5. Recomeçar

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As coisas mudam. E mudança é algo bom. -Richard Castle.

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Megan Rostova.

-Izabelly Bessa! -Chamei ela, fazendo a mesma dar um pulo pelo susto.

-Meu Deus, Megan.... -Ela botou a mão no coração de forma dramática. -Tá querendo me matar?

-Depende. -Me desencostei da porta e caminhei até ela. -Dá pra você me explicar quem é aquele idiota?

Ela engoliu em seco, e respirou fundo.

-Você tá com fome? -Ela me olhou nervosa. -Porque eu tô morrendo, e vou fazer umas panquecas com cobertura de chocolate e morango.... que tal conversarmos enquanto comemos?

Encarei ela com os olhos semicerrados.

-Você não tá tentando me enrolar não, né?

-Eu? Não, claro que não. -Ela finalmente destrancou a porta, e entramos.

-Pode ir falando. -Disse de uma vez, e me sentei no balcão.

-Porque você tá tão interessada nele? -Ela me olhou desconfiada.

-Por nada. Só curiosidade. -Dou de ombros.

-Sei... -Ela começou a preparar a massa da panqueca. -Eu percebi isso pela forma que você provocou ele, e depois ainda jogou whisky na cara do coitado.

-Ele tentou roubar o Clóvis de mim. Foi mais que merecido. -Sorri cínica.

-Clóvis? Sério que você deu nome pro seu carro? -Ela me encarou incrédula.

-Mas, é claro que sim. -Rebati.

-Você é estranha. -Ela riu.

-E vocês se conhecem há muito tempo? -Mudei de assunto.

-Uns 13 anos. Eu e meu irmão somos os melhores amigos dele. -Ela sorriu triste. -Na verdade, acho que somos os únicos amigos dele.

-Mas, porque? Ele tem algum problema, ou algo assim? -Minha curiosidade só aumentava.

-Ele não é retardado. -Ela revirou os olhos. -Ele só... teve uma infância complicada. E isso afeta qualquer um. Acho que no fundo, ele só quer ser feliz.

-É, eu sei. -Engoli em seco. -Mas, ele é bandido, né?

-É... não. Ele só é impulsivo, e às vezes, faz coisas que não deve. -Ela gagueja. -Mas, nada perigoso. Acredite.

-Isso não é da minha conta mesmo. -Fingi desinteresse. -Eu nem conheço o cara.

-Mas, pode conhecer. -Ela abriu um sorriso. -Vocês não tiveram um bom começo... mas, garanto que podem se tornar grandes amigos.

-E quem disse que eu quero ser amiga daquele... idiota? -Revirei os olhos.

-Eu não sei.. você ficou me esperando chegar a noite toda só pra perguntar dele...

-Não foi a noite toda. -Rebato.

-São quase 4:30 da manhã, Megan.

Olhei o relógio de parede dela, e quase caí do balcão.

-Eu não tinha nada melhor pra fazer. -Dei de ombros.

-Vou fingir que acredito. -Ela me entregou um prato com uma panqueca coberta de chocolate.

Enquanto comíamos, mudei de assunto. Ela não precisa saber que eu fiquei intrigada com esse Jason.

♦♦♦♦♦♦♦

Sinto o vento frio bater contra o meu rosto enquanto corro. Estava um dia nublado e frio, mas isso não me impediu de fazer minha corrida matinal.

Me sentei em um banco, e respirei fundo. Mesmo com o tempo frio, eu estava suada. Esperei minha respiração se regularizar, então me levantei e fui em direção á cafeteria.

Me sentei em uma das mesas afastadas, e pedi um café. Me distraí vendo algumas mensagens no meu celular, enquanto tomava o líquido fervente.

Alguém se sentou á minha frente, e quando ergui o olhar pra avisar que eu não queria companhia, meus olhos se arregalaram com a surpresa.

Jason.

-Mas, o que... Você está me seguindo? -Perguntei brava.

-Bom dia pra você também, Nazaré. -Ele sorriu debochado, e tomou um gole de seu café. -Tão gentil como sempre.

Revirei os olhos, e me controlei pra não pegar meu café, e jogar na cara dele.

-O que você quer? -Encostei minhas costas na cadeira, e cruzei os braços, o encarando séria.

-Eu vim comprar um café, e te vi aqui. -Ele dá de ombros. -Só vim cumprimentar você.

-Veio comprar um café? -Rio.

-Porque a graça? -Ele franze o cenho.

-É engraçado. Você mora no outro lado da cidade, e vem comprar café justo aqui? -Arqueei as sobrancelhas. -Se eu fosse paranóica, diria que você está me perseguindo.

Ele riu, jogando a cabeça pra trás. E Deus, que sorriso lindo...

O que!!?? Se controla, Megan.

-Olha, garota... -Ele disse quando parou de rir. -Acho que você não sabe, mas eu moro há dois quarteirões daqui.

Meu sorriso se desfez.

-Eu achei que você fosse dono daquele bar...

-Eu sou. -Ele sorriu. -Mas, não moro nele.

-Então, porque eu nunca te vi por aqui?

-Porque eu não sou obrigado a estar nos mesmos lugares que você. -Seu sorriso se alargou.

Que idiota.

-Porque você não se engasga com esse café, e morre? -Rebati.

-Você é muito piadista, Nazaré. Devia trabalhar em um circo.

Porque ele está me chamando assim?

-Esse não é...

-Eu quero te pedir desculpas por ontem. -Ele me interrompeu.

Franzi o cenho.

-Não devia ser eu fazendo isso?

-Você só estava se defendendo. Eu não devia ter sido tão babaca. -Ele não estava me olhando nos olhos. E se tem uma coisa que eu aprendi, é que quando uma pessoa não te olha diretamente nos olhos, ela está mentindo.

-Não tem problema. Eu também te insultei. -Falei calma.

-Então... Nós podemos esquecer isso, e começar de novo? -Ele voltou a me encarar.

Analisei ele por alguns segundos. Não sei o que  Jason quer, mas ele não está sendo totalmente sincero. Seja lá qual for o jogo, eu vou ganhar. Eu sempre ganho.

-É claro. -Sorri abertamente, em uma perfeita atuação.

-Você vai ter que me dizer seu nome. -Ele riu. -Porque eu tenho certeza que não é Maria Nazaré das Graças.

Só então me lembrei que havia dito isso pra ele na noite passada.

-É, tem razão. Esse não é o meu nome.

-Então... -Ele estendeu a mão pra mim. -Muito prazer. Eu sou Jason Scott.

Apertei sua mão estendida, e sorri.

-Megan Rostova.

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FELIZ NATAL!!!!! 🎄🎄🎅

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