Capítulo XLIII

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***Thales

- Diga logo o que aconteceu, Rafael! O que está esperando?! - Beatriz começou a ficar impaciente com o loiro paralisado ali diante de nós.

Rafael se sentou ao braço do sofá e abaixou a cabeça. Ele parecia estar em estado de choque, ou até mesmo negação.
Ele suspirou fundo e falou:

- Acabou pra gente... Eu não sei nem por onde começar.

- Você está começando a me apavorar. Por favor, fala logo o que foi que aconteceu?! - Eu já não estava aguentando mais aquela situação. Precisava arrancar a verdade de Rafael logo.

- O Clã dos vampiros... Nosso Clã... - Começou ele erguendo a cabeça e olhando para Carlos, Miguel e Susy. - Ele foi dizimado.

- Como assim?! - Carlos parecia não entender o que o amigo dizia. - Explica essa história direito.

- O Gabriel, ele... - Continuou o loiro. - Ele acabou de me ligar e disse que foram atacados por licantropos. Os desgraçados invadiram a mansão e mataram praticamente todos os vampiros que viviam lá. E por fim, incendiaram a casa.

- Por Merlim! - Bia se levantou assustada colocando as mãos sobre a cabeça. - Como isso foi acontecer?!

- Ele pediu nossa ajuda. - Rafael agora desviava o olhar para mim. - Thales, os únicos sobreviventes do massacre estão na rua nesse momento. Eles não tem pra onde ir essa hora e Gabriel pediu para ver se eles podem passar pelo menos essa noite aqui.

- Mas é lógico que sim! - Concordei na hora. - Isso tudo está acontecendo por minha causa, é o mínimo que posso fazer. Não precisava nem pedir permissão. - Minha voz começou a ficar trêmula, minha vontade era de começar a chorar.

- Valeu... Vou dizer que você mandou eles virem. - Agradeceu Rafael com uma voz triste se levantando e digitando algo no celular enquanto caminhava em direção à cozinha.

- Isso não vai parar nunca, não é? - Olhei para os outros. Eu não consegui mais conter minhas lágrimas e elas rolaram fartas pelo meu rosto.

- Calma, baixinho... - Miguel me abraçou afagando meus cabelos. - A gente vai dar a volta por cima nessa situação toda. Você vai ver!

- Não se iluda, Miguel! - Meu tom era de desabafo. - Nossos maiores aliados foram dizimados e você acha que vai ficar tudo bem?

- Thales, você precisa se acalmar. - Pediu Bia com a voz suave.

- Como me acalmar se estamos perto de sermos destruídos? - Eu soluçava. Tudo parecia estar perdido eu já não conseguia mais ver uma luz no fim do túnel.

- A situação saiu do controle de vez agora. - Rafael se intrometeu voltando da cozinha. - Nós não podemos mais ficar apenas parados atrás dessa barreira mágica esperando que o Conselho resolva agir. Estamos sendo exterminados enquanto o Conselho não toma nenhuma providência.

- Você está certo. - Beatriz concordou. - Não podemos ficar parados esperando que venham nos matar. Está na hora de agir!

- Eu não sei nem o que dizer... - Susy estava apática.

- Todas aquelas mortes... O que está acontecendo afinal? Eu não consigo entender! - Carlos falava parecendo não acreditar em toda a situação.

A campainha começou a soar repetidamente. Eu nem sequer conseguia erguer minha cabeça.

- Com certeza são eles, eu vou lá abrir a porta. - Disse Beatriz caminhando para a entrada.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora