10. Uma garota em um bar

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Ele disse que nunca ia me machucar. É o que as pessoas sempre dizem antes de te machucarem. -Kate Beckett.

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Megan Rostova.

Meu dia começou da pior forma possível. Ainda era cedo quando Natalie me ligou, chorando, e contou o que havia acontecido. Minha reação instantânea foi dizer que eu estava voltando pra Moscou, mas ela se apressou em contra argumentar. Ela não queria que eu abrisse mão do meu sonho por causa dela.

Eu não queria deixá-la sozinha em um momento tão doloroso como esse. É a minha irmã, e eu deveria estar ao lado dela, dando meu total apoio. Mas, minha irmã é tão cabeça dura quanto eu, e no final, ela conseguiu me convencer a ficar.

Eu precisava aliviar toda a adrenalina que estava pulsando em minha corrente sanguínea. Então, fui fazer a minha caminhada matinal. Mas, naquele dia, eu estava correndo, correndo como se minha vida dependesse disso. Enquanto eu corria, a minha vista embaçava por conta das lágrimas idiotas que se acumulavam em meus olhos.

Depois de muitas voltas, eu parei. Respirei fundo, controlando o choro, mas havia um nó em minha garganta, que me impedia de raciocinar direito, de respirar.

Entrei no prédio sentindo minhas pernas fraquejarem. Agradeci mentalmente pelo elevador estar vazio.

Eu me sentia sufocada. Parecia que o elevador estava sem oxigênio, e isso só contribuiu ainda mais pra eu entrar em pânico. Minha bombinha de asma não estava comigo, e nem forças pra pedir socorro eu tinha. Me arrastei pelas paredes do corredor, sentindo as lágrimas quentes descerem, molhando minhas bochechas. Eu só queria sumir. Queria esquecer de tudo. Eu precisava respirar.

Quando senti meu corpo perder o equilíbrio, tive certeza que ia cair no chão, e morrer ali mesmo. Mas então, ele apareceu. Jason estava ali. E ele parecia realmente preocupado comigo.

Foi difícil eu me convencer que as suas intenções eram genuínas, mas estaria mentindo se dissesse que não gostei da forma que ele cuidou de mim. Vê-lo com aquela carinha preocupada, a forma como os olhos dele me fitavam, tão gentis.

Acho que foi a primeira vez que conversamos honestamente, ele me viu vulnerável, e eu vi uma parte humana dele.

Fiz a coisa certa perdendo a aposta pra poder sair com ele.

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-O que você acha desse? -Mostro um vestido verde tomara que caia pra minha melhor amiga.

Iza o olha como se ele fosse um pedaço de pano de chão, e revira os olhos.

-Muito morto. -Ela diz.

-E esse? -Mostro o vestido rosa bebê, e isso só faz ela fechar a cara ainda mais.

-Pelo amor de Deus, Megan! Se você vestir isso, vai parecer uma patricinha de Beverly hills. E nós duas sabemos que você não é.

Pego a peça de roupa em minha mão, e a jogo com raiva na cama, fazendo Iza explodir em uma gargalhada.

-Você tinha que ver sua cara. Esse é seu primeiro encontro, por acaso? Você parece uma adolescente apaixonada pelo cara popular da escola. -Ela debocha.

Fuzilo ela com o olhar, sentindo meu rosto queimar de vergonha.

-Eu acho que você tá se fazendo de cega. -Ela levanta da minha cama, e caminha até meu guarda-roupa, tirando um vestido de lá, preso em um cabide. -Esse é o vestido.

Fico encarando o vestido azul escuro, justo e colado, de ombros caídos. Ele é bem simples, porém muito bonito. Comprei há um tempo, mas nunca usei.

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