61. Esperança....

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Entro em meu apartamento praticamente correndo e todos já me aguardavam na sala de estar, com expressões ansiosas em seus rostos.

Passo por eles rapidamente e vou até meu escritório, sabendo que estou sendo seguido. Ligo meu notebook assim que passo por minha mesa e me sento, sentindo a adrenalina correr em minhas veias.

_ Será que da para explicar o motivo de toda essa agitação. Por que nos chamou aqui Philip? - Luna pergunta impaciente, mas eu estou tão concentrado, que nem olho em sua direção, enquanto digito freneticamente em meu computador.

_ Eu sei como achar a Amy. - Falo ainda sem olhar pra ela, ou para qualquer outro em minha sala.

_ O QUE?! - Afonso grita incrédulo, o que me leva a parar de digitar para olha-lo repreensivo.- Como?

_ Eu fui visitar a Amber hoje e ela me lembrou que todas as joias da Cristal são asseguradas com micro-localizadores imbuídos para casos de roubo. - Falo voltando a digitar.

_ Isso quer dizer que você tem acesso a localização de cada joia feita por sua empresa em todo o mundo? - Evie pergunta e eu apenas balanço a cabeça positivamente.

_ E isso inclui o anel de noivado da senhorita Amy. - Alfred fala, olhando para mim com um sorriso de esperança renovada.

_ Nós finalmente temos por onde começar. - O senhor Red fala animado e eu sorrio para ele.

Meu sorriso se amplia ainda mais quando um mapa surge em meu computador e aos poucos começa a restringir áreas por país, estado, cidade, rua.... Até que um ponto vermelho começa a piscar na tela.

_ Melhor que isso. Nós sabemos exatamente onde acha-la. Alfred convoque a ERFE, precisaremos de toda a ajuda possível.

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Ametista

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Ametista

Sinto algo úmido tocar em minha pele e grito de dor.

_ Calma, vai ficar tudo bem. - Escuto a voz baixa de Conrad perto do meu ouvido e um certo alívio passa por mim. - Ela foi longe demais dessa vez. - A voz dele é sofrega e eu tento a todo custo não gritar, enquanto ele limpa minhas feridas, mas estou fraca de mais para lutar com a dor. Estou fraca de mais para suportar a angústia, fraca de mais para segurar as lágrimas. Estou fraca de mais para abrir os olhos, fraca de mais para me manter consciente....

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Acordo um tempo depois, ou o que eu penso ser um tempo depois. Eu não tenho noção nenhuma de tempo nesse lugar, mas posso garantir que cada hora parece uma eternidade. E mais uma vez estou sozinha, deitada na cama e com minhas novas feridas enfaixadas.

Essa tem sido minha rotina. Amélia me tortura de modo criativo e cruel até que eu desmaie e em seguida Conrad cuida de mim, me alimenta e as vezes tenta conversar, mesmo que tudo que eu queira é ficar sozinha.

Eu só quero que tudo acabe logo. Só quero que a dor e o medo vão embora.

_ AHHH. - Sinto uma dor excruciante no ventre que se espalha por todo meu corpo já em farrapos e meus olhos se enchem de lágrimas.

Tento me levantar, mas estou fraca e acabo indo ao chão, o que me provoca ainda mais dor e um aperto no peito, que me sufoca aos poucos.

_ HAAAA!- Grito mais uma vez, sentindo a dor me tomar e as lágrimas caem livremente sobre o meu rosto, quando escuto a porta sendo aberta.

_ O que está acontecendo aqui. - Escuto uma voz estranha e com um sotaque extremamente carregado se pronunciar e eu tento me encolher no chão, mas a dor não me permite.

Nem mesmo tudo o que sofri nesse cárcere pode se comparar a dor que estou sentindo agora. É como seu meu corpo fosse se partir ao meio e apesar de eu querer com todas as forças acreditar que não, eu sei exatamente o que está acontecendo.

_ AHHHH - Grito mais uma vez quando braços me levantam com brutalidade do chão, o que faz a dor aumentar ainda mais. Sinto algo líquido escorrer pelas minhas pernas, o que só multiplicar meu choro.

_ Mehr als Scheiße (mais que merda). - O tal homem fala em alemão enquanto me "coloca" de volta na cama, mas eu estou perdida de mais em minha própria dor, para me focar em suas palavras.- KLAUS! - Escuto o homem gritar e em seguida, ouço a porta ser aberta.

_ Was ist passiert? (o que houve?)- Escuto outra voz no quarto e tento me concentrar nas vozes ao invés da dor.- Meine Güte. ( minha nossa!)

_ Ruf den arzt an (chame o doutor).- Escuto novamente a voz do primeiro homem e finalmente olho em direção a eles. Mesmo minha visão ainda estando embasada pelas lágrimas e minha mente confusa pela dor.

Tento a todo custo não olhar para baixo, pois sei que o que ainda estou sentindo descer pelas minhas pernas, não é o líquido da minha bolsa estourada, por isso foco meus olhos na porta por onde Klaus acaba de sair e por onde o outro homem mal encarado esta passando nesse instante me deixando novamente sozinha, o que não dura muito, porque no segundo seguinte vejo Conrad entrar ofegante no quarto, com sua maleta em mãos e olhar preocupado.

_ Amy. - Ele vem até onde estou e se ajoelha ao lado da cama me olhando pesaroso.

_ Eles não vão sobreviver. - Falo em um sussurro olhando dentro dos olhos dele, enquanto aliso minha barriga redonda e choro pelo meu fim. - Eu não quero viver. - Digo sincera.

_ Não diga isso, vocês vão ficar bem. Eu vou te ajudar a trazê-los ao mundo e todos ficarão bem. - Conrad tenta me acalmar unindo sua mão a minha e eu a aperto fortemente, quando mais uma onda de dor me atinge com tudo.

_ Você não entende; - Falo entre dentes, enquanto espero que a dor diminua novamente, mesmo que o peso em meu coração não diminua. - Não ficaremos bem, ela não permitirá isso. Estamos todos mortos. - Falo a última parte mais para mim mesma e essa constatação foi como um choque de realidade.

Essa é minha sina, nunca poder ser feliz. Sempre nadar e morrer na praia. Sobreviver para continuar perdendo, mas agora isso não será mais necessário. Eu finalmente terei paz, eu só tinho que me permitir ser levada....

Uma princesa GG 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora