Uma princesa GG 2

52. Desconfiança

_ Majestades.- Ela faz uma reverencia assim que para em frente ao trono.- Me chamo Aylin Miler. Eu estava em Willbrook quando o ataque começou.

_ Senhorita Miler, sei que isso pode ser ofensivo, mas como podemos ter certeza que você realmente estava no ataque. Nós fomos notificados que não havia saída do prédio e que todos os presentes haviam sido mortos por tiros ou pelo fogo.

_ Porque eu estava lá para provar. - Uma voz conhecida por nós ecoa por toda sala, levando nossos olhos em sua direção.

Minha felicidade por ver meu irmão entrando pela passagem secreta do salão, só não é maior, por perceber a dificuldade no andar dele. Estevan está ferido e à preocupação nos olhos da moça à nossa frente, não me passa despercebida. Ela corre até ele e o apoia quando seus passos vacilam, e eu pode ver que ela diz algo a ele que o fez sorrir antes que voltem a ficar a nossa frente.

_ Guardas! - Elena chama e seu olhar não transparece nada. - Ajudem o príncipe Estevan a ir até seu antigo aposento e garanta que a porta seja vigiada o tempo todo.- Ela fala com autoridade e o olhar de espanto de Estevan seria cômico, se toda essa situação não fosse tão trágica. - Vocês precisam de um banho, descanso e cuidados médicos, depois nós podemos conversar sobre o que aconteceu nessa madrugada. - Elena explica sua atitude para os tranquilizar e parece dar certo, porque eles apenas trocam um olhar antes que Aylin entregue Estevan para um dos guardas, que obedece a ordem de minha irmã sem nem pensar duas vezes. - Senhorita Miler, James levará a senhorita até um dos quartos de hóspedes para que possa descansar.

James aparece do nada, como sempre, e leva a moça com ele fechando a porta logo em seguida, deixando Elena e eu a sós novamente.

_ Você viu o que eu vi? - Elena pergunta, ainda com o olhar distante.

_ Ela gosta dele. - Falo o óbvio.

_ Sim, gosta e é correspondida. - Ela se vira em minha direção e eu posso ver um sorriso em seu rosto, que me faz sorrir também.

_ E o que faremos sobre Willbrook. Amélia está fora de controle e ainda não sabemos onde ela está.

_ Vamos esperar até que nossos convidados descansem e depois conversaremos com eles. Algo me diz que há muito mais coisas por trás desse ataque do que sabemos.

_ Vou convocar a ERFE, é bom que eles façam parte dessa conversa.

_ Faça isso. - Elena fala se levantando do trono e apertando as temporas.

_ Só espero que tenhamos tempo de encontra-la, antes que nos ataque novamente.

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Estavamos todos reunidos no salão oval, esperando que Estevan e Aylin cheguem para nos contar o que aconteceu em Willbrook e apesar de alguns membros da ERFE não estarem satisfeitos com a presença do meu irmão no palácio, eles sabem que não existe outra solução. Gostem ou não, nós precisamos de Estevan.

_ Boa tarde a todos. - Todos olhamos em direção a porta onde meu irmão, Aylin e dois guardas esperam por nossa resposta.

_ Boa tarde para vocês. - Elena fala educada, depois que percebe que nenhum de nós pretende responder. - Entrem e se sentem, nós já vamos começar.

Eles adentram a sala e seguem para as duas cadeiras ao lado da minha, sendo observados minuciosamente por todos na sala. Estevan puxa a cadeira para que Ailyn se sente e assim que tem certeza que ela está confortavel, ele se senta ao meu lado.

_Vocês já sabem porque estamos reunidos aqui e sinceramente não estou de bom humor para enrolação. Por isso, se puderem nos contar o que aconteceu em Willbrook com riqueza de detalhes, ficaremos gratos. - Michael é grosso e recebe um olhar mortal da minha irmã, mas não parece estar disposto a mudar sua atitude ao decorrer dessa reunião, e eu não o culpo por isso.

_ Estavamos no jardim durante o ataque, e antes que perguntem, não responderei porque não estava em meu quarto às duas da manhã. - Estevan começa a contar com sua expressão séria, mas o rosto vermelho da senhorita Miler à denuncia. - Nós ouvimos tiros vindos de dentro da clínica e quando olhamos, a ala norte já estava em chamas. Eu sabia que a única pessoa capaz de algo assim, atacar pessoa indefesas durante a madrugada, era a minha mãe, e por isso mandei que Ailyn se escondesse em um lugar seguro até que tudo terminasse.

_ Nós sabíamos que ela iria atrás de você, mas não imaginávamos que faria algo nessas proporções. - Elena fala o interrompendo por um minuto, mas em seguida ele voltou a nos contar.

_ Minha mãe queria que eu fosse com ela. Pelo que entendi, ela não confia nas pessoas que à estão ajudando e como eu sempre fui seu fiel escudeiro, aquele que nunca dizia não a ela, eu era a única escolha segura.

_ Quem à está ajudando? - Óscar pergunta olhando friamente para meu irmão, que parece não se importar com o olhar dele.

_ Eu não sei, mas já disse a Philip minhas suspeitas. Tudo que sei é que quando eu me recusei a ir com ela, Amélia ordenou que me matassem. - Estevan fala com frieza, mas eu posso imaginar o quanto isso o feriu, afinal ela ainda é  a mãe dele. - Eu só estou vivo graças a explosão da ala leste e a Ailyn, que conseguiu me tirar de lá a tempo.

Todos olham em direção a pequena jovem, que até então estava calada, mas quando percebe que esperamos que ela diga algo, começa a explicar sua parte da história.

_ Eu era enfermeira em Willbrook e em nosso treinamento, eles nós ensinaram a usar as passagens secretas que existem em baixo do prédio. Elas nos levariam em segurança para fora caso ouvesse um ataque no reino, bem como tem quartos com mantimentos para usarmos caso precisassemos de um abrigo seguro. Eu estava indo para essas passagens quando ouvi a explosão..... Eu simplesmente não pudia deixa-lo lá. - Sua voz é baixa, mas audível a todos. - Eu voltei correndo e o encontrei desmaiado perto dos arbustos, ele deve ter sido arremessado para longe pela explosão da cozinha e depois de ver que o príncipe estava vivo, eu o carreguei até os tuneis. Nós ficamos em um dos abrigos até que ele acordasse e depois viemos para cá. Você deveria ter ficado no táxi enquanto eu contava o que aconteceu.... - Sua voz é repreensiva para meu irmão, mas ele apenas sorri discretamente para ela antes de voltar a falar.

_ Eu conheço cada um de vocês e sei que jamais acreditariam nela sem provas, - Ele fala nos olhando seriamente e em seguida, volta sua atenção para a pequena mulher ao seu lado. - Por isso não fiquei no táxi.

_ E o que te faz pensar que acreditamos em você? Toda essa história pode ser uma mentira e Amélia pode facilmente, ter te mandado aqui para nos espionar. Além do mais, não querendo te ofender senhorita Miler, mas você não me parece forte o bastante para ter carregado o príncipe para onde quer que seja. - Ector se manifesta, demostrando sua desconfiança.

_ Nós só sabemos nossa força em momentos de crise; - Ailyn fala calmamente. - E eu sou bem mais forte do que pareço.

_ Meu caro Ector, eu não preciso da confiança de vocês. Eu poderia sim ser um espião e vocês não tem como saber que não sou, mas não me importo. Estou tentando ajudar, cabe a vocês confiarem em mim ou não.