Capítulo IV

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Como era o meu primeiro dia no colégio novo, minha mãe me deu uma carona. O carro estava estacionado em frente àquela exótica e bela construção que mais parecia um museu de tão bela. Dentro do carro eu tentava criar coragem para sair e mergulhar nesse novo mundo.

- Vai ficar tudo bem, filho. Você pegou tudo que precisa? Está com o seu celular? - perguntou minha mãe preocupada.

- Peguei sim mãe. - Respondi meio inseguro. - Eu espero que dê tudo certo. Não quero viver mais um pesadelo aqui também.

- Qualquer coisa... Qualquer mesmo. Me liga que eu venho correndo! - Tranquilizou-me depositando um beijo em minha testa. - Agora preciso ir... Não posso me dar ao luxo de chegar atrasada já no primeiro dia na clínica nova, não é mesmo?

Por fim, desci do veículo e fiquei parado na entrada do colégio. Havia uma grande placa de concreto com os dizeres: WorldHidden Academy.
Respirei fundo para tomar coragem de caminhar até a diretoria, onde eu receberia meu cronograma de aulas e seria conduzido até minha classe.
Em frente a gigantesca construção havia um enorme gramado bem verde. Muitos alunos ficavam sentados ali conversando enquanto as aulas não começavam.
Eu já estava dando alguns passos em direção a entrada quando meu celular recebeu um alerta do aplicativo de mensagens. Peguei para olhar de que se tratava. Era uma mensagem de Aline:

"Estou com tantas saudades, espero que tudo dê certo para você no novo colégio. Não deixe ninguém mexer com você. Te amo amigo."

Parecia que ela tinha adivinhado que eu precisava de um apoio moral.
Fui caminhando meio que às cegas e respondendo a mensagem. Nem consegui perceber que havia alguém por perto. Foi quando esbarrei em alguém e caí sentado, o celular voou longe...

- Ei! Olha por onde anda, nanico!!! - Disse o aluno em quem eu havia trombado. O nervosismo em sua voz era evidente.

- Des... Desculpe. - Gaguejei sem olhar para cima. Estava com medo de uma confusão se iniciar.

- Que desculpa o quê... Você por acaso é cego? - Perguntou ainda mais alterado. Nesse momento eu já conseguia sentir dezenas de olhares sobre mim. Não respondi nada. Ele continuou: - Perdeu a língua agora é, seu inútil? Fala alguma coisa!

Já era possível ouvir algumas gargalhadas. Com certeza as mais evidentes eram as dele e dos dois garotos que o acompanhavam.
Eu soltei todo ar dos meus pulmões. Meu rosto queimava de vergonha... Minha frustração e medo eram palpáveis.

- Senhor Rafael, o que está acontecendo aqui? - Perguntou a senhora que acabava de chegar.

- É esse deslocado que não olha por onde anda! - Respondeu em tom áspero.

  Só quando a senhora se aproximou de mim e me ofereceu ajuda para levantar que eu pude notar no rapaz: Ele era alto, devia ter seus 1,90 metros. Cabelo  prateado, pele de pêssego e seus olhos pareciam duas esmeraldas. Seu corpo atlético escondido naquele uniforme formal do colégio sem dúvidas chamava atenção por onde quer que ele passasse.

 Seu corpo atlético escondido naquele uniforme formal do colégio sem dúvidas chamava atenção por onde quer que ele passasse

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O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora