Capítulo Quarenta e Nove:

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Música: Lee Ann Rimes - How Do I Live.

***

Enrique não acreditava que sua mulher havia enfim voltado, precisava avisar a família, mas queria aproveitar mais um tempo ao lado dela sem a muvuca familiar. O único fato ruim é que ela não se lembrava de fatos mais recentes, tudo o que aconteceu depois do casamento ela simplesmente não recordava. Mas segundo médico aconselhou, era melhor ir explicando aos poucos para não sobrecarrega-la com muitas informações. Por isso, quando enfim avisou a seus familiares, pediu para que fossem liberados de dois em dois apenas, era muita gente, muita informação, Lilian poderia ficar confusa.

Era estranho para ela pensar que havia perdido quase um ano da vida de Valentin e oito meses da vida dos gêmeos, que perdeu praticamente toda sua gestação e que parte de sua memória ela talvez nunca recuperasse, cada vez que começava a pensar nisso sentia-se terrivelmente angustiada.

Todos estavam felizes com a volta dela, Joseph e Natalie sentiram-se aliviados, não comentavam, mas tinham medo de que a irmã mais nova nunca despertasse, Joseph, por ser o mais velho, às vezes perdia noites de sono pensando na irmã, seu coração se apertava, era como se ele estivesse em falta com os pais, comprometera-se a cuidar das irmãs, Natalie quase havia sido estuprada, Lilian, quase morre em uma queda idiota, claro que não tinha culpa do que havia acontecido com Lilian, mas com Natalie poderia ter percebido antes, mas estava tão envolvido com Elena que quase não ia mais visitar as irmãs na Inglaterra.

Duas semanas depois de Lilian ter acordado, os médicos conversaram com o casal, a respeito da gestação, ela estava prestes a completar nove meses e Carmen achava melhor uma cesariana, parto normal nas atuais circunstâncias não era aconselhado. O casal conversou sozinho e sim, concordaram com a médica, tinham total confiança em Carmen, dois dias depois, Enrique segurava emocionado, seu filho nos braços.

Uma enxurrada de lembranças tomou sua mente, desde que haviam resolvido que queriam um filho, a viagem, o acidente, os meses em que sua esposa ficou em coma, o alívio que sentia a cada dia ao constatar que era mais um dia vencido, mais um dia em que ela continuava com ele. Abraçando o corpinho pequeno do filho, ele deixou que o choro lavasse sua alma, necessitava desse alívio. Sua esposa venceu a morte, a vida estava estava ali, em suas mãos.

Lilian entendia o desabafo de seu marido, deve ter sido assustador para ele todos esses meses, ela no lugar dele teria ficado desesperada também, Enrique demonstrava a todo momento seu amor e o alívio por ela estar viva e se recuperando.

-Que nome irão dar ao bebê? — quis saber Carmen.
-João Vítor, porque Deus tem sido Misericordioso conosco, ele nos deu mais essa vitória. — respondeu Enrique, entre lágrimas.

~*~

Alguns dias depois do nascimento do bebê, Lilian voltou enfim, para casa. Olívia havia, com a concordância de Enrique, reformado a suíte deles, preparado o quartinho para o novo integrante da família, uma enfermeira veio para ajudá-la, já que ela ainda precisava de certos cuidados e de fisioterapia para recuperar alguns movimentos, seu lado esquerdo ainda estava hemiplégico, não amamentava o bebê, ela não conseguiu juntar leite devido aos medicamentos e drogas vasoativas, isso era mínimo, já que estava bem, em casa, ficou emocionada com o carinho da família, todos se comprometeram a ajudá-la.

Os trigêmeos já andavam por tudo, Hope, era uma mãe incrível, queria ser e dar aos filhos todo carinho e amor que não recebeu de seus pais, havia voltado a estudar. Yago foi convidado para ser treinador do time amador de futebol do Real Madrid, sua meta era chegar ao time principal, afinal, era apaixonado por essa modalidade esportiva.

Natalie voltou para a empresa como assistente de Theo, não mais como secretária, o que foi bom porque assim, ele conseguia mais tempo com Jade e os filhos. Esmeralda e Alejandro iam meio período para a escolinha. Ter quatro filhos era viver em constante adrenalina, com os gêmeos perto de completar um ano, Jade e Olívia preparavam a festa de aniversário dos meninos.

Agora, com a volta de Lilian para casa, o ânimo de todos estava renovado, a cada dia ela melhorava a olhos vistos, se esforçava para recuperar os movimentos do seu lado esquerdo para poder segurar e cuidar sozinha de seu filho.

Lola voltou a pensar em preparar seu casamento, até conversou com Pamela e Fernanda para que fizessem uma única cerimônia, todos concordaram e iniciaram os preparativos, em seis meses teriam mais um casamento triplo na família.

~*~

Seis meses depois:

O dia do casamento amanheceu ensolarado, as noivas ansiosas e eufóricas, os noivos, como sempre, dormiram no apartamento no centro da cidade. Pela manhã, cabeleireiros e maquiadores chegaram, uma bagunça organizado tomou conta da mansão, todas as mulheres em polvorosa, menos Lilian que mesmo tendo recuperado parte do movimentos, ainda andava com auxílio, por esse motivo, Enrique havia ficado para ajudá-la.

A Catedral estava decorada da maneira que as três noivas, em comum acordo, haviam escolhido, Yolanda Anita e Olívia haviam ido cedo para verificar se tudo estava da maneira que elas tinham escolhido. Como Fernanda não tinha mais seus pais ao seu lado, Lorenzo entregaria a sobrinha para Jean.

-Não estou me sentindo bem. — reclamou Pamela, sentindo-se enjoada.
-Não sei porque, mas tenho certeza de que sei o motivo desse enjoo. — riu Lola.
-Do que está falando? — questionou Pamela.
-Jade, Rúbia, Hope, casaram como esse mesmo probleminha. Antes de viajar para lua-de-mel, acho bom você comprar um exame de gravidez na farmácia do aeroporto. — explicou Lola.
-Está querendo dizer que estou grávida?
-Prima, você tem sentido esses enjoos todos os dias, disse que tem meses que deixou de se prevenir, o que acha que é?
-Sei lá, não havia cogitado essa possibilidade, achei que era nervosismo por conta do casamento. Eu e Júlio havíamos conversado sobre ter um bebê quando Jade engravidou. Mas não esperava, realmente.
-Quem sai na chuva... — riu Natalie.
-É, mais um integrante para nossa enorme família, os abuelos vão ficar felizes, afinal, aposto que abuela já sabe. — comentou Rúbia.

Entre brincadeiras, as meninas ficaram enfim, prontas. Os carros já estavam na frente da mansão, todos aguardavam as noivas na igreja, apenas os pais as esperavam.

~*~

Capítulo um pouco mais curto, apenas para não deixá-las na mão. Depois do dia 31 terei cinco dias de folga, aí colocarei em dia as postagens. Um feliz Natal a todas e uma semana abençoada! Obrigada pelo carinho! Beijos!

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