Capítulo XIV

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***Beatriz

Eu havia materializado no meio da sala da casa de Carlos, o mesmo estava sentado no sofá junto com Rafael enquanto Susy estava na poltrona com uma das mãos no peito:

- Caramba amiga! Eu nunca vou me acostumar com você aparecendo assim do nada. - Reclamou ela.

- Desculpe, mas esse é o modo mais rápido de viajar. E temos urgência em alguns assuntos. - Falei me aproximando deles.

- E então, como foi lá no Conselho? - Perguntou Rafael curioso.

- Pra quem detesta tanto o Thales até que você tá se mostrando bem curioso sobre o assunto... - Joguei.

- Essa palhaçada de novo, Bia? Sério?

Me sentei no braço da poltrona e passei meu braço direito em volta do pescoço da minha amiga e encarei cada um:

- Não tenho muita informação.

- Isso já era de se esperar, o Conselho nunca que vai dar informações sobre o assunto se souber de alguma coisa. - Disse Carlos.

- Mas o pouco que a professora Lourdes me disse já é de grande ajuda pra nós. - falei.

- E o que ela te disse sobre o caso? - Perguntou Susy curiosa.

Me levantei de onde estava e caminhei até a frente da lareira. Pendurei minha bolsa num "pendura-trecos" que tinha ali ao lado, me virei para eles e soltei:

- Temos que proteger o Thales, ela disse que o futuro de todos nós criaturas mágicas depende do que vai acontecer com ele.

- Como assim?! - Indignou-se Rafael. - Como aquele garoto humano estúpido pode interferir no mundo dos Clãs?!

- Já falei para ter mais respeito com meu amigo... - Retruquei. - Platinado ridículo!

- Vocês vão começar a discutir novamente por coisa boba? - Interrompeu Susy. - O assunto é sério, caramba!!! E vê se para de falar mal do Thales, isso já tá chato e sem graça, Rafael, só você não vê isso.

O loiro fez cara de abuso se levantou e caminhou até a janela. Encostou nela e continuou olhando em nossa direção.

- Anda protetora dos fracos e oprimidos, continua. Vamos ao assunto importante. - Disse em tom de sarcasmo.

- Bem... - Suspirei bem fundo para não estalar os dedos e transformar aquele idiota em um bode ou sei lá... Então continuei. - A feiticeira-mor pediu que em hipótese alguma a gente deixe alguém levar o Thales. De preferência que não deixemos nenhum licantropo se aproximar dele, a não Carlos que faz parte do clã de vocês.

- Isso tá cada vez mais esquisito pro meu gosto. - Comentou Carlos coçando a cabeça.

- Eu não tô entendendo é mais nada. - Susy dizendo isso se levantou e debruçou no encosto da poltrona. - Tá tudo tão confuso.

- Eu também gostaria de saber o que o licantropo queria ao levar Thales, mas ela disse que não podia dar muita informação pois nossas vidas correriam perigo. - Falei.

- Agora que eu não tô gostando nada mesmo dessa história! - Rafael aumentou a voz protestando. - Eu não vou arriscar minha vida por aquele garoto humano idiota!

- Abaixa o tom de voz! - Pedi.

- Não. Eu não vou abaixar o tom de voz. Não sou obrigado a arriscar minha vida por um garoto que detesto e que nem conheço. Eu tô fora!

O Belo e O Fera [Livro 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora