Capítulo VII

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Beatriz, Susy e eu estávamos sentados em um banco mais afastado da bagunça dos outros. A noite gélida já havia caído e nós continuávamos bebendo, conversando e dando continuidade as comemorações do aniversário de Susy.
Era bem perceptível que alguns adolescentes ali já estavam bem alterados por conta da bebedeira.

- Acho que esse está sendo meu melhor aniversário até hoje. - Comentou Susy.

- Ha, para! Todas as suas festas são sempre maravilhosas e super animadas. - Lembrou-a Bia.

- Se eu soubesse que seria tão animada assim eu teria adentrado o bosque mais cedo. - Confessei sorrindo levantando o copo à altura do rosto.

- E seria muito bem recebido desde o início.

- Nunca me imaginei frequentando festas assim... Nunca tive pessoas próximas que me levassem a esses tipos de coisa. - Continuei.

- Então já pode se preparar, agora vou te levar às melhores baladas. - Interrompeu Beatriz.

- Também não é pra tanto, Bia... Não sei se me sentiria muito à vontade de ir em tantas festas assim. - Expliquei.

- Lá vem... Nem começa senhor certinho! Você mesmo acabou de confessar que tá gostando.

Eu acenei com a cabeça e apoiei meu copo no chão. Me levantei ajeitando meu casaco e disse às duas:

- Já volto meninas... Todo esse líquido que ingeri tá pedindo pra sair. Preciso me aliviar.

- Para de ser tão certinho e fala mijar logo de uma vez! - Soltou Susy rindo.

- Se não fosse tão formal nas palavras não seria o Thales. - Brincou Beatriz.

- Vocês são malucas! - Disse já começando a abrir meu cinto e saindo. - Já volto! - Gritei quando já estava mais afastado.

- Tá bom! - Gritaram de volta em uníssono.

Caminhei até uma parte mais afastada da clareira e me escondi atrás do tronco de uma árvore bem grande que havia ali. Meus movimentos se tornaram mais ágeis para apressar a abertura da calça.

- Há como isso é bom... - Dizia a mim mesmo aliviado enquanto fechava os olhos e inclinava a cabeça para trás e sentia todo o meu corpo relaxar.

Mas a tranquilidade durou pouco, ouvi um barulho de galhos secos se quebrando e logo abri os olhos assustado. Fiquei olhando ao redor e não vi nada.

Terminei de me aliviar e fechei a calça e o cinto.
De repente ouvi um barulho de galho se quebrando mais perto... Dessa vez vi um vulto muito estranho. Não parecia a sombra de uma silhueta humana.
Me virei e já ia saindo correndo de trás da árvore quando trombei com alguém:

- Porra, velho! - Gritou!

Quando ergui a cabeça para averiguar de quem se tratava... Outro susto:

- Droga... - Resmunguei.

- Tá gostando mesmo de esbarrar em mim, hein!? - Disse Rafael em tom provocativo. - Sei que sou irresistível, mas não dá pra você se controlar nem um pouquinho e me dar um pouco de espaço, nanico?

Era perceptível que ele já estava um pouco alterado por conta do álcool, portanto, eu teria que ter bastante cautela pra sair daquela situação. Com a voz mansa apenas perguntei tentando ser o mais cordial possível:

- O que tá fazendo aqui?

- Só vim mijar! - Respondeu seco. - E infelizmente tive o desprazer de mais uma vez trombar com você.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora