Capítulo 17

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Hall Endres.

Senti a respiração de Diego no meu pescoço, tento tirar seu braço grande de cima de mim sem acordá—lo. Ele fez um belo trabalho ontem, mas minha parte de baixo não está muito boa. Pudera, fizemos isso cinco vezes.

— Está tudo bem?

Olho para trás, ele está sem roupa deitado na cama, o cabelo está bagunçado e deixa-o ainda mais sexy. Sorri sem graça e estou sentindo minhas bochechas pegar fogo.

— Você acabou comigo... Mas foi ótimo.

— Aguenta andar?

— Acho que sim, vai passar.

Levanto-me devagar e vou para o banheiro escovar os dentes e tomar banho, Diego aparece quando termino de me enxugar.

— Eu queria um segundo hound.

— Quem sabe depois, vou descer.

Ele me beija antes que eu saia definitivamente do banheiro, vesti minhas roupas que estavam no meu quarto e fui para a cozinha onde Rosa colocava café em uma xícara. Os cabelos pintados estão arrumados e ela cheira a flores.

— Você parece bem alegre menino Endres.

— Estou animado Rosa, mas tenho que comer muito bem... Vou trabalhar hoje.

— Então trate de comer bem, eu fiz panquecas com geleia e mel, tem suco de limão e café também. Sirva-se.

Peguei um copo de vidro e sentei-me à mesa colocando um pouco de suco. Rosa vai para os fundos da casa com um balde e alguns materiais de limpeza, Diego aparece com seu terno azul escuro que dá a ele um ar sensual e imponderado. Ele sorri quando percebe que eu o encaro.

— Temos que ir a uma reunião hoje. Está melhor?

— Estou eu só acho que vou vomitar se vir outra aranha novamente.

— Não vai acontecer. Enfim, temos que ir.

— Você não vai comer? Você sabe que a Rosa não gosta quando saem de casa sem comer.

— Está falando igual a ela.

— Senta e coma, por favor.

Ele faz. Olho para ele e lembro-me da nossa noite —Ainda mais com a dor que estou sentindo aqui embaixo—O sexo com ele é incrível mas não entendo porque as pessoas veneram tanto. Sexo com certeza não é a base que eu procuro em um relacionamento. O que é sexo comparado a sentimentos de paixão recíprocos?

— Você está vermelho.

— Não estou não... Pare de olhar para mim desse jeito.

— Que jeito?

— Assim, como se fosse me devorar com os olhos.

— Se eu pudesse levaria você para o quarto e comeria você ao invés do café da manhã.

Olhei para qualquer canto para não encará-lo. Ele tem mesmo um poder sobre mim, ele me deixa envergonhado mesmo quando o desejo dele pode ser o meu também.

— Você acha que se for o Tiago quem tiver feito isso, todos no trabalho já sabem?

— Não pense nisso.

Rosa apareceu na cozinha e falou que não podíamos sair sem comer direito, quando terminamos tudo fomos para o carro de Diego, de um tempo para cá venho me sentindo desconfortável com isso... eu não o ajudo em nada e ele faz literalmente muito que pode por mim. Quando chegamos à empresa dele fui recebido como das outras vezes: olhares e fofocas.

— Já chega disso. —Diego murmura.

— O que você vai...

— Atenção todos!—Ele grita.

Todos pararam. Os homens que estavam em uma mesa olhando alguns papéis pararam, as mulheres que cochichavam pararam, até o homem da limpeza parou.

— Quero a atenção de todos e depois vocês podem fofocar pelos cantos como fazem, eu não quero ouvir comentários desagradáveis sobre o nosso funcionário Hall Endres, porque assim como você ele tem sentimentos e merece respeito. Estão avisados. Voltem a trabalhar.

O mundo dentro da empresa voltou a girar. Como esse homem consegue ficar mais sexy dando ordens? Todos tem o olhar direcionado para mim, consigo perceber certa raiva de muitos, mas quem se importa? Com Diego ao meu lado eu não ligo para opiniões dos outros. Ele vem até mim e me puxa para o elevador onde ficamos em silêncio, o maxilar dele está trincado e seus punhos cerrados. Chegamos a sua sala e sem falar nada novamente começamos a trabalhar. Já o tinha visto bravo, como posso esquecer do dia em que discutiu com seus irmãos? Mas isso... Era ódio profundo.

— Sabe me dizer quem é o responsável pelos dados de lucros?—Pergunto.

— Geralmente eu faço isso, mas quem está com a função agora é o Ruan Octávio, ele está no andar de baixo procure na sala de computadores.

Ele falou tudo isso sem me olhar. Ainda está irritado.

Respiro fundo indo fazer o que planejo, se alguém cuida dos lucros com certeza deve ter notado o caimento deles. Entro no elevador sozinho e depois de dois minutos saio procurando a sala de computadores. Passo por duas mulheres conversando perto da máquina de pegar café, uma delas é loira e usa uma roupa social e a outra é morena de roupa também social que parece ter custado os olhos da cara. Elas não notaram minha aproximação então continuaram falando.

— Diego enlouqueceu, onde já se viu? Colocar aquele bastardo como assistente pessoal?

— Tem gente que merecia muito esse caso, você e eu nos dedicamos a essa empresa há anos e nunca passamos da porta dele para dentro. Isso é ridículo, mas acho que Diego está apenas fodendo aquele bastardo.

— Não julgo quem não quer ser fodida por aquele gostoso? Aquele homem é um deus grego.

Fiz uma careta. As palavras delas me afetaram claro, mas Diego não é como aqueles chefes idiotas que fazem sexo com funcionários e depois os largam como lixo, não é. As duas continuam conversando animadamente sobre o corpo maravilhoso do chefe então eu saio de lá e entro na sala de computadores.

— Ruan Octavio?

— Sou eu.

Escuto a voz de um homem no final da sala, ele aparece ajeitando seus óculos fundo de garrafa e depois coça seu cabelo escuro. Ele pergunta qual o problema.

— Preciso conversar com você sobre os dados dos lucros da empresa.

— Você também percebeu que eles vivem caindo de uma hora para outra?

— Sim, o Diego diz que é...

— A crise. —Falamos juntos.

— Já tentei falar com ele também, mas o homem é cabeça dura. Enfim, o que pretende fazer?

— Achar quem está roubando os cofres da empresa do meu... Amigo.

— Amigo?

— O Diego é meu amigo.

— Do jeito que ele defendeu você parecia que a qualquer momento ele iria te pedir em casamento.

Corei.

— Você viu aquilo?

— Pelas câmeras, estão em todos os lugares.

— Espera, em todo lugar? Até no cofre?

— Principalmente lá... Está pensando a mesma coisa que eu?

—Vamos.

Ele liga o computador acessando as câmeras de segurança do cofre, porque gente rica não coloca todo o dinheiro no Banco? Falei as datas onde as principais quedas aconteceram. A verdade é que bem antes eu tinha estudado as datas e a secretária se mostrou muito empática ao me revelar os dados que não sabia, é bom saber que tenho amigos aqui apesar de todos os comentários.

— Quem quer que seja, sabe onde ficam as câmeras e se esconde muito bem... —Ele murmura— Espera. Olha.

Olhei para a tela apertando os olhos para ver melhor. Era... Tiago!

Minha Salvação | Série Irmãos Laurent-(Livro 1) (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora