica todo bobo, com um sorrisinho apaixonado no rosto. – Antônio me abraçou forte e se afastou tocando a testa, no mesmo gesto que seu pai fazia com o chapéu. - Prazer, Alana, eu sou o Antônio!
- Oi Antônio! - Eu sorri e me aproximei dando um beijo em sua bochecha.
Antônio era um pouco mais alto que o pai, os cabelos eram claros, lisos, e caiam como uma cascata até abaixo de seus ombros. A voz tinha o mesmo timbre, mas era menos mansa. E o sorriso certamente não era o do pai.
- Eu sou Otávio! - Uma cópia exata de Victor a vinte anos atrás surgiu na minha frente e eu não consegui disfarçar. - Eu sei, sou a cópia de meu pai, também sou o mais talentoso com a viola e o mais inteligente dos três. - Os outros dois rapazes resmungaram algo e Otávio não se abalou. - Eles não se conformam, mas, fazer o que, é a vida! – Me abraçou e me deu um beijo na bochecha. – Eles até são bem inteligentes, mas não gosto que eles saibam, prefiro manter minha fama. – Otávio fingiu disfarçar a fala e arrancou uma gargalhada geral.
Aquele mar de risadas que tomou o ambiente me relaxou um pouco mais.
- Eu avisei que eles não eram boas biscas! - Victor falou e passou a mão pelos meus ombros.
- Nós tivemos a quem puxar! - Antônio respondeu rindo.
Victor me encaminhou até próximo aos seus pais e sogros, o que eu tinha relaxado voltou como uma tensão muito maior. Meu coração batia tão forte que eu achava que a qualquer minuto teria um ataque cardíaco.
- Minha mãe, Sofia! - Eu estendi a mãe e ela me puxou num abraço carinhoso. - Meu pai Ahmed. - Mais um abraço. - Minha sogra, Luzia! - Ela me sorriu tímida e eu a abracei. - E meu sogro Alfredo! - Mais um abraço. – Pronto! Todos apresentados, agora podemos voltar a respirar. – Victor declarou sorrindo e me deu um beijo na testa.
Um grande suspiro tomou a sala e logo as perguntas começaram a acontecer.
- Como vocês se conheceram?
- É verdade que você fugiu de Victor?
- Ele não quis nos contar muitos detalhes, ele é meio reservado, então só podemos perguntar pra você. Mas ele disse que foi amor à primeira vista? Foi?
- Como vocês pretendem fazer? Victor falou que você tem seu grupo vocal, esse que se apresentou hoje, então ainda estão organizando a agenda.
- E seus filhos? O que estão achando do namoro de vocês?
Apesar de algumas perguntas me incomodarem, nenhuma delas foi feita em tom de crítica ou com o intuito de alfinetar nossa relação. Eles estavam realmente curiosos e eu estava respondendo dentro das minhas possibilidades.
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Amanhecer em Canção
RomanceAlana é uma mulher independente e completamente dona do próprio nariz. Aos 38 anos, separada e com dois filhos já encaminhados, nada lhe escapa ao controle. Mantém sua vida sob total vigilância para que nada aconteça de forma diferente do que ela pl...