9. O sangue que corre em minhas veias

4.1K 384 469
                                    


Encontrar verdades sobre quem você é nunca é fácil. -Elizabeth Keen.

♣♣♣♣♣♣♣♣♣♣

Jason Martinelli.


A primeira coisa que me dei conta ao acordar, foi a terrível dor nas costas pela má posição que dormi. A segunda, que Megan não estava mais aqui. Por um segundo, eu realmente achei que ia acordar com ela abraçada a mim.

-Você dormiu aí? -Iza me encara sonolenta, ela está segurando uma caneca de café.

-Sim. Porque? -Me levanto, e tento estalar minhas costas, na tentativa de diminuir o desconforto.

-Era pra você ter ido dormir de conchinha com o Maddox. -Ela ri, e eu reviro os olhos.

-Muito engraçadinha.

-Aliás, o que vocês vieram fazer aqui ontem? -Sua expressão muda de repente.

-Não tínhamos nada melhor pra fazer. -Dou de ombros.

-Ninguém pra matar, você quer dizer. -Sua voz sai dura.

-Qual é, Isabelly. -Me aproximo dela e seguro seus ombros. -Você não apoia nossas ações. Mas, essa é a vida que nós temos. Não podemos fugir do cartel Martinelli. Eu não posso.

Ela respira fundo, e concorda silenciosamente.

-Você acha... Hm.. Você acha que se o Maddox pudesse sair disso... Ele sairia? -Ela não me olha nos olhos.

-Você devia perguntar pra ele. -Dou um beijo em sua testa, e pego meu celular em cima do sofá.

-Você não vai tomar café com a gente? -Ela pergunta quando eu já estou saindo.

-Vai tirar a bunda do seu irmão daquela cama, ele te faz companhia. -Lanço uma piscadela pra ela antes de sair.

Assim que ponho os pés no corredor, sinto como se um balde de água tivesse sido jogado em cima de mim quando avisto Megan se arrastando pelas paredes, quase inconsciente. Ela tenta andar, mas seus pés vacilam a cada passo. Me apresso em segurá-la antes que ela caia no chão.

-Megan, Megan.... -Toco seu rosto, fazendo-a me encarar. Seus olhos estão transbordando de lágrimas. -O que você tem?

Assim que ela me vê, seus olhos relaxam, como se ela estivesse aliviada por eu estar aqui.

-Não. Dá. Pra. Respirar. -Ela fala com um grande esforço. Sua pele está pálida e gélida, me fazendo entender.

-Você tem asma. -Concluo.

-A minha... Bombinha. -Ela puxa o ar com força, mas sua voz não passa de um sussurro. Não entendo o porque de ela estar chorando.

-Eu vou te levar, calma. -Com cuidado, pego ela em meus braços. Ela não resiste, está fraca demais pra isso.

Como eu pensei, a chave reserva estava escondida em um vaso de plantas ao lado da porta dela. Abri o mais rápido que pude, e quando entrei, não pude deixar de reparar na decoração super moderna dela.

-Onde tá sua bombinha? -Perguntei assim que deixei ela no sofá.

-Na bancada... -Ela sussurrou.

Corri até lá e avistei o objeto. Peguei, e entreguei a ela. Assim que Megan inalou aquilo, pude ver o alívio em seu olhar. Longos minutos se passaram até que ela inalasse uma última vez, e deixasse o objeto de lado.

-Bem melhor. -Ela sussurrou pra si mesma depois de se sentar corretamente.

-Você está bem? -Toquei seu rosto mais uma vez, enxugando suas lágrimas, em um ato totalmente involuntário. Ver ela chorar era como levar vários socos ao mesmo tempo.

Knockdown #1 Onde histórias criam vida. Descubra agora