16. O julgamento

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A cerimônia de coroação de Elena foi linda e saber que minha irmã foi aceita pelo povo, enche meu coração de alegria. Elena e Ariel são o que Genóvia precisa e sei que eles não vão desapontar.

_ Todos de pé para receber a rainha e o príncipe consorte. - O meirinho anuncia e todo o grande conselho se levanta para recebe-los.

Vejo o novo casal real entrar com elegância na sala da corte e assim que eles se sentam no trono, todos voltam a se sentar.

_ Boa noite a todos..- Elena da as boas vindas, enquanto volta a se levantar. - É com pesar que estamos reunidos essa noite para o julgamento da ex rainha Amélia Branchitt Bojuere Reinald e do príncipe Estevan Bojuere Reinald. Tragam os réus.

O burburinho se torna incontrolável no exato momento que Amélia e Estevan adentram o salão escoltados pelos guardas. Eles não se parecem em nada com uma rainha e um príncipe. Suas roupas são esfarrapadas e sujas, suas mãos e pés descalços estão acorrentados, e a expressão de derrota no rosto de Estevan é assustadoramente reconfortante.

_ Ajoelhem-se diante da sua rainha. - Posso ouvir o guarda falar a eles, mas apenas Estevan obedece.

_ Ora, ora, o que temos aqui. A princesinha conseguiu o que sempre quis. O trono. - Amélia começa a destilar seu veneno, assim como uma cobra que teve a cabeça cortada. - Qual o gosto do poder Elena? É bom, não é.

_ Ajoelhe-se. - O guarda fala mais uma vez com Amélia e o olhar gélido dela em direção ao homem, não lhe faz nenhum efeito. Ela não tem mais poder algum e isso faz dela apenas uma plebéia insolente e rebelde.

_ Pode deixar que fique como está. - Elena se manifesta, quando vê o segundo guarda se aproximar para subjugá-la. - Quero olhar em seus olhos durante o julgamento. - Elena fala diretamente para ela, com um sorriso discreto em seu rosto. - Estes nobres estão sendo acusados de traição, complô contra o reino, formação de quadrilha, sequestro, cárcere privado, tentativa de assassinato, tortura, genocidio e pelo assassinato do rei Joseff Reinald segundo. Como se declaram?

_ Inocentes. - Amélia fala pelos dois e meus olhos não saem de Estevan, que continua ajoelhado com o rosto abaixado e ombros caídos.

_ Nesse caso, - Elena sorri debochada - Podemos começar.

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Vocês já tiveram a sensação de que não conheciam alguém que conviveu com você à vida toda?! É exatamente assim que estou me sentindo. A cada nova prova apresentada pelo primeiro ministro contra Amélia e Estevan, eu tenho mais certeza de que nunca os conheci verdadeiramente. Eles são pessoas horríveis e merecem o que está por vir.

_ ....Depois de todas as provas apresentadas, é impossível negar o óbvio. O conselho os considera culpados de todos os crimes e esperamos que a justiça seja feita. - O primeiro ministro encerra sua palavras, dando espaço para que Elena de a sentença final.

_ Você me perguntou Amélia, qual é o gosto do poder. - Elena começa a falar e eu fixo meus olhos em Amélia. Ela já não tem o mesmo olhar de poder e prepotência de quando entrou nessa sala, sua aparência abatida, demonstra todo medo que ela está sentindo. - O poder tem gosto amargo como o féu, mas depois de muitas doses o gosto já não importa mais.

Ariel se levanta e estende a mão para Elena que a segura, se levantando logo em seguida. Chegou a hora.

_ Nós como regentes e reis deste país, declaramos os réus culpados por todos os crimes apresentados nesse tribunal. Estevan Bonjuere Reinald, por conspirar contra a coroa, por orquestrar uma chacina e ser cúmplice do assassinato de rei Joseff Reinald segundo, nós o condenamos a prisão perpétua na clínica psiquiátrica wilbroock,  onde será acompanhado por médicos especializados e deverá fazer testes comportamentais anualmente.

Escuto atentamente o veredito e me lembro da conversa que tive com Elena horas antes, sobre a condição psicológica de Estevan. Meu irmão foi diagnosticado com esquizofrênica crônica aguda e depressão, o que o torna perigoso para os outros e principalmente para si mesmo.

_ Amelia Branchitt Bojuere Reinald, por conspirar contra a coroa, por orquestrar uma chacina, por sequestro, por cárcere privado, tentativa  de assassinato e pelo assassinato de Joseff Reinald segundo, nós a condenamos a morte, mas essa sentença só será comprida após o período de quinze anos presa nas masmorras do castelo, onde deverá ser tratada como prisioneira de guerra. - As palavras de Ariel ressoam pelas paredes do lugar e eu posso ver o desespero tomando conta de Amélia quando os guardas se aproximam.

Os gritos dela podem ser ouvidos por todos os lados, assim como suas ofensas e ameaças, mas tudo em que consigo pensar é que, finalmente acabou.

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