Capítulo Trinta e Quatro:

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Música: The Vogues - My Specials Angels.

***

Rúbia e Sam continuavam com sua viagem de lua de mel atrasada, tanta coisa para ver, para conhecer, tantas pessoas diferentes, tantas culturas, quase não tinha tempo para pensar em tudo o que lhe havia acontecido, Sam não permitia que a esposa ficasse parada pensando, ele sempre arranjava algo para ocupar seus pensamentos, quando percebia que ela ficava meio retraída já encontrava uma nova maneira de distraí-la.
Saiam durante o dia para conhecer os monumentos históricos da cidade onde estavam e à noite amavam-se apaixonadamente. No dia seguinte sairiam para realizar um desejo antigo dela, um passeio no famoso Oriente Express. As malas estavam prontas, seguiriam até onde o famoso trem os levasse, de lá partiriam para outro país, outra cidade. O trem partiria às dez da noite.

Para qualquer outra pessoa poderia soar como uma viagem em um trem qualquer, mas não para o casal, os vagões balançavam em um ritmo hipnotizante, parecia saído de uma das histórias de Ágatha Christie, o som dos trilhos era melódico e constante.
Já à bordo, os tradicionais mordomos usando uniformes azul explicavam brevemente sobre o funcionamento de alguns segredos do interior das cabines privativas, em algumas, portas como as de um armário escondiam um pequeno lavabo, os mordomos anunciavam a hora do jantar no restaurante chamado Etoile du Nord, era em estilo art deco, que assim como as cabines dormitórios, havia sido construído nos anos 20.
Devido a escuridão, via-se pouco da paisagem lá fora, mas o amanhecer revelou o cenário alpino, com o café da manhã servido na própria cabine. A travessia era de mais de 800 quilômetros, passando pelo interior da França, Suíça, Áustria, Itália, cruzou montanhas e picos nevados, vilarejos com as típicas casinhas de madeira, uma jornada com hora para começar, mas sem nenhuma pressa para terminar.
Entre Paris e Veneza, o trem fez uma única parada, na estação de Innsbruck, na Áustria. De resto, só sobrou para o casal de apaixonados ficar com o rosto colado no vidro do trem, vendo aquele cenário alpino de ares bucólicos riscando o cenário, do lado de fora.

Um dos serviços oferecidos, foi um jantar de gala e recepção com vinho servido em lounges instalados nas estações de embarque, o jantar extremamente formal, possuía regras de vestimentas à bordo, exigia-se terno, ou black tie para os homens e vestidos longos para as mulheres, figurino obrigatório para fazer parte de uma das viagens ferroviárias mais glamourosas do planeta. Rúbia estava encantada e Sam feliz por ver novamente um sorriso genuíno nos lábios de sua esposa.
Ela queria ir até a Escócia, sempre tivera curiosidade em conhecer as famosas Highlands. De Londres pegaram o avião para Inverness que levava uma hora e trinta minutos de um aeroporto a outro. No entanto foram também para Glasgow e Edimburgo, aventuraram-se por trilhas de majestosas cadeias montanhosas, caminharam por praias imaculadas, que pareciam desertas, apreciaram ao longe as ilhas intocadas pelo tempo, um país dinâmico que ia além das gaitas de fole e do uísque, kilts e flanelas xadrez.

Conheceram a cidade onde o príncipe Andrew e Kate se apaixonaram, St. Andrews, com as belas ruínas do castelo e da catedral de St. Andrews, subiram até a torre St. Rule's, de onde se vislumbrava uma vista espetacular.
Os dias, as semanas, os meses foram passando e o coração do casal foi ficando mais leve, a ferida ainda dolorida, mas cicatrizando, aos poucos, era um processo lento e ficar longe de sua família despertava saudade, mas os dois estavam propensos a levar adiante, ainda havia tanta coisa para ser vista, tantos lugares para se conhecer.

