Capítulo Treze:

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Música: Ronan Keating - When You Say Nothing At All.

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Sam e Rúbia:

Rúbia acordou meio perdida, ela achava que ainda estava na casa dos primos, não se recordava de ter voltado para casa, muito menos de ter se deitado. Virando-se na cama, sentia o braço de Sam em sua cintura, apertando-a levemente. A náusea matinal veio intensa, retirou o braço dele e correu para o banheiro.
Sam percebeu quando a noiva levantou rápido, sabia que ela deveria estar como todas as manhãs ultimamente, no banheiro vomitando, ela se trancava e não o deixava entrar, queria poder ajuda-la, ficar junto a ela, quem sabe se fosse confirmada a gravidez ela não mudasse essa atitude? Mesmo assim, levantou-se e foi até a porta do banheiro, testou a fechadura e por milagre estava aberta.
–Rubi, amor, como você está? — perguntou depois de vê-la abaixada na pia, lavando o rosto.
–Estou melhor, é só uma náusea, não consegui vomitar. — ela explicou.
–Volte a se deitar, eu desço e lhe trago o café da manhã, pode ser? — ele sugeriu.
–Pode ser, ainda é bem cedo mesmo. — Rúbia aceitou a sugestão. –Como vim parar na nossa cama? Não me lembro de ter vindo para casa. — ela questionou confusa.
–Você caiu no sono lá na casa do Theo, eu a trouxe no colo. — ele explicou rindo.
–Sério? Caramba, que mico. — ela disse suspirando. –Você não está atrasado para ir para o escritório? — Ela indagou confusa.
–Amor, você não lembra que vou acompanha-la em uma consulta com a doutora Carmen? — ele tornou a explicar, franzindo as sobrancelhas.
–Ah, é, acho que meio que lembro. — respondeu! –Amor, acho que vou querer apenas um chá com torradas. — ela voltou para a cama depois de ter escovado os dentes, Sam também fez sua higiene, vestiu uma bermuda e desceu para pegar o chá para ela.
Todos já haviam descido, estavam reunidos na mesa de refeições.
–Bom dia, a benção abuelo, abuela, mama, papa e tios. — ele cumprimentou a todos.
–Que Deus o abençoe! —responderam juntos os avós, os pais e os tios.
–Bom dia Sam, cadê a Rubi? – perguntou Lola.
–Está deitada, acordou se sentindo mal. — explicou! -Vim buscar um chá com torradas para ela, pode preparar uma bandeja Francesca?
–Sì.
–Obrigado! Onde está Enrique e Lilian, não desceram ainda? —perguntou sentindo falta do primo.
–Estão na casa do Theo, disse que ia filar o café da manhã no irmão. — respondeu Jean, rindo.
–Que horas irão sair tio? — ele quis saber.
–Só o tempo de terminar o café da manhã. — Lorenzo respondeu. —Sam, você pode ir só depois do almoço para o escritório, se der para ir, não tem problema se quiser comemorar com a Rubi. — ofereceu Lorenzo, rindo, assim como os demais.
Sam deu um risinho sem graça, Francesca trouxe a bandeja com o chá, torradas e frutas para Rúbia.
–Gracias Francesca! — ele agradeceu.
Subiu as escadas de dois em dois.
–Sam, espera. — chamou Murilo.
–Sim, diga primo.
–Theo teve uma ideia para pegarmos o tal chantagista caso a polícia não faça nada, ele acabou de me mandar uma mensagem no What's. Ele quer saber se você estaria dentro, Enrique e os outros já toparam.
–Ok, sabe que pode contar comigo, nem precisava perguntar.
–Obrigado primo, mas, é segredo, nossos pais nem pode sonhar com isso, também, vai depender da resposta do delegado, apesar de que da Jade ele não vai querer esconder, se formos colocar a ideia em prática.
–Sim, mas não quero que a Rubi saiba, se for confirmado a gravidez.
–Pode deixar, mas e aí, tá feliz com a possibilidade?
–Pior que estou primo, agora entendo o que o Theo sentiu quando soube que ia ser pai, o cuidado e a preocupação dele para com a Jade.
–Imagino, acho que faz mesmo a gente surtar, de um jeito bom. — Murilo riu.
–Verdade, mas deixa eu levar o chá para ela antes que esfrie.
–Ok, vai lá, eu vou para o escritório. — Os primos se entreolharam sorrindo, se conheciam e se entendiam tão bem que não precisavam de muitas palavras para que soubessem o que o outro pensava.

~*~

Doutora Carmen ouvia o relato da jovem, conhecia-a desde menina, era sua ginecologista desde a adolescência, lhe receitara o anticoncepcional quando ela decidira que iria ter relações sexuais com o namorado, que por acaso, era seu primo.
–Pois é doutora, eu esqueci de tomar a pílula apenas uma vez e desconfio que estou grávida, minha menstruação está atrasada há umas cinco semanas.
–Tem sentido algo diferente? Náuseas, tontura, dor nos seios?
–Sim, náuseas fortes pela manhã, meus seios também estão um pouco doloridos.
–Uhum, ok, então vamos examiná-la, depois eu vou pedir alguns exames de sangue e também podemos fazer uma transvaginal, para confirmar ou não a gestação.
–Tudo bem doutora.
–Então, vamos lá, tira a roupa e vista esse avental branco, você já fez um trans, então, sabe o que esperar. Sam, vai assistir?
–Sim, claro!
–Imagino que esteja ansioso.
–Nem fale doutora, nem fale. — Rúbia vestiu o avental e deitou-se na maca na posição ginecológica para ser examinada, a doutora examinou seus seios, auscultou seu coração, aferiu a pressão arterial, depois, preparou tudo para a transvaginal.
–O bom da trans é que não tem necessidade de estar com a bexiga cheia. — ela comentou.
–É verdade doutora.
–É só um incômodo, tudo bem? Estão prontos?
–Sim doutora, estamos prontos. — os dois responderam.
A sonda envolta por um preservativo e gel lubrificante, foi introduzida em sua vagina, logo, as imagens no monitor se fizeram presentes.
–Então doutora, já dá para ver alguma coisa? — Sam perguntou aflito.
–Com certeza, meus parabéns, vocês serão pais. — ela diagnosticou sorrindo. –Vem mais um membro para a família Escobar Vásquez.
–Ai meu Deus! — exclamou Rúbia emocionada.
–Obrigado meu amor! Eu estou feliz, muito feliz. — agradeceu Sam, beijando-a delicadamente nos lábios.
–Olha só, ele ainda é bem pequenininho, mas, dá para ver direitinho. — a doutora disse, explicando e mostrando tudo ao casal pelo monitor.
Depois de terminada a ultra, Rúbia se vestiu e a doutora passou a explicar para os dois tudo o que aconteceria dali adiante.
–Rúbia, você está mais ou menos de dez a doze semanas de gestação, mas, mais para frente eu vou pedir um ultrassom morfológico, aí dará para ver melhor o bebê, porém, deve-se fazer entre a 11 e 14 semanas, também quero que realize esses exames e me traga assim que pegar os resultados, ok? Vou prescrever um medicamento para a náusea e algumas dicas para aliviar os terríveis sintomas, aparentemente está tudo dentro da normalidade, mas só teremos certeza após os resultados. Aqui tem todas as explicações.
–Sim doutora, obrigado. — ela respondeu.
Ainda não acreditava que seria mesmo mãe, Sam segurava sua mão, também estava emocionado, era uma sensação diferente, algo novo que não tinha explicação. Saber que o amor deles resultara em uma outra vida, era quase surreal.

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