Capítulo XLII

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***Gabriel

Aquele fim de tarde estava tranquilo... Eu fazia minhas tarefas rotineiras como um bom líder de Clã sempre se dedica ao máximo para fazer.
Estava preparando um relatório para enviar ao Clã Dos Feiticeiros e mandaria que entregassem pessoalmente à professora Lourdes, que era quem encaminhava o pedido ao Diretor Geral Dos Clãs. Nele, estava incluso meu pedido da semana para repor o nosso estoque de sangue que já estava no fim.

Ultimamente eu andava muito preocupado com nossa situação em relação ao conflito envolvendo o garoto Thales. Eu já havia deixado todos os meus melhores vampiros em alerta caso mais algum imprevisto acontecesse. Afinal, já havia percebido que seja quem fosse que estava por trás do plano maligno que nos colocava em risco, essa pessoa não estava para brincadeira.

Terminei o relatório e pedi que Nikky fosse pessoalmente até o Clã Dos Feiticeiros entregar em mãos à professora Lourdes.

- Nikky... - Chamei-a antes que ela abandonasse a sala. - Tome bastante cuidado. Estamos lidando com alguém ardiloso. Não podemos baixar a guarda nem por um instante. Vá com cuidado e volte imediatamente assim que tiver completado a tarefa. Se possível, chame alguém para ir com você.

- Tudo bem, Gabriel. Pode ficar tranquilo. Chamarei um dos garotos para me acompanhar. É o mais racional a se fazer. - Disse ela saindo da sala e fechando a porta atrás de si.

Assim que ela deixou o local, me levantei da poltrona e caminhei até a janela. A noite já estava chegando...
Fiquei ali parado por muitos minutos, meu olhar se mantinha fixo observando o jardim que a neve insistia em manter encoberto.
Algumas batidas na porta me chamaram a atenção.

- Pode entrar! - Gritei.

- Com licença, senhor... - Era Alastor, nosso mordomo.

- O que foi? - Perguntei virando-me para ele.

- Eu só vim ver se o senhor necessita de alguma coisa, passou a tarde toda trancado nesse escritório... - Disse ele se aproximando com os braços cruzados às suas costas.

- Não, não. Eu estou bem.

- Algo parece estar preocupando muito o senhor, gostaria de conversar?

- Não. Está tudo bem. Só algumas preocupações devido aos últimos acontecimentos. Mas creio que ficará tudo bem. Você pode se recolher se quiser. - Falei em um tom calmo.

Alastor então se virou e caminhou em direção à porta para se retirar da sala. Antes de sair, ele se virou para mim e disse:

- O seu pai ficaria orgulhoso do bom trabalho que têm feito, meu senhor... O jovem têm cuidado muito bem dos assuntos referentes ao nosso Clã.

- Você e meu pai eram muito próximos, não é mesmo Alastor?

- Sim, meu jovem... Éramos mais do que companheiros de Clã. Éramos bons amigos. Eu sou mordomo de seus familiares há gerações. - Lembrou-me o velhote.

- É eu sei. Você sempre cuidou muito bem de mim. - Disse voltando a me virar para a janela para encarar o jardim.

- Eu sempre fiz e ainda faço o meu melhor. Eu prometi a ele que cuidaria muito bem do senhor.

Uma movimentação estranha me chamou a atenção no lado externo da casa. Fiquei parado por alguns instantes para observar melhor e ter certeza de que eu realmente havia visto alguma coisa.
A neblina daquele início de noite estava atrapalhando bastante a visibilidade lá fora.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora