27: como nós colidimos

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"Ligue as luzes, amor, eu me rendo esta noite
Apesar de eu não ser perfeita, eu me sinto assim aos seus olhos
Ligue as luzes, amor, eu não quero me esconder de verdade, não hoje a noite
Venha e se choque comigo, porque eu quero que nós nos colidamos".

Collide, Rachel Platten.

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JASON MARTINELLI.

Eu a observava fascinado.

A leveza de seus movimentos completamente involuntários de morder a ponta da caneta enquanto seu cenho se franzia em uma careta adorável conforme pensava.

— Tudo bem aí? — Perguntei de provocação.

— Calado. — Ela advertiu sem desviar o olhar da revista em suas mãos.

— Você não vai me dar atenção enquanto não conseguir acertar a última palavra, não é? — Resmunguei.

— Calado. — Ela repetiu, mais irritada dessa vez.

Com a paciência esgotada, empurrei a revista, que caiu no chão facilmente. Megan se virou pra mim com os olhos brilhando de raiva.

— RIDÍCULO! — Ela esbravejou e me deu um tapa bem forte.

— A última palavra era barco.

Ela arregalou os olhos e pegou a revista do chão, confirmando que minha resposta estava certa.

— Porque você... Exibido!

— Posso ter sua atenção agora? — Perguntei com um sorrisinho.

Ela me encarou emburrada por mais alguns segundos e então abriu um fraco sorriso.

— Eu tô dando pra você há dois dias, preciso de outra atividade que não envolva nosso sexo arrebatador.

— Arrebatador? — Encarei a mancha vermelha em seu queixo que minha barba havia deixado minutos atrás.  — Isso foi um elogio?

— O que você acha? — Ela percorreu a ponta dos dedos no meu peito nu, traçando círculos invisíveis em minha pele. — Eu gosto das suas tatuagens.

— Você já disse isso. — Agarrei seu dedo e comecei a morder, provocando-a.

Ela suspirou.

Minhas tatuagens não eram extravagantes nem chamativas. A maior ficava bem na curva do meu quadril, e era uma serpente em chamas. A outra ficava na minha omoplata esquerda, uma estrela do caos desenhada em linhas finas. E a que ela mais gostava, acima do meu peito, bem embaixo da minha clavícula.  Era o lema dos Martinelli.  Eu nunca gostei muito de riscar meu corpo.

— Nós precisamos sair dessa bolha, Jason. — Ela lamentou. — Eu ainda preciso resolver a situação do meu carro e esclarecer tudo com o FBI.

— Eles acham que foi um ataque aleatório. Você só precisa confirmar.

— E precisa ser pessoalmente. Mas se você não parar de me distrair, nós nunca sairemos daqui.

Knockdown #1 Onde histórias criam vida. Descubra agora