25: garota, meu coração está se partindo

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"O amor nos torna doentes, assombra nossos sonhos, destrói os nossos dias. O amor matou mais que qualquer doença".
- Once upon a time.

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JASON MARTINELLI.

Eu passei anos sendo torturado como um maldito presidiário condenado por cometer os crimes mais monstruosos e imperdoáveis quando na verdade eu era apenas um garotinho assustado e ingênuo.

Todo esse inferno serviu pra me transformar em uma pessoa miserável e vazia, incapaz de sentir qualquer coisa. O filho que Thomas tanto desejou.

Acabei me acostumando com a dor. Na verdade, eu até que aprendi a gostar dela. Às vezes, eu precisava sentir pra ter certeza de que ainda estava vivo. Que ainda era capaz de sentir alguma coisa.

Agora, mais do que nunca, eu precisava sentir. Qualquer dor física seria melhor do que essa dor que eu sentia dentro de mim. Era invasivo, desconfortável, e incomodava como o inferno. Um tipo de dor que eu nunca havia experimentado.

Era a porra do meu coração.

Ser chamado de monstro por Megan, junto com o olhar de nojo dela desencadeou essa merda toda de sentimentalismo. Qualquer coisa pra fazer isso passar.

Qualquer coisa.

- Então, Jason.... - Thomas me estendeu um copo de whisky, e tomei um grande gole. - Qual é a porra do seu problema?

Ele estava sentado à minha frente, implacável como aço, e sombrio como o Diabo. Tentei não me intimidar com o olhar incendiário que meu pai me direcionava.

- O que? - Me fiz de desentendido.

- O que essa garota tem entre as pernas que te prendeu desse jeito?

- Olha como fala dela! - Me alterei, e apontei um dedo pra ele.

O arrependimento foi instantâneo.

- Puta que pariu, a situação é pior do que eu esperava, caralho... - Ele resmungou e revirou os olhos.

- O que você vai fazer a respeito? - Desafiei, lançando meu olhar destemido a ele.

Thomas ficou em silêncio apenas me encarando por longos segundos. Eu queria sair daqui, conseguir um pouco de ar puro, ou um soco nas bolas, qualquer coisa que não envolvesse ter que encará-lo tão diretamente por tanto tempo.

- Eu? Nada. - Ele sorriu tranquilamente. - Você é quem vai.

Minhas sobrancelhas se franziram em confusão.

- É claro que eu não estava falando sério quando disse que quero ela como sua your lady. Essa garota é tóxica pra você. - Ele quase parecia um pai preocupado.

- Não entendo. Achei que você quisesse...

- Uma russa de nariz empinado que acha que sabe de alguma coisa? - Ele desenhou. - Ah, por favor. Você merece coisa melhor. Uma mulher devidamente criada e treinada pra ser sua esposa e sua submissa. O único papel de uma your lady é nos dar herdeiros e manter a aparência. O resto você pode conseguir com qualquer prostituta. Essa garota seria um grande problema com aquela personalidade explosiva, e você iria comer na mão dela como uma verdadeira cadelinha.

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