Uma noite, Rúbia estava dormindo, depois do corpo estar cansado do amor compartilhado com o marido, encontrava-se em uma praia, linda, a areia branquinha e quente do sol, o mar de um azul profundo, ela ostentava uma enorme barriga de uma gestação já avantajada, de repente uma garotinha se aproximou dela, era linda, com expressão angelical.
—Oi Mamãe! — disse a garotinha.
—Mamãe? — ela indagou.
—Sim, você é minha mamãe, sabe, eu apareci para lhe disser que estou feliz, o lugar onde estou é lindo, cheio de paz, não quero que a senhora e o papai sofra mais por mim.
—Maria Luiza? Você é Maria Luiza, o meu bebê?
—Sim, mamãe, eu sou Maria Luiza e quero lhe pedir que ame meu irmãozinho assim como vocês me amaram, eu sei que fui muito amada e vocês ainda sofrem por minha causa, sei que eu sempre serei amada por todos, que eu sou o resultado de muito amor, assim como esse meu irmãozinho que está dentro da sua barriga e que em breve estará aqui, trazendo felicidade.
—Mas... mas eu não entendo, você está tão grande...
—Sim, é o seu sonho, a sua imaginação, o seu desejo de que eu estivesse aqui que me faz assim, agora eu sou um anjo, mamãe. Um anjo que sempre estará com vocês. Diga ao papai que eu o amo e sempre amarei. — Rúbia acordou assustada, o pranto a dominou, Sam acordou com o choro da esposa, abraçando-a, pôs-se a acalentá-la.
—Sam... Sam eu sonhei com ela.
—Amor... amor por favor, você sofre sempre que sonha com ela.
—Você não está entendendo, ela apareceu para mim, como eu estou falando com você agora, estava maior, tipo uns cinco, ou sete anos, tão inteligente, tão linda, um anjo, ela me disse que agora é um anjo, que a gente precisa amar o irmãozinho dela que vai nascer, mas no sonho eu estava grávida, ela disse que sabe que foi muito amada e que nos ama, que sempre irá nos amar. — Sam também se emocionou com o relato da esposa, quem sabe agora eles não deixassem de sofrer tanto?
                                                           ~*~

Meses depois:

