Capítulo VIII

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Eu e as garotas continuávamos dançando como se não houvesse amanhã em volta da fogueira, algumas pessoas já haviam ido embora pois já passava da meia noite.
Mas a festa estava tão divertida que acabamos perdendo a noção do tempo. Afinal, era fim de semana e nós merecíamos aquele momento de descontração.

- Um brinde a essa grande amizade que se inicia! Bem-vindo à loucura, Thales!!! - Gritou Susy já bastante alterada erguendo o copo de bebida.

Eu, Bia e Lana juntamos nossos copos ao dela.

- Obrigado por aceitarem ser minhas amigas, garotas! - Gritei.

Eu estava bastante feliz, não me lembrava de ter me divertido tanto assim antes na minha vida. Com certeza era evidente que ali estava nascendo uma amizade que só se fortaleceria com o passar do tempo, e isso me deixava bastante seguro.

- Nós cuidaremos muito bem de você serzinho adorável e frágil. - Disse Bia me abraçando.

- Ha é? - Perguntei com um sorriso sarcástico. - E quem vai cuidar de vocês, minhas malucas?

- Os malucos se entendem e se dão bem, queridinho. - Disse Lana. - Como acha que eu e Susy nos damos tão bem a tantos anos?

Todos gargalhamos juntos. Naquela altura do campeonato qualquer pio a gente já achava graça.

- Garotas, vou ter que deixar vocês por um instante. - Avisei entregando meu copo na mão de Bia para que o segurasse pra mim.

- O que vai fazer? - Perguntou Susy.

- Preciso... Vocês sabem... - Respondi apontando pra baixo.

- Haaa! Precisa mijar! - Berrou.

- Para Susy, sua escrota! - Ri sem graça.

Fui caminhando em direção ao mesmo local onde havia ido mais cedo. Por um instante nem me lembrava mais do acontecido anteriormente. Quando eu estava entrando atrás do tronco da árvore alguém me puxou pelo braço e meu susto foi inevitável:

- Tá maluco, nanico?! - Era Rafael, "delicado" como sempre.

- O que deu em você? Não consegue ser menos brutamontes? - Perguntei indignado.

- Por um acaso você se esqueceu do que aconteceu aqui hoje mais cedo?!

- Há sim... - Respondi levantando a sombrancelha esquerda. - Você querendo me obrigar a fazer um certo "favorzinho"? - Eu não poderia deixar essa passar.

- Calado, imbecil! - Ordenou. - Aquilo foi só uma brincadeira. Você sabe muito bem do que estou falando. Era pra você ter ido embora, caralho! - Ele coçava a cabeça com as duas mãos transtornado.

Eu respirei fundo, me virei e comecei a desabotoar minha calça.
Enquanto me aliviava, Rafael virou de costas e olhava pra todas as direções de vez em quando.
Ele provavelmente deve ter pensado que eu não percebi seu semblante preocupado.

- O que deu em você, Rafael? - Perguntei.

- Como assim? - Replicou.

- Tá todo estranho... - respondi começando a fechar o zíper. - O Rafael que conheço não estaria aqui preocupado comigo!

- E quem disse que estou preocupado com você?!

- Tá bom... - Fui sarcástico. - Você tá todo estranho, me seguiu até aqui... O que há com você?

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora