Capítulo XI

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***Beatriz

Miguel havia ido me buscar na casa de Thales, Susy precisava de minha presença urgentemente.
Quando chegamos à casa de Carlos, Susy estava sentada próximo à lareira em uma linda poltrona observando as chamas. Carlos e Rafael estavam em um sofá mais afastado conversando sobre algo que de início eu não prestei muita atenção.
Me aproximei da poltrona onde Susy estava mergulhada em pensamentos, me ajoelhei aos seus pés, peguei na sua mão e disse:

- Como está, amiga?

- Ainda um pouco abalada com a morte de Lana. - Respondeu com um semblante triste. - E Thales, está bem?

- Sim. - Respondi. - Mas me fala: por que estão todos reunidos aqui? Algum problema?

- Com certeza! - intrometeu-se Rafael.

- Verdade. - Concordou Carlos. - E pelo visto é dos bem grandes!

- Como assim gente?! - Perguntei confusa. - Não é a primeira vez que temos de lidar com um probleminha desses. Sempre existe algum licantropo rebelde disposto a burlar as leis.

- Mas dessa vez não se trata de um desordeiro qualquer, Bia... - Começou Rafael.

- Me expliquem melhor, por favor. - Exigi levantando totalmente confusa.

Susy se levantou e ficou ao lado da lareira. Cerrou os punhos por alguns segundos e em seguida começou a explicar:

- O lobo não estava só afim de causar confusão na minha festa, Bia. Ele está atrás de alguém. Ele disse que isso é só o começo. Disse que o mestre dele tem planos para essa pessoa. - Terminou suspirando.

- E de quem esse lobo está atrás? É muito burro estando disposto a se arriscar assim entrando numa cidade que é proibida aos licantropos sem autorização do Conselho Dos Clãs!!!

- Bia... - Se intrometeu Carlos. - Não sei se você percebeu, pois segundo Susy me disse você teve que sair rápido de lá com o Thales. Mas você notou os olhos do licantropo?

- Não... Não consegui perceber nada. Minha prioridade era tirar o Thales de lá.

- Pois bem... Conversamos bastante e ao que tudo indica: ele estava enfeitiçado. - Concluiu Rafael. - Com certeza alguém estava o controlando.

- Mas por quê?! - Perguntei surpresa.

- Seja lá quem for, quer conseguir o objetivo custe o preço que custar. E se você estivesse lá, talvez conseguíssemos descobrir algo, mas infelizmente você não estava. - Concluiu Rafael.

- Você como uma bela feiticeira que tem se tornado teria sido uma grande ajuda. - Disse Susy.

- Mas esperem... - Interrompi. - Vocês ainda não falaram atrás de quem ele estava.

- E ainda precisa? - Perguntou Rafael cínico. - Do seu amiguinho gay!

Nessa hora meu rosto esquentou e eu senti sangue vir aos meus olhos. Minha vontade era estalar os dedos e fazer com que cada osso do corpo daquele idiota se quebrasse em pedacinhos. Porém, respirei fundo e soltei:

- Você dobre sua língua pra falar do Thales seu sanguessuga idiota!

- Lá vamos nós de novo... - Sorriu ele em deboche.

- Você se acha tão melhor que os outros né, Rafael? Mas não passa de um idiota infantil que não tem o mínimo de respeito. Essas suas brincadeiras são tão século passado. Acorda pra vida!... Ha... Esqueci... Você já está morto. - Nesse momento não consegui conter minha risada.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora