Capítulo XXXVI

3.5K 362 80
                                    

***Thales

Sentir aquele beijo molhado, gelado e repleto de sentimentos me despertava sensações que eu desconhecia até então.
Envolvido nos braços fortes de Miguel eu me sentia protegido, tudo que eu queria era que o tempo parasse naquele momento para que aquilo jamais terminasse.
As mãos grandes dele tatevam meu corpo franzino desbravando cada centímetro desconhecido a ele.

Lentamente a voracidade do beijo foi diminuindo depois de algum tempo, se tornando delicado e terminando em um selinho gentil.

- Acho melhor pararmos. - Disse Miguel se afastando alguns centímetros. - Eu não sei se consigo me controlar.

- Verdade. - Concordei sem o encarar. Eu estava totalmente desconcertado diante dele. - Tem muita gente lá embaixo. Alguém pode aparecer.

- Me desculpe, baixinho... Eu não sei se devia ter feito isso. Não queria parecer atrevido demais.

- Por favor, não se desculpe. Vai acabar estragando tudo. - Pedi. - Isso é o que eu mais queria na minha vida desde que percebi o que sinto por você!

- Que bom. Eu também queria muito. - Ele sorriu. - É que sou tão sem jeito com as coisas, espero que me entenda. Tenho medo de errar com você.

- É errando que se aprende, Miguel. Não tema em fazer o que tiver vontade. Eu esperei tanto por isso. - Eu disse coçando a minha nuca.

Miguel apenas deu um sorriso faceiro e disse:

- Vou tentar fazer de tudo para não te decepcionar... Eu nunca havia sentido algo assim antes por alguém como você. - Ele tentava não dizer palavras que eu pudesse interpretar mal. - Isso é  novo pra mim. Esse sentimento que acabei de descobrir enquanto estava preso naquele lugar, eu ainda não o compreendo muito bem.

- Eu te entendo... Não precisa se explicar tanto. O mais importante você já sabe: que eu te amo. E estou aliviado que eu não esteja sentindo isso sozinho. Eu tinha medo de que não fosse nada além de um amigo pra você. - Confessei.

- Eu só estava tentando fugir do inevitável... Agora sei que não posso mais escapar das armadilhas do destino. - Desse ele se aproximando novamente e me dando um forte abraço.

Assim que ele me soltou eu caminhei até meu closet e abri as portas dizendo:

- Vou ver se acho alguma coisa que te sirva, você não pode ficar com esse roupão, tá muito pequeno e você tem visitas. - Segurei um riso.

- Visitas? - Perguntou confuso.

- É. Seus amigos estão lá embaixo, vieram te ver.

- Que amigos?

- Gabriel, Nikki, Zack e Zara. - Agora eu segurava um conjunto de pijamas nas mãos, que ficavam grandes em mim, com certeza serviriam bem nele.

- Obrigado. - Agradeceu ele pegando.

- Vista-se. Vou pedir a eles que subam para te ver.

- Okay, baixinho. - Concordou ele indo em direção ao banheiro. - Ah, Thales... - Me chamou antes de entrar.

- Oi?

Sem dizer nenhuma palavra ele apenas deu uma piscadela esboçando um sorriso provocante. Em seguida entrou no banheiro fechando a porta.

Saí do quarto e fui em direção às escadas. Eu parecia flutuar, era como se eu tivesse acabado de acordar do sonho mais lindo que eu já havia tido.
Desci e encontrei os outros na sala, eles conversavam, riam e tomavam vinho.

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora