Capítulo VI

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Eu estava sentado no sofá da sala pouco antes do entardecer. Era uma sexta-feira e o tédio estava me consumindo gradativamente.
Resolvi sair um pouco, desde que havíamos chegado de mudança na cidade eu ainda não tinha dado sequer uma volta pra conhecer as redondezas.

Fui até meu quarto, peguei minha câmera e a pendurei no pescoço, vesti um casaco, conferi se meu celular estava no bolso da calça e saí.

A temperatura estava agradável. Nem frio demais e nem quente. Estava perfeita, do jeito que eu gostava para fazer um passeio ao ar livre.

Continuava caminhado sem rumo e tirando algumas fotografias, quando dei por mim já estava parado na entrada da principal trilha do bosque.
Continuei a caminhar e fotografar.
O bosque era inexplicavelmente lindo e convidativo, estava realmente me rendendo fotos maravilhosas.

Depois de algum tempo de caminhada e vários cliques, eu parei e prestei atenção em um som que vinha mais do seu interior, fui o seguindo... Cada vez o som parecia estar mais perto e já era possível constatar do que se tratava: era música eletrônica.

Continuei minha caminhada até o encontro daquele ritmo contagiante. Percebi que estava a poucos passos de uma enorme clareira.

Me acomodei atrás de uma árvore para observar: tinham vários jovens ali reunidos ao redor de uma fogueira. A maioria eu já tinha visto no colégio, com certeza! Alguns dançavam, outros conversavam enquanto bebiam e outros apenas estavam sentados em uns bancos improvisados.

Dei mais uma boa olhada ao redor do local e avistei ninguém menos que Beatriz.
Com a surpresa acabei pisando em um galho seco, tropecei e caí como um mamão podre em meio as folhas secas.
Em um pulo levantei mais que rapidamente mas já era tarde demais. Algumas pessoas já tinham me visto e acabaram chamando a atenção dos outros jovens para mim. Fiquei estático! Não sabia se corria ou ficava ali parado com cara de retardado.

- Thales! - Gritou Bia correndo em minha direção.

Assim que chegou até mim ela me abraçou e já foi perguntado:

- O que tá fazendo aqui?!

- Bem... Eu... - Passei a mão na nuca todo sem jeito procurando as palavras certas. - Eu estava dando uma volta pelo bosque e fotografando um pouco. - Expliquei apontando para a câmera pendurada em meu pescoço. - Mas aí ouvi uma música e resolvi ver o que era.

- Ha sim!

- Que festa é essa?

- É de uma amiga, você não a conhece. Ela estuda em outro colégio. É aniversário dela. Eu até pensei em te convidar para vir comigo, mas imaginei que não gostasse desse tipo de coisa, senhor certinho. - Riu.

- Pra falar a verdade nunca estive nesse tipo de festa antes. - Afirmei.

- E aí, Bia! Quem é o bonitinho? - Perguntou a garota asiática que acabava de chegar.

Ela era pouco mais alta que eu e usava uma maquiagem pesada. Apesar de sua aparência obscura ela tinha uma voz bem doce de se ouvir. Usava roupas pretas e segurava um cigarro entre os dedos de uma mão e um copo com bebida na outra... Seus cabelos eram tão negros quanto a noite sem luar e tinham as pontas avermelhadas.

 Seus cabelos eram tão negros quanto a noite sem luar e tinham as pontas avermelhadas

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O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora