20.2 : La Santa Semana

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"Se eu pudesse voltar pro dia em que nos conhecemos, eu provavelmente teria ficado em casa"
-Dó re mi.

♣♣♣♣♣♣♣♣

Jason Martinelli.

-Jason.

Eu paralisei.

Simplesmente paralisei diante da voz tão conhecida que chamou meu nome naquele momento. De repente, não existia mais toda a tortura que eu estava praticando. Não existia mais o homem quase morto que eu estava espancando sem dó, sujando meu terno com seu sangue, alimentando a escuridão dentro de mim. Não existia mais a diversão em meu ato. Tudo parou.

-Jason. -Ela chamou novamente. Sua voz não passava de um sussurro apavorado.

Respirei profundamente antes de criar a coragem necessária para me virar e encará-la. Ela estava tão linda naquele vestido vermelho quanto eu me lembrava, mas o brilho que eu vi mais cedo em seu olhar não estava mais ali. Só havia uma sombra assustada. Seu olhar escureceu ainda mais quando encontrou o meu. O que ela estava sentindo nesse momento? Nojo? Repulsa?

Medo?

O mundo ao nosso redor parecia ter sido colocado no mudo. Apenas o zumbido dos meus pensamentos gritavam em minha meus ouvidos.

Seus olhos estavam arregalados, eu podia ver o subir e descer acelerado de seu peito, as mãos trêmulas e o corpo congelado no lugar.

-Megan... -Comecei. Mas o que eu poderia dizer? -Eu...

-É tudo verdade. -Ela me interrompeu, falando baixo, mas firme. Olhando pras minhas roupas ensanguentadas, o sangue em minhas mãos. Ela deu um passo pra trás, como se estivesse com medo de mim. Ela está com medo de mim? -É tudo verdade. -Megan repetiu, sua voz firme ecoando no silencioso local.

♦♦♦♦♦♦♦♦♦

4 dias antes.

Chuto as costelas de Robert com força, fazendo ele cuspir sangue instantaneamente. Desnorteado, ele tenta se arrastar pelo chão, cada vez mais fraco e ferido.

-Eu espero que esteja doendo. Que você esteja sentindo cada pontinha de dor. -Falei tranquilamente, caminhando até ele. -Espero que esteja sendo a pior dor que você já sentiu na vida, seu filho da puta desgraçado.

Puxei o gatilho mais uma vez, atingindo sua perna esquerda dessa vez. Ele gritou, e o sangue começou a se acumular ao redor de onde ele estava.

-De que adianta me matar? -Ele me encarou irônico, quase rindo. Mas, era óbvio o tamanho do desespero dele pela vida. -Isso não vai trazer seus amiguinhos de volta.

-Desgraçado! -Avancei nele, socando seu rosto repugnante até meus punhos sangrarem, mas eu não sentia nada, apenas o ódio me consumir.

Ele merecia isso.

Robert Hiron matou metade dos meus melhores homens apenas pra provocar minha ira, e conseguiu. Agora, ele estava aqui, prestes a morrer. Não se tratava apenas da tortura física. Era a tortura psicológica que fodia a maldita capa de durão que ele tanto tentava manter.

-Você falhou, Robert. Você é só um pedaço de merda ambulante e insignificante pro mundo. Mas, não se preocupe. Logo, isso não será mais problema. -Apontei a arma em sua cabeça. -Te vejo no inferno.

E lá estava o olhar apavorado que tanto aumentava meu ego. O olhar que todos sempre me direcionavam em seus últimos segundos de vida. Com Robert não foi diferente. Puxei o gatilho sem hesitar, sentindo a excitação pelo ato começar a se espalhar pelo meu sistema sanguíneo.

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