14. O Conselho

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Respiro bem fundo antes de entrar em meu escritório. Essa não será uma conversa fácil e depois do vídeo que Nina me mostrou, as coisas se complicaram ainda mais.

Viro a maçaneta e abro a porta, o que faz com que os dez pares de olhos presentes ali, se virem em minha direção. A confusão de suas mentes sobre os últimos acontecimentos, é evidente em seus rostos carrancudos e até mesmo assustados, mas a chuva de reclamações e perguntas paralelas só começa, depois que eu estou devidamente sentado em minha cadeira.

_ Senhores, sei que estão confusos e até mesmo atordoados com todas as revelações feitas essa noite, mas eu os chamei aqui por um motivo, e espero que compreendam que é de suma importância que todos os presentes se mantenham focados nessa reunião. - Falo com voz altiva para acalma-los e ao mesmo tempo, conseguir sua total atenção. - Amélia foi presa por tentativa de assassinato, onde todos fomos testemunhas de seu acesso de raiva, mas seu crimes são bem mais complexos que isso e por ser um caso de extrema importância e urgência, gostaria que ela fosse deposta de seu título de nobreza, até que seu julgamento seja realizado.

_ Príncipe, todos vimos o que aconteceu e ainda estamos perplexos com tudo, mas não se pode negar que não existem provas que sejam plausíveis o suficiente, para que a rainha seja deposta antes do julgamento. Ela passou sim por um acesso de raiva, mas a situação estava estressante para todos. - Hotinger, se manifesta e eu já esperava essa reação de sua parte, o que me leva a confirmar que minha lista de demissões não é precipitada.

_ Sim, todos estavamos em uma situação estressante, o ambiente era hostil e totalmente propício ao caos completo, nem por isso nós saimos por ai pegando facas de carne e tentamos matar uns aos outros. - Stronroouff se levanta e saber que ele está aparentemente do meu lado, me dá um pequeno fio de esperança de que talvez isso ainda possa dar certo. - Amélia é a rainha, e com esse titulo vem a responsabilidade de ser um exemplo. Não existe espaço para acessos de raiva no trono de Genóvia.

_ Só eu percebi que a mulher que invadiu o jantar é, a até então falecida, rainha Elizabeth? - Rorton pergunta, chamando a atenção de todos.

_ Onde quer chegar Rorton? - Pergunto.

_Essa moção é desnecessária, porque Amélia não é a rainha. O rei, legalmente não poderia ter se casado com ela, o que torna os trinta anos de reinado dela, algo totalmente invalido.

Ouvir as palavras de Rorton são uma luz para minha mente. Eu não tinha pensado por esse lado e agora uma outra preocupação me assola, como o povo reagirá a todas essas mudanças.

_ Isso se aquela for realmente a rainha Elizabeth. A semelhança é inegável, mas quem garante que seja mesmo ela. - Hotinger fala mais uma vez.

_ Essa situação é bem fácil de ser resolvida, senhor Hotinger. Um teste de DNA seria o suficiente para comprovar o inevitável, mas não acho que seja necessário submeter minha mãe a tal constrangimento. - Falo deixando bem claro minha opinião e desagrado com sua desconfiança.

_ O povo não aceitará essa situação tão facilmente. Amélia é a rainha e tem o respeito de todos, não serão meras palavras que os faram se voltar contra ela. O que o senhor conseguirá é mais uma rebelião. - Ford, um dos aliados de Hotinger se propõe a falar.

_ O povo nos dará a razão. - Falo olhando diretamente nos olhos dele. - Principalmente quando souberem que sua ex soberana não só envenenou a antiga rainha, como também matou o rei. - Minha voz é fria e direta, o que não impede o início de um novo burburinho.

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