Capítulo 07

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Hall Endres

Diego foi até o carinho de sorvete que estava pouco afastado de nós, olho em volta e olho para em um casal. Dois homens e uma criança estão brincando em um balanço, estão felizes. Lembro automaticamente do meu pai, dos aniversários, dos presentes, dos jantares animados e dos dias chuvosos que ele dormia comigo para que eu não tivesse medo. Acho que ele sempre tentava fazer com que eu nunca sentisse medo, só felicidade, era uma coisa completa porque ele me ensinava enquanto me fazia feliz. Eu estava acostumado a ter os abraços, os beijos e até mesmo os sermões, não é fácil perder tudo isto de uma hora para outra. Não é fácil se acostumar com sua vida sendo uma montanha russa, que faz com que você se sinta feliz em um segundo e quando você se dá conta... Já está no fundo do poço; de novo e de novo.

Cinco dedos envolveram meu antebraço apertando com bastante força, a ardência veio instantaneamente assim como a dor das unhas cravadas em minha pele. Olhei para o homem que me segura violentamente e meu coração quase para de bater, Nilton segura o meu antebraço com uma expressão raivosa e assustadora. Sinto seu hálito quente em meu rosto e seus olhos quase me matando

— Achei a bixinha. Sabe a dor de cabeça que tem me dado seu idiota? Sua mãe... Aquela vadia quase me mata.

— Matar você seria a coisa mais útil que ela teria feito nos últimos tempos. — Cuspi as palavras sem raciocinar.

— Seu filho da puta.— Ele levanta o punho para acertar em meu rosto.

— Se eu fosse você abaixava essa mão agora mesmo!— Uma voz ameaçadora fazem nós dois pararmos.

— Quem diabos é você?— Nilton fala. Ele está certamente intimidado com a presença máscula de Diego.

— O namorado dele. — Ele fala firme.

— Está dando seu rabo tão cedo Endres?— Ele fala debochado.

Tento me livrar de seu aperto, mas isso só o faz apertar mais forte o meu braço, Diego avança dois passos e Nilton coloca meu braço para trás para que eu não possa sair sem me machucar. Grunhi de dor. Diego para, ele esta com medo que eu me machuque.

— O solte e eu te dou o que você quiser. — Diego fala, sereno.

— Mas o que eu quero já está em minhas mãos.

— Porque está fazendo isso?— Pergunto.

— Sua mãe me expulsou de casa e disse que eu só coloco o pé lá dentro se levar você. — Ele sussurra no meu ouvido.

Diego tenta lhe convencer, aproveito sua distração em pensamentos e piso em seu pé e ao mesmo tempo mordo o seu braço que está agarrado a minha clavícula. Ele grita de dor e me solta, corri para os braços de Diego que me segurou com força, senti seu cheiro novamente, seu calor e isso me acalmou o máximo que a situação me permitia. Ele coloca uma mão nas minhas costas e outra em minha cabeça.

— Filho da puta. — Nilton geme de dor.

— Hall, quero que vá para trás daquela árvore. Por favor. — Diego fala olhando nos meus olhos.

Concordo sem falar nada e faço o que ele falou. A árvore é grande, me coloquei atrás dela e sentei em sua raiz enorme. Sinto um enorme desejo de ver o que Diego fará com ele, mas acredito que se o fizer, vá me arrepender mais tarde.

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Diego Laurent

Depois que vi Hall se encolher atrás da árvore, voltei minha atenção para o idiota que o machucou. Estou sentindo tanta raiva desse homem que se minha arma estivesse aqui sua cabeça seria meu alvo principal. Ele inda está alisando seu braço que foi mordido. Aproximo-me dele e dou um soco em seu rosto, ele cai no chão com o nariz sangrando. As pessoas em volta começam a notar o que estou fazendo, vergonha de terceiros nunca foi algo que tive e não vai ser agora que vou começar.

— Que merda! Seu fodido estúpido!— Ele grita.

— Toca mais uma vez nele e eu juro por Deus que arranco sua cabeça. Filho da puta. Levo promessas muito a sério.

