18. Briga....

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_ QUAL É A MERDA DO SEU PROBLEMA? - Amy grita a plenos pulmões e tudo que consigo fazer, é admirar cada mínimo movimento dela.

Apesar da escolha inusitada de roupas, ela nunca esteve tão linda e mesmo contra o meu plano, eu não contenho o sorriso ao vê-la em minha frete mais uma vez.

_ Do que você está rindo idiota?- Ela pergunta visivelmente nervosa e eu gargalho, mas me arrependo quando vejo um vaso de planta voar em minha direção.

_ Ta legal, acho melhor nós respirarmos fundo e nos acalmarmos um pouco. - Falo de maneira serena, enquanto agradeço aos céus por ter conseguido desviar do vaso.

_ Me acalmar. - Ela fala com escárnio na voz. - A última coisa que quero fazer é me acalmar. - Sua voz vai se alterando gradativamente, enquanto ela anda em minha direção como uma leoa. - EU QUERO GRITAR AOS QUATRO VENTOS O QUÃO CRETINO VOCÊ É. Pensando melhor... - Ela pega mais um vaso e joga em mim e esse passa bem perto. - Eu posso simplesmente te matar e acabar com todos os meu problemas. - Ela taca outro vaso e eu desvio, mas não rápido o suficiente para desviar do grampeador de ferro que ela jogou logo em seguida e que me atingiu em cheio, me fazendo cair sentado em minha cadeira meio zonzo.

Posso sentir o líquido quente e viscoso escorrer por minha testa e decido permanecer de olhos fechados por um tempo, até o mal estar passar.

_ Por que você tinha que voltar.... Minha vida estava boa demais para ser verdade. - Abro um olho e assisto enquanto Ametista anda de um lado para o outro como um animal enjaulado.- Céus, PORQUE EU NÃO POSSO TER PAZ PELO MENOS UMA VEZ.

_ Amy.... - Eu à chamo de maneira serena e finalmente a culpa me deu um belo tapa na cara.

Eu sabia que reconquista-la não seria uma tarefa fácil, mas de certo modo tinha esperança de que quando ela me visse de novo, o nosso amor seria mais forte do que o tempo, ou as minhas falhas. Já deveria saber que a vida não é um conto de fadas.

_ Por que você voltou Philip? - Ela me pergunta mais calma, mas sem olhar para mim.

_ Eu voltei por você. - Sou sincero. - Eu sei que errei e fui o maior dos cretinos, mas eu te amo. - Falo o que a quase dois meses está entalado em minha garganta.

_ Quando era pequena, eu passei por situações horríveis que me marcaram para sempre. E depois que fui adotada, eu passei anos tendo pesadelos com meu passado até que conheci o prazer de cozinhar, de criar o novo com elementos simples e depois disso, eu nunca mais tive pesadelos, até agora. - Ela vira em minha direção e seus olhos marejados me partem o coração - Suas palavras me assombram todas as noites, aquela maldita sena se repete no meu cérebro incessantemente e graças a você, dormir se tornou o meu inferno pessoal. Agora você volta e diz que me ama, como se nada tivesse acontecido, o que você esperava que fosse acontecer?

_ Me perdoa meu amor, eu nunca quis que nada disso acontecesse. Eu tentei te proteger de todo o mal que minha família de loucos poderia te causar e acabei me tornando o mal do qual eu queria te proteger. Deveria ter te contado tudo desde o início, mas fui fraco e deixei que os meus receios falassem mais alto do que meu coração. Me perdoa por favor.

_ Eu não posso. A mágoa que eu sinto é grande demais para que eu te perdoe. - Ela já estava em lágrimas e eu também.

_ Então ao menos me deixe explicar o que aconteceu. Me deixe te contar a verdade, permita que eu alivie um pouco a dor que está em meu peito desde o momento que te vi indo embora.

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Ametista

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Ametista

Depois de ouvir toda a história, eu só conseguia pensar na quantidade de mentira e manipulação que ele teve que fazer para estar aqui e apesar de ser por uma boa causa, saber que alguém é capaz de mentir tanto, ainda me assusta. Quem é realmente o homem sentado a minha frente.

O silêncio na sala é aterrador, minha mente se embola em explosão de sentimentos e eu não sei qual caminho seguir.

_ Por favor, diga alguma coisa. - Ele se manifesta, depois de um tempo em completo silêncio.

_ Eu tenho que ir. - Me levanto para ir embora e paro no meio do caminho quando ele me chama. - Sabe o que é pior.... - Falo me virando em sua direção e tentando ao máximo não voltar a chorar. - Eu teria te apoiado e ficado do seu lado, se tivesse me contado.

Volto a caminhar para fora e dessa vez ele não me impede. Sigo para o elevador, mas antes que eu tenha a chance de passar pela recepção, uma dor aguda me faz gritar e me curvar sobre meu próprio corpo. Tento me levantar quando sinto um pouco de alívio, mas antes que eu de mais uma passo a dor me atinge novamente. Eu sei exatamente o que isso significa e essa certeza, me faz chorar compulsivamente.

Sinto braços fortes envolverem minha cintura e mesmo contra minha vontade, meu coração se aquece.

_ O que aconteceu meu amor? - Ele fala em meu ouvido e eu não consigo parar de chorar. A dor é muito forte.

_ Me ajuda. - Falo quase em um sussurro em meio a dor e as lágrimas.

_ Você está sentindo dor? - Ele pergunta visivelmente preocupado e eu apenas aceno com a cabeça positivamente.

Sinto os braços dele passarem por debaixo das minhas coxas e em segundos eu já estou em seus braços. Philip me leva em direção ao elevador, depois de falar alguma coisa para sua secretaria que eu não prestei atenção.

_ Vai ficar tudo bem. Eu vou te levar para o hospital. - É tudo que eu escuto antes de apagar.

Deus salve meus bebês....

Uma princesa GG 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora