O Belo e O Fera [Livro 1]

Capítulo XXVIII

***Thales

Beatriz nos materializou na entrada de uma enorme casa vitoriana de madeira. Sua cor era preta. Os mínimos detalhes eram muito bem trabalhados: desde os beirais aos detalhes no telhado.
Realmente era uma bela construção, se eu não estivesse passando por tantos problemas, com certeza eu poderia ficar parado de pé ali na frente admirando aquela casa por horas.

- Nossa! - Surpreendeu-se, Bia. - Pra seres que gostam de manter descrição essa construção não é nada discreta!

- Também acho. - Concordei automaticamente.

- O que se esperar quando o líder do Clã Dos Vampiros é um playboy mimado que adora coisas espalhafatosas? - Argumentou Carlos.

- Vamos entrar. - Ordenou Susy saindo andando na frente.

Assim que chegamos à porta, ela deu três batidas e ficamos aguardando.

Poucos instantes depois um senhor já de idade atendeu. Ele era alto, magro, cabelos grisalhos e usava um terno completo.

- O que desejam? - Perguntou o senhor sem esboçar qualquer emoção.

- Viemos para ver Gabriel. - Comunicou Rafael.

- Vocês têm hora marcada?

- Não, senhor. - Respondeu Susy. - Mas o senhor pode por gentileza dizer ao Gabriel que Carlos, Rafael e seus amigos estão aqui?

- Aguardem um momento, por favor. - Dizendo isso o velho entrou e fechou a porta atrás de si.

- Que mal educado! - Reclamou Bia.

- Você ainda não viu nada. - Comentou Rafael. - Esse lugar é um inferno!

- Imagino. Se todos que vivem aqui forem antipáticos como esse senhor eu agora entendo porque odeiam tanto vir  a esse lugar.

Alguns minutos depois o senhor abriu a porta novamente e sem dizer qualquer palavra fez sinal para que entrássemos. Assim que passamos por ele pude ter uma noção de como a casa era por dentro.
A mobília em sua maioria em tons escuros se integrava bem ao ambiente, cada cômodo que passávamos enquanto seguíamos o senhor era maior que o anterior.
Chegamos à porta de uma sala mais aos fundos do andar térreo e o "mordomo" pediu que entrássemos, pois o tal Gabriel já estava a nossa espera.

- Obrigada. - Agradeceu Susy, porém o velho senhor apenas se afastou sem dizer uma palavra sequer.

Assim que adentramos a sala, muito escura por sinal, notei que haviam vários candelabros com velas acesas espalhados pelo cômodo. Ali era bem mais quente que nas outras partes da casa.

Notei nos fundos da sala uma grande mesa de madeira rústica e atrás dela uma poltrona giratória preta com o encosto bem alto, quando a mesma girou, pude perceber a figura que estava ali assentado.

Um rapaz muito jovem, de certo modo ele me lembrava um pouco Rafael. Ele tinha olhos claros, pele alva, rosto delicado como de um anjo. Seus cabelos loiros eram cacheados e volumosos. Sua roupa preta destacava ainda mais sua beleza hipnotizante.   Com certeza ele era um dos garotos mais lindos que eu já havia visto na vida.