Capítulo XVII

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***Thales

Despertei sentindo o peso das pernas de Miguel sobre mim enquanto um celular tocava insistentemente. Olhei para o lado onde Bia estava dormindo e constatei que o aparelho que estava fazendo aquele escândalo logo de manhã era o dela. O mesmo se encontrava sobre o criado mudo ao seu lado.

Delicadamente tirei as pernas de Miguel de cima de mim evitando acordá-lo, me virei para Beatriz a chamando:

- Bia... Acorda!

- Me deixa em paz! - Resmungou.

- Seu celular está tocando. Atende logo antes que ele acorde o Miguel.

Bia abriu os olhos lentamente e me encarou:

- Que preocupação exagerada com o Miguel. - Sorriu maliciosamente.

- A palhaçada, garota! Atende logo isso!

Ela se sentou na beirada da cama e atendeu a chamada. Pela conversa percebi que ela estava conversando com Susy, alguns minutos depois ela desligou e disse:

- Era a Susy.

- E o que ela queria? - Perguntei.

- Daqui a pouco ela vai vir aqui. Vamos sair pra fazer alguma coisa juntos... - Ela fez uma pausa e depois continuou. - Todos nós.

- Onde vamos?

- Não faço a mínima idéia, mas é melhor já ir acordando o seu Belo Adormecido pra gente já ir se aprontando.

Terminando de dizer isso, ela se levantou e foi em direção ao banheiro fechando a porta em seguida.
Me virei para Miguel e ele estava dormindo tão tranquilamente, seu semblante era sereno como de uma criança indefesa.
O sacudi levemente chamando seu nome algumas vezes. Depois de uma certa insistência por minha parte ele enfim despertou.

- O que foi?! - Perguntou levantando assustado e se sentando imediatamente. - Aconteceu alguma coisa?!

- Calma, garoto... - Tranquilizei-o. - Só te acordei porque a Bia disse que Susy está vindo pra cá logo mais. Disse que a gente vai sair.

- Ah sim...

- Confesso que fiquei com dó de te chamar. Tava dormindo tão bem. Tão fofo que parecia um bebê. - Brinquei. Nessa hora notei que ele estava totalmente tímido, eu poderia apostar que se ele não fosse um vampiro estaria corado diante àquela situação.

- Falando assim você me deixa sem graça... Para com isso, não estou acostumado com esse tipo de coisa.

- Como assim? - Perguntei curioso.

- Tipo... Você ficar falando coisas gentis e me direcionar elogios. Nunca ninguém fez isso comigo. - Explicou.

- Me desculpe, se não se sente à vontade eu paro. Não imaginava que você acharia ruim.

- Não é isso... É que realmente não estou acostumado ouvir esse tipo de coisa. - Ele tentava se justificar atropelando algumas palavras.

- Impossível um garoto igual a você nunca ter recebido elogio de ninguém, Miguel.

- Pois nunca. - Afirmou. - Acho que pelo fato de eu ser muito na minha, as pessoas preferem manter certa distância. E eu até prefiro assim.

- Entendi.

Me levantei, caminhei até às cortinas e comecei a abrí-las, o dia estava claro e o sol estava tímido entre as nuvens. Os pássaros cantavam e a temperatura estava agradável.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora