Uma princesa GG 2

28. A cobra

Entro no quarto, ainda sentindo o calor infernal em que meu corpo se encontra. Sigo para o banheiro, mas antes que eu entre a campainha começa a tocar e por um segundo penso em deixar que toque, mas no minuto seguinte, cá estou eu indo em direção a porta, com a frustração estampada em meus rosto.

Já estou em frente a porta, quando a campainha para de tocar, mas eu resolvo abrir assim mesmo, porque já que eu andei até aqui, no mínimo tenho que saber quem é. Como esperado, a pessoa não está mais lá e minha frustração só aumenta ainda mais, quando vejo a caixa com o logo do Flor da Manhã na tampa, que foi deixada no chão.

_ Só pode estar de brincadeira.

Me abaixo, sentindo minha coluna reclamar e pego a caixa, enquanto xingo até a décima geração de quem a deixou ali.

Entro novamente no apartamento, coloco a caixa em cima da bancada da cozinha, mas assim que a abro, meu coração dispara e eu começo a suar frio.

Ali, em cima da bancada da cozinha, dentro de uma caixa de entrega do meu restaurante, está uma cobra e eu a carreguei para dentro, apoiada em meu corpo.

Eu não consigo gritar, tudo que faço é olhar para o animal, agora saindo da caixa e começando a se rastejar pela bancada.

_ Amy, quem era na porta? - Escuto a voz de Philip me chamar, mas a minha voz está presa na garganta. - Amy, está tudo..... - Ele está atrás de mim, enquanto eu aponto para o bicho asqueroso rastejando livremente pela bancada e seguindo para uma das banquetas próximas a ela.

Sinto Philip me puxar para longe da cozinha e quando finalmente estou numa distância segura, sinto minhas pernas fraquejarem e meu corpo só não vai ao chão, porque ele está me segurando.

Philip me coloca sentada no sofá, mas antes que ele se afaste eu o seguro.

_ Eu só vou prender a cobra na cozinha e já venho ficar com você. - Ele fala devagar, como se eu fosse uma criança e eu apenas aceno com a cabeça.

Assisto enquanto ele vai até a cozinha e puxa a porta se correr que a separa da sala e antes de voltar até onde estou, ele pega o telefone fixo, já discando um número.

Philip se senta ao meu lado no sofá e me puxa para perto, me aninhando em seu peito, enquanto passa sua mão suavemente em minhas costas.

_ Senhor Wilson, tem uma cobra no meu apartamento e o senhor tem a ousadia de me desejar boa noite?! - Philip fala irritado ao telefone. - Não sei, talvez ela tenha passado se arrastando pelo chão da portaria, apertado o botão do elevador e vindo até a cobertura. - Philip é irônico. - Ou talvez o senhor não estava em seu posto e não viu um estranho entrando no prédio com uma caixa na mão. Caixa essa que foi colocada na minha porta e que a minha mulher grávida pegou, trazendo esse bicho asqueroso para o nosso apartamento.

As veias da testa de Philip estão saltadas e seu rosto está vermelho tamanha a raiva que ele está sentindo. E eu aproveito que estou mais calma, para acalma-lo também, até porque o pobre do seu Wilson não é totalmente culpado por esse atentado.

_ O que eu quero que o senhor faça? - Ele ri sem humor.- EU QUERO QUE O SENHOR TIRE ESSE BICHO DAQUI, E DESCUBRA QUEM FOI O CRETINO QUE O TROUXE.

Calmamente eu vou passando a mão por seu abdômen descoberto e em pouco tempo, posso ouvir sua respiração começar a falhar.