Chuto sua barriga o fazendo se encolher de dor. Ando rapidamente até a árvore onde encontro um Hall assustado e tremendo com lágrima nos olhos me aproximo dele rapidamente e toco seu ombro, ele se assusta, mas quando me ver parece se acalmar. Ele me abraça.

— Ele já foi?— Pergunta com a voz trêmula.

— Cuidei dele. Está tudo bem agora... Está tudo bem.

— Eu fiquei com medo, ele podia machucar você. Está tudo bem?

— Estou melhor que ele. Se ele voltar a te incomodar ou qualquer outra pessoa me avise de imediato que eu cuidarei de tudo, certo?

— Certo.

— Vamos voltar para casa, meu anjo.

— O que você disse?— Ele pergunta limpando as lágrimas.

— Nada... Vamos. — O segurei.

Entramos em casa e pedi que ele tentasse se acalmar, ele disse que iria tomar banho então o deixei ir. Fui para o meu escritório depois de cumprimentar Rosa que estava fazendo nosso almoço. Anjo, eu o chamei assim porque... Era como meu pai me chamava as vezes, e sempre gostei, é um apelido carinhoso. Nunca tinha chamado ninguém assim antes.

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Hall Endres

Entrei no banheiro já sem roupa, eu a seguro na minha mão com força. Fria e afiada. Me sentei no vaso sanitário e estiquei o braço esquerdo que esta liso e sem cicatrizes.

Uma... Sangue me melando o chão... Duas... meus olhos enchem de lágrimas... Três... Sinto a tristeza me invadir... Quatro... Minha mente começa a me pregar peças.
"Você não deveria está vivo", "porque não voltou e pulou daquela ponte?", "Sei que você está morto por dentro", "Se olha no espelho e não gosta do que vê",, "Dramático"...

— Hall?— Diego bate na porta do banheiro.

Limpo as lágrimas e ligo a torneira da pia colocando meu braço na água gelada. Falo a Diego que estou saindo, não percebi quanto tempo fiquei aqui. Quando ouço a porta do quarto fechar entro no boxer e deixo a água gelada cair em meu corpo... a água se misturou com as lágrimas.

(...)

Sentei-me à mesa, Diego está na minha frente olhando seu celular antes de comer, esticou as mangas compridas e deixo o máximo que posso acima do pulso. Coloco minha comida. Diego começa a conversar comigo, mas não presto muita atenção.

— Amanhã terá um almoço para o aniversário da minha mãe, gostaria de ir?

— Claro, ela é uma mulher incrível.

— Poderíamos ir ao shopping comprar algo para ela, você tem que ir porque sou péssimo em escolher presentes.

— Diego... Posso te fazer uma pergunta?

— Sempre.

— Quando o... Aquele homem apareceu na Praça você disse que... Era o meu namorado... Por quê?

Ele se cala. O silêncio procede por pouco menos que dez minutos então ele respira fundo parecendo não ter mais saída ou escapatória viável. Eu o encurralei, quero saber a verdade.

— Eu disse aquilo no calor do momento mas... Você não sabe o quanto queria que fosse verdade.

Rosa entra na cozinha, seus cabelos grisalhos estão pouco bagunçados e o olhar dela parece um pouco cansado.

— Senhor, tem um homem aqui a sua espera... Eu... Deixei ele entrar não sabia se o senhor queria recebe-lo...

— Não fique afobada Rosa. Eu vou ver quem é. — Ele fala mais para mim do que para Rosa. Ele queria se livrar da conversa.

Fiquei na mesa ainda terminando meu almoço.

Quando termino pergunto a Rosa se ela quer que eu ajude a limpar a louça, mas ela me proíbe. Decido ir para o quarto, não quero atrapalhar Diego com quem quer que seja.

O homem é lindo, parece importante e sério, mas lança olhares sedutores para Diego. É a primeira coisa que noto quando passo pela sala, mas pouco antes de sair do cômodo eu escuto:

— Tem tempo para mim agora, amor?— O homem fala.

Minha Salvação | Série Irmãos Laurent-(Livro 1) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora