Hall Endres
Entramos no carro.
— Me desculpe. — Ele fala.
— Está tudo bem, famílias têm problemas.
— Meus irmãos são tão idiotas!
— Eu gostei dos seus irmãos. — Comento.
— A genética da nossa família é muito boa. — Vejo seu sorriso e sinto meu estômago embrulhar, ele é lindo não posso negar e eu sou um jovem bobo apaixonando-se pelo sorriso e pelo pacote completo.
Sorri. Ele liga o carro e segue para o caminho de sua casa, pelos minutos que se passaram percebi que ele ainda está tenso com o que aconteceu no jantar. Pelo que parece sua mãe e seu pai tentam reaproximar os filhos de qualquer forma, mas acabam em desastre.
— Chegamos. — Ele fala.
Saí do carro seguindo ele. Entramos na sua casa e fomos para a cozinha. Não paro de pensar que, do contrário da casa da sua mãe, a casa dele não tem tantas coisas exuberantes. Quadros sim, televisão gigante, sofá confortável e objetos de vidro. Talvez cada tenha seu saber de "exuberante".
— Não deu tempo para comer direito, a Rosa deve ter deixado algo. —Ele fala olhando a geladeira.
Sento em um dos bancos giratórios de sua bancada. Ele tira da geladeira uma travessa de vidro com papel alumínio cobrindo a parte de cima.
— O que é isso?
— Lasanha com molho branco. Ela sabe do que eu gosto.
— A Rosa é sua mulher? — Pergunto.
— Não, ela é a mulher que trabalha para mim. Além disso, tem cinquenta ou sessenta anos. Gosto do seu senso de humor com tudo.
Diego esquenta a comida e me serve. Ele se senta na minha frente e começa a comer também sinto uma grande tensão em nós dois nesse silêncio mórbido.
— Está tudo bem?— Ele pergunta.
— Está... Eu apenas... Nada. Esquece.
— Pode me dizer.
— Não tenho... Lugar para ir e...
— Se quiser ficar aqui não tem problema.
—Não acha que posso tipo, roubar você?
Ele ri.
—Você é previsível garoto, se tentasse roubar de mim provavelmente voltaria aqui na calada da noite e bateria na porta para me devolver.
Sinto meu rosto corar. Talvez eu faça, mas não nessa ordem. Minha mãe pode ser irresponsável agora, mas ela me deu educação.
— Eu sei, mas não me sentiria bem as custas de outra pessoa.
— Muito bem. Que tal trabalhar na minha empresa?
— Não tenho que fazer uma entrevista antes ?
— Me diga seu nome e no que é bom sem exceção todas às qualidades e defeitos.
— Bem... Meu nome é Hall Endres, sou bom com matemática, gosto de tirar fotos, sou um pouco tímido, gosto de organização e tenho fobia com aranhas. Acho que só.
— Você tem fobia com aranhas?— Ele pergunta.
— Tenho. Muitas pessoas não levam isso a sério e dizem que é frescura, mas não é. Quando eu vejo uma aranha pequena ou grande meu corpo trava, não consigo falar nem pensar direito. Às vezes tenho enjoos e tonturas.
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Minha Salvação | Série Irmãos Laurent-(Livro 1) (Romance Gay)
Storie d'amoreEm uma ponte no centro da Cidade, todos passam mas ninguém tenta impedi-lo para os que vagam ali ele é apenas mais um fazendo drama com a vida. Hall está prestes a cometer suicídio mas parece que no último segundo quando seus pés já estão em posição...