26.1: sangue na ferida

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"Eu odeio ser um veneno pra todos que ousam gostar de mim. Principalmente você.
Lúcifer.

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JASON MARTINELLI.

Eu tentei deixá-la.

Por mais que soubesse dos riscos, minha razão perdeu pro meu coração. Eu só queria ter certeza de que ela estava bem, de que estava conseguindo seguir em frente.

Por semanas, eu fui a sombra de Megan. Seguindo ela discretamente, fiquei aliviado ao chegar à conclusão de que ela estava bem. Fisicamente, pelo menos. Thomas estava cumprindo sua parte do acordo, ela estava segura.

Hoje era a grande noite dela. A noite em que ela se tornaria oficialmente uma agente do FBI.

Queria poder estar lá com ela, sorrindo como um idiota quando ela recebesse seu distintivo e depois poder dizer o quanto eu me orgulhava da mulher forte e independente que ela é.

Mas, era arriscado demais.

Eu teria que me contentar em apenas ficar feliz por ela, de longe.

— Hey, desculpa o atraso. — Iza me deu um beijo na bochecha e se sentou na cadeira à minha frente.

Estávamos em nosso restaurante de comida chinesa preferido. Eu a convidei pra almoçar comigo, e fiquei até surpreso quando ela aceitou sem hesitar. Izabelly e eu não estávamos no nosso melhor momento, mas assim mesmo, ela não me abandonou.

— Sem problemas, eu acabei de chegar também.

— Você tá um lixo. — Ela fez uma careta ao me encarar melhor.

— Um lixo muito bonito. — Sorri fraco.

Minha barba estava grande, meus olhos repletos de olheiras escuras e meu rosto  cheio de hematomas recém cicatrizados.

— Como você está? — Perguntei.

— Bem, eu estou bem. — Ela forçou um sorriso. — Acho que estou melhor que você.

— Não mente pra mim, Bessa. Eu te conheço. Você está tão mal quanto eu.

O olhar dela vacilou por um segundo, e foi o suficiente pra eu enxergar o sofrimento ali presente. Izabelly nunca foi boa em esconder suas emoções, principalmente de mim.

— Ei.... — Toquei sua mão em cima da mesa. Ela me encarou relutante. — Sinto muito por tudo. Eu devia ter te escutado antes. Nada disso estaria acontecendo se eu não fosse tão escroto.

— Um grande filho da puta escroto. — Ela enfatizou.

Sorri por dentro.

— Ele ainda te procura?

— Todos os dias. — Ela suspirou. — Claro, ele só não bateu na minha porta ainda porque está se recuperando. Mas,  eu já cansei de recusar as ligações, ignorar as mensagens... — A voz dela falhou. — Não é tão fácil.

— É, eu sei.

— A Megan agora está segura, mas olha o que isso custou. Ela nunca está em casa, e faz de tudo pra nós não cruzarmos no corredor ou em qualquer outro lugar. Ela me odeia.

— Se te serve de consolo, ela me odeia muito mais. — Resmunguei.

— Bem, não podemos julgá-la. Você meio que merece tudo isso.

Knockdown #1 Onde histórias criam vida. Descubra agora