O Belo e O Fera [Livro 1]

Capítulo XXV

***Thales

- Thales... - Ouvia uma voz distante me chamar, fui despertando aos poucos.

Quando enfim consegui abrir os olhos, notei que minha mãe estava de pé ao lado da cama me olhando. Ela estava toda arrumada, vestia um conjunto social e por cima um sobretudo branco. Seu perfume cítrico que eu amava invadida o ambiente.

- Bom dia, mãe... - Disse me levantando devagar para não acordar Rafael que estava virado para o outro lado e me sentando na cama.

- Eu já estou indo para o aeroporto, só vim me despedir. - Avisou.

- Quer que a acompanhemos? - Bocejei em seguida.

- Não precisa, o táxi já está lá fora.

Eu fiquei de pé a frente dela e ela me deu um abraço depositando um beijo em minha testa em seguida, então falou calmamente:

- Se cuide direitinho, meu anjo. Não vá aprontar nada, hein!

- Pode deixar, mamãe. Sabe muito bem que sei me comportar. - Sorri enquanto ela me soltava de seus braços.

- Eu deixei o café da manhã já pronto pra vocês. - Ela agora caminhava em direção a porta. - Filho, por favor... Se alimente direitinho. Não pule nenhuma refeição. Estou confiando em você. Quero que se cuide.

- Pode viajar despreocupada, mãe. Vou me cuidar direitinho sim! - Tranquilizei-a me sentando na cama.

- Então isso é tudo. Quando eu aterrissar eu mando notícias, beijos... - Em seguida ela saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Me levantei, escolhi uma roupa no closet e em seguida tomei um banho quente e fiz meu ritual de higiene como todas as manhãs.
Quando saí do banheiro Rafael estava sentado na cama me olhando:

- Bom dia! - Falou sorrindo.

- Bom dia! - Respondi enquanto secava os cabelos com a toalha. - Dormiu bem?

- Como um morto.

- Sério?! Era pra ser engraçado isso? - Perguntei agora penteando os cabelos de pé próximo a cômoda.

- Bem... Eu tentei...

- Besta. Vai tomar um banho pra... Ah, esquece... - Fiquei sem graça.

- Pra quê?! - Perguntou ele.

- Ia dizer pra gente tomar café, me esqueci desse detalhe por um momento. - Abaixei a cabeça sentindo meu rosto corar.

- Não liga não... Acontece. Com o tempo você se acostuma. - Disse ele pegando a mochila e entrando pro banheiro.

Antes de entrar, ele completou:

- Mas eu te faço companhia na mesa... Depois quando os outros chegarem eu vou em casa me alimentar. - Sorriu.

- Rafael... - Chamei antes que ele fechasse a porta.

- Que foi?

- Como funciona isso de vocês se alimentarem?

- Ah sim... Bem... O Conselho Dos Clãs fornece sangue pra gente. Isso faz com que não precisemos atacar humanos ou animais.

- Que estranho... E vocês sabem de onde vem esse sangue? - Com certeza meu semblante era de repulsa enquanto eu perguntava.

- Pra ser sincero não... Acho que só o líder do clã dos vampiros, a feiticeira-mor e o diretor geral do Conselho Dos Clãs é que sabem.