Capítulo Vinte e Cinco:

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Música: Westlife - You Raise Me Up.

***

Lola chegou em casa e encontrou todo mundo na correria, Anita telefonando para Dra Carmen, um sobe e desce nas escadas que deixou preocupada.
—Ei, bom dia família, o que está acontecendo? — Viu Hope descendo lentamente as escadas, ela tinha medo de escorregar e cair.
—Parece que Rúbia entrou em trabalho de parto. — Ela informou.
—Mas já? Ainda faltam algumas semanas!
—Por isso Sam está maluco de preocupação, diz que tem medo de que aconteça o mesmo que com Jade, o que aconteceu no parto de Jade? — Lola coçou a cabeça, Yago havia pedido para que ninguém comentasse com ela sobre o parto difícil de Jade, Sam deveria ter soltado na hora do nervosismo.
—Ela, bom, as crianças nasceram antes do tempo por serem gêmeos, assim como os seus, Jade tem problema no coração, fez cirurgia e Theo sempre foi muito protetor com ela, assim como todos os homens da família o são, então querida cunhada, se prepara que Yago ainda irá lhe deixar maluca com tantos mimos e cuidados, Jade não podia ter tido parto normal devido aos gêmeos serem grandes, afinal, filhos do Theo, não é? Mas não houve tempo para cesariana, ela acabou ganhando normal, foi isso, Theo quase ficou maluco. — Lola contou parte da verdade, assim , ela não ficaria tão curiosa em saber e eles não mentiriam, era o melhor a fazer.
—Bom, deixa eu ver como estão as coisas.
—Apenas abuela está tranquila. —Olívia disse quando viu a sobrinha subir correndo.
No quarto de Sam e Rúbia, a família tentava acalma-la.
—Está doendo muito, as dores estão vindo mais depressa.
—Vamos agora para o hospital então. — Pediu Sam nervoso.
—Calma, meu neto, mesmo as dores vindo mais rápido, ainda vai demorar para que Rúbia traga ao mundo minha bisneta. — Esperanza procurou tranquilizar o neto.
—Não quero que minha mulher ganhe nossa filha em casa, ainda dá tempo de levá-la ao hospital, já que a bolsa ainda não estourou.
—Eu já avisei Carmen, ela está indo agora para o hospital. — informou Anita.
—Vamos meu amor? — Pediu Sam, erguendo-a nos braços.
Rúbia gemeu com mais uma forte contração, para não gritar ela apenas mordeu o lábio.
Como era de se esperar, todos se encaminharam para o hospital, Yago queria que Hope ficasse, mas ela insistiu em ir com ele.
—Não, moreno bonito, eu quero fazer parte da sua família, para todas as horas, esse é um momento especial, afinal, é o nascimento de uma criança, uma nova vida, todos estão felizes, apesar do nervosismo, eu quero estar presente.
—Tudo bem, loirinha teimosa, mas irá me prometer que se sentir cansada irá me falar para que eu a traga para casa, não pode se cansar a toa.
—Eu prometo! — Ela disse sorrindo enquanto mostrava os dedos cruzados em sinal de juramento e os levava até os lábios, enquanto Yago resmungava algo como, "mais uma mulher teimosa para a família."
Rúbia foi imediatamente atendida por Dra Carmen, afinal, ela sabia da condição da criança, havia muita preocupação em torno do nascimento, Carmen estava preocupada com o fato de que no último ultrassom, detectara um pequeno problema cardíaco no feto, não houve porém o tempo para ela pedir o ecocardiograma fetal, já que ela queria repetir o ultrassom, pois nos anteriores, incluindo o morfológico não haviam acusado nada, no entanto, não era algo incomum de acontecer em uma criança com síndrome de Down.
Ela fez todos os exames pré parto, verificou que Rúbia ainda mantinha a bolsa intacta, mas as contrações estavam muito frequentes, além disso ela não tinha nenhuma dilatação, teriam que realizar uma cesariana, o que poderia ser bom nas atuais condições.
—Rúbia, teremos que realizar uma cesariana, você não tem dilatação e duvido que ocorra uma nas próximas horas, a espera só a fará sofrer, você e a bebê.
—Doutora, queremos o que for melhor para as duas. — Sam decidiu.
—Você vai querer assistir, Sam?
—Sim, não deixarei minha mulher sozinha nesse momento. — A doutora sorriu, já esperava por essa resposta, nunca se decepcionava com os rapazes Vásquez, assim como foi com Theo que enfrentara todo o medo para ajudar a esposa.
—Então agora você irá com a enfermeira para poder se paramentar, enquanto Rúbia será encaminhada para o centro obstétrico para ser preparada, anestesiada e tudo o mais, eu também irei me lavar e me paramentar. — E olhando para a enfermeira, disse. –Usaremos a sala cinco, é melhor aparelhada e mais espaçosa, só avise ao pediatra de plantão, por favor!
—Sim doutora, já o avisarei. — Sam saiu para poder se paramentar, viu Rúbia sendo levada para o centro obstétrico e antes que a levassem, ele segurou a maca.
—Já estarei contigo, meu amor, não a deixarei sozinha. Amo vocês, não esqueça disso! — Disse beijando-a com carinho na testa.
Rúbia sorriu entre as lágrimas! Estava assustada, afinal, era tudo desconhecido para ela.
—Eu também o amo muito! —Sussurrou!
Na sala de espera todos falavam e implicavam uns com os outros, mesmo estando nervosos com a espera, mas na verdade a família estava começando a se acostumar com essas situações e afinal, um parto era sinal de renovação, de uma nova vida que estava chegando, todos estavam ansiosos para verem a nova bebê, a nova integrante da família, a que seria especial, um anjinho que viria para ensinar-lhes algo mais, como dissera abuelo.
No centro obstétrico, Rúbia era preparada para a anestesia, Sam já estava ao seu lado.
—Rúbia, vamos pedir para que você se sente e fique o máximo possível em posição fetal, com os joelhos dobrados da melhor maneira que conseguir, você irá sentir um geladinho na altura da espinha, é um líquido para fazer a limpeza do local, não se preocupe, é muito importante que você não se mexa de maneira nenhuma, principalmente quando sentir a picada da agulha, irá ser um desconforto, para que a picada não doa, eu vou passar um anestésico local, mas não se mexa. — O anestesista instruiu.
Como ele disse, passaram a Chlorexidina, para fazer a antissepsia da região e ser aplicada a anestesia raquidiana, imediatamente após a aplicação, Rúbia sentiu uma sensação de gelo logo abaixo da cintura, tentou movimentar as pernas, mas elas pareciam pesadas. Viraram-na novamente deitada de barriga para cima e Carmen fez uma pressão no seu baixo ventre.
—Sente isso, Rubi?
—Não!

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