Hope estava magoada com Yago, há semanas não faziam amor, tudo bem, ela sabia que estava chegando o dia em que Carmen havia marcado sua cesariana, que ele tinha medo de machucá-la, mas ela estava subindo pelas paredes de desejo, de tesão, o que ela ia fazer se era louca por seu marido, pelo seu moreno bonito?
—Você não gosta de mim, só se casou comigo por causa dos seus filhos, sim, porque são seus filhos, o exame de DNA vai provar isso. — ela reclamou chorando.
—Meu anjo, nunca duvidei que fossem meus, quanto a eu não gostar de você, sabe que não é verdade, amo você... — ele tentava se justificar.
—Você não me deseja mais, também, eu pareço uma hipopótamo, uma baleia, estou feia, gorda, claro que você não vai me desejar desse jeito. — ele ouvia e sentia vontade de rir da manha de sua esposa, claro que sentia desejo por ela ainda, a amava, ela estava linda mesmo com aquele barrigão enorme que abrigava três bebês, seus três filhos, mas ela mal conseguia andar, por conta do tamanho da barriga, ainda queria fazer amor? Ele só queria preservá-la.
—Amor, eu só quero que você se sinta bem, tenho medo de machucá-la.
—Não tem amor, você não me ama e me machuca ainda mais se recusando a fazer amor comigo. E eu me sinto bem transando com o meu marido, ou será que é errado desejar meu próprio marido?
—Loirinha, por favor, me entenda! — ele tentava argumentar.
Mas Hope não queria saber de desculpas, ela havia colocado na cabeça que ele não a desejava, que ele não a amava.
—Tudo bem Yago, tudo bem, quando nossos filhos nascerem e o resguardo terminar, você vai me procurar, aí será a minha vez de rejeitá-lo. — ele riu dela, o que a fez ficar ainda mais raivosa, pegando o travesseiro jogou na cabeça dele que se desviou por um tris. Se aproximando devagar da esposa, ele a abraçou, Hope tentava empurrá-lo.
—Calma, minha tigresa, calma! Está com tanto desejo assim? Minha fogosa.
—Estou, quero você, faz tempo que não fazemos amor, eu estou com a minha bocetinha piscando de vontade.
—Ela está piscando é? — ele também já sentia o corpo arder de desejo, seu membro já endurecendo de vontade de se alojar dentro dela. Beijando o pescoço dela, deixou que suas mãos a despissem da camisola que ela usava, Hope não usava calcinha ou sutiã para dormir, estava totalmente nua, os seios volumosos o chamavam, deixou que sua boca os abocanhasse com vontade, uma das mãos a tocou em sua intimidade, sentindo sua umidade, seus dedos alojando-se em seu interior, sentiu-a um pouco mais larga, mas achou que poderia ser devido a sua umidade que facilitava sua entrada.
—Venha, moreno bonito, não quero preliminares, quero você todo dentro de mim. — ela pediu sedutora.
Encaixando-se por trás dela, de ladinho, ele se posicionou e a ajeitou para penetrá-la. Hope gemeu por sentir o marido invadi-la, era sempre tão prazeroso, sentia sua umidade escorrer.
—Minha maluquinha gostosa, como é bom foder você assim. — Penetrando-a devagar e com cuidado, ele a sentiu se apertar.
—Eu vou gozar, vem amor, mais rápido. — Acelerando um pouco mais, sentiu quando ela se satisfez, metendo mais algumas vezes ele mesmo se deixou levar pelo prazer e se derramou dentro dela.
Cansada e satisfeita, Hope caiu num sono profundo. De madrugada ela acordou toda molhada, achando que havia feito xixi na cama, acordou o marido.
—Amor, amor acorda.
—O que foi amor? Está tudo bem? Está sentindo alguma dor? Eu sabia que não devíamos ter feito amor, olha só, eu acabei te machucando.
—Acho que você pressionou minha bexiga, porque tenho certeza de que fiz xixi na cama.
—O quê? — perguntou ele já rindo da cara desolada dela.
—Não ria, é sério, eu fiz xixi na cama. Será que é normal?
—Não sei amor, mas deve ser, afinal, você tem três bebês dentro de você pressionando sua bexiga, ai eu vou e fico metendo dentro, deve ter algo a ver, quer que eu pergunte para alguém?
—Eu vou ficar com vergonha.
—Vergonha amor? Não precisa ter vergonha, você está grávida. — Pegando o celular, ele discou para Theo, não queria incomodar sua avó, mãe, ou tias, suas primas não iriam saber, os únicos que poderiam ajudá-lo seriam Theo e Jade.

Theo ouviu ao longe seu celular tocar, pegando-o, espremeu os olhos para espantar o sono, vendo que era Yago, atendeu rápido.
—Yago, espero que seja algo realmente muito importante para você me acordar a essas horas.

Jade se remexeu na cama descobrindo-se, o corpo nu se revelando para ele que puxou o edredom sobre ela.
—Primo, me diz uma coisa, é normal uma gestante, já perto do parto fazer xixi na cama?
—Fazer xixi na cama?
—Quem fez xixi na cama? —questionou Jade ouvindo as palavras do marido.
—Hope! — Theo respondeu tapando o bocal do telefone.
—É primo, nós, bom, você sabe, fizemos amor e acho que acabei pressionando a bexiga dela.
—A bolsa, Theo, é a bolsa.
—Que bolsa, amor?
—Theo, você está me ouvindo? — Yago insistiu.
—A bolsa, claro, a bolsa, Yago, a Jade acha que foi a bolsa que estourou.
—Mas... mas ela não está com dor.
—Algumas mulheres não sentem dor, tapado, leve-a para o hospital agora!

~*~

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