Capítulo 43

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Tyler

Adoro ver a forma como o corpo de Lia responde ao sexo, como um bicho faminto e insaciável. Ela fecha os olhos quando goza e geme de uma forma instigante, com sua voz mágia entrando em cada poro meu. É puro instinto e desejo em suas formas mais honestas.

Quando eu penso nos motivos pelos quais Lia enfeitiça tanto as pessoas, não consigo deixar de achar que é porque, além de ser linda, sensual e atraente, ela é crua com as emoções mais primitivas dos seres humanos. Ela não tem amarras para seu desejo, nem falsas pretensões, nem hipocrisia, inspirando uma resposta autêntica em quem a rodeia. Suas regras são claras, afaste-se ou eu te machuco, fique e eu te machuco, mas te dou o melhor prazer da sua vida.

Todo mundo que eu conheço gostaria de ser assim, direto e assertivo em vários campos da vida, e especialmente com sua sexualidade. Mas ninguém é assim além de Lia.

A gente vive casado achando que não pode olhar pro lado para não ser infiel. Por Deus que a nossa hipocrisia chega em níveis tão exagerados que a gente finge que não vê uma pessoa bonita na rua, só pra continuar fingindo que só queremos uma, a única, a esposa. E vice versa.

Foi Lia que me desprendeu dessa ideia, quando a questionei sobre quantas pessoas a queriam, e ela me mandou desapegar das ideias convencionais de relacionamento, onde a exclusividade é pré-requisito.

Lia não cultiva hipocrisias, nem limites. Ela é capaz de foder um batalhão ou uma pessoa só com a mesma intensidade, desde que ela queira. Eu aprendi isso sobre ela, a vontade de Lia é soberana. É por isso que ela é uma dominadora.

Eu sempre vou ter uma ponta de ciúmes dela, especialmente com Greg, não somente porque vê-los juntos é como assistir aos fogos do 4 de julho num camarote, mas porque eles tem uma história de cinco anos. Ele a conhece muito bem, sem dúvidas. Isso me dá mais ciúme que o sexo, me ameaça mais do que saber que ela quer trepar com ele periodicamente desde quando eu os fiz ficar juntos novamente depois de dois anos de abstinência.

Mas isso não me impede de continuar deitado na barriga de Lia, acariciando suas coxas enquanto ela está esparramada no peito de Greg e ele a acaria os cabelos. Na primeira vez que vi Lia em Safeword ela estava no meio de dois homens, exatamente como fizemos. Mas seu olhar era caçador de outras coisas no ambiente, tanto que eu podia jurar que ela tinha me encarado.

Desta vez ela não vagou seus olhos de gata para outro lugar, entregue a mim e Greg. Então eu entendi perfeitamente. Eu não estou dividindo Lia. Eu não poderia nunca dividir o que não é meu. Eu me sinto bem com isso, porque não quero mais ter propriedade sobre alguém. Eu não estou dividindo Lia, estou tomando Lia e Greg emprestados para uma tarde quente, na qual eu pude ver a mulher mais surpreendente do mundo num gozo fenomenal. No fim das contas, tenho sorte de ter sido o escolhido dela na horda de zumbis de Safeword. Não ter mais isso me preocupa absurdamente.

– Por que você se declarou culpada, Lia? – não resisto em perguntar denovo.

– Eu sou o culpado. – Greg responde interferindo na resposta de Lia.

– Aquilo foi muito idiota da sua parte e de Erin. – critico e Italia dá uma gargalhada.

– Foi mesmo. Eu vou contar tudo pra vocês dois. Mas não hoje, não aguento mais pensar nisso. Eu quero comer e descansar para ser massacrada no fórum amanhã. – ela se estica e algo em mim se contorce.

– Você vai a julgamento, Lia. Pode ser sua última chance de dizer a verdade e salvar sua pele. Apenas conte o que você sabe, seja franca. Estou pedindo, por favor. – tento, e se ela não consegue ver como estou desesperado com a ideia de ficar longe dela, eu posso ser mais claro, como na noite que bebi meu peso em álcool.

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