Capítulo L

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***Miguel

Eu caí de joelhos no chão ao mesmo tempo em que observava a grande barreira mágica se desfazer bem diante dos olhos de todos os ali presentes.
Não conseguia acreditar que Thales havia sido levado bem debaixo de nossos narizes... Não... Aquilo não podia estar realmente acontecendo.

Pouco distante do local onde eu permanecia no chão, pude observar professora Lourdes ajudando Suzana a se levantar. Ela chorava e estava visivelmente em estado de negação perante a tudo que tinha acabado de acontecer.

Quando enfim a mãe de Thales conseguiu se pôr de pé, ela olhou em volta e seus olhos me encontraram. Sua maquiagem estava borrada devido as lágrimas derramadas.

- Miguel... O que é isso tudo que acabou de acontecer aqui?! - Suzana perguntou transtornada se aproximando de mim e me levantando bruscamente pela gola da camisa.

Eu não conseguia sequer pronunciar uma palavra. Eu estava paralisado sem saber o que fazer, nunca a havia visto tão perturbada.

- Suzana, se acalme por favor. - Beatriz pediu interferindo na situação tentando fazer com que a mãe do meu baixinho largasse minha blusa.

- Me acalmar?! Você está brincando comigo?! - A outra perguntava em tom de descrença. - Aquele desgraçado levou o meu filho sabe-se lá pra onde e você quer que eu me acalme?!

- Ficar tão estressada só vai piorar a situação. De nada vai adiantar. - Beatriz se mostrava persistente.

Suzana soltou-me e em seguida passou a mão pelos cabelos que estavam totalmente bagunçados. Enquanto caminhava de um lado para o outro, ela colocou a mão na cintura e perguntou:

- Alguém vai me explicar o que foi que aconteceu aqui?!

- Antes de a gente te explicar qualquer coisa a senhora deve explicações a esses jovens. - Disse professora Lourdes tomando as rédeas da situação.

- Eu devo explicações?! Meu filho desapareceu bem diante dos meus olhos enquanto era cercado por lobos gigantes e eu é quem devo explicações? - Suzana estava desacreditada.

- Sim, minha cara amiga. - Uma voz masculina surgiu de repente chamando a atenção de todos.

Quando todos nós viramos para olhar, percebemos que doutor Albert acabava de surgir do nada. Naquele momento eu soube que o assunto era muito mais complexo do que qualquer um de nós pudéssemos imaginar.

- Doutor Albert!? - Suzana ficou surpresa. - O que o senhor está fazendo aqui?!

- Ajudando a manter seu filho em segurança, minha cara. - Disse ele se aproximando lentamente com as mãos no bolso da calça.

- Eu não entendo... O que está acontecendo com o meu filho? Por que o Pavel o levou?

- Uma pergunta de cada vez... - Ele agora pegava uma das mãos de Suzana a encarando seriamente. - Primeiro os garotos precisam saber... Qual a sua ligação com o rapaz que levou seu filho.

Suzana soltou-se de doutor Albert e em seguida cobriu o rosto com as duas mãos. Seu choro era sentido e era de causar dó.

O homem então passou um dos seus braços sobre o ombro dela, a levando em seguida para o sofá que ficava na varanda da frente da casa. Eu e meus amigos acompanhamos os dois sem saber direito o que estava acontecendo.

Alguns minutos depois Suzana parou de chorar, sua maquiagem estava ainda mais borrada. Ela estava sentada e doutor Albert ao seu lado segurava sua mão esquerda como lhe dando forças. Eu, Susy, Rafael, Beatriz, Carlos e professora Lourdes ficamos de pé a frente dos dois, apenas nos encostamos parcialmente no parapeito da varanda.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora