Capítulo 50

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Lia

Tenho plena consciência de como me pareço usando uma cinta com um pau de borracha, mas embora minha aparência remeta a um homem com peitos, apesar dos meus serem pequenos, meu toque continua feminino, minha voz fina e é isso que arrepia a pele de Rafaella assim que me acomodo dentro dela. Ela me olha maravilhada, e meu sorriso é espontâneo.

Rafaella levanta o queixo quando me mexo, soltando o ar devagar pelos lábios tensos. Quem disse que lésbicas não gostam de penetração é um idiota. Lógico que toda mulher, independente de sua sexualidade, tem prazer em ser preenchida em uma zona erógena tão sensível. As lésbicas só não gostam do que vem junto com o pau, então, no caso, amém às indústrias de acessórios sexuais.

Rafaella usou a cinta e fiquei por cima dela na minha cama, seu corpo inteiro se regozijou com a minha figura sobre si. Ela acariciou meu cabelo, meu rosto, meus seios e me segurou firme pela cintura, aproveitando os estímulos do interior da cinta em seu clitóris. Gozamos juntas e entre beijos eu soltei o aparato de sua cintura e coloquei em mim, deitando no meio de suas pernas abertas e vendo-a aproveitar cada segundo do meu corpo sobre o dela. Uma vantagem do sexo com mulheres é que o orgasmo não nos deixa atordoadas e com sono.

Uma mulher que gozou não quer dormir, ela quer mais.

Beijo sua boca sorridente e passo as mãos por seu corpo, segurando a coxa de Rafaella ao lado do meu quadril enquanto ela geme enlouquecida e impulsiona o corpo contra o meu. Finalmente Rafaella Sanchez assumiu seu prazer, assumiu sua propriedade e me pede mais.

– Não pare, Lia, por favor. – é o que ela pede e eu obedeço, vendo-a se deixar levar por mim, excitada pelos meus gemidos, liberta e feliz com minha respiração em seu rosto.

É tudo diferente no sexo com outra mulher, os aromas, as texturas, as formas. Por mais que o ritmo seja rápido como o que imponho nela, as curvas são delicadas, o toque é macio e os sons mais agudos. Eu tenho um tesão imenso na morena que está ali, passando levemente as mãos nas minhas costas e chamando meu nome em murmúrios gostosos de ouvir.

Eu só paro quando ela grita em êxtase. Seu corpo se rende relaxado como o meu, depois de ser percorrido por mais uma onda de calor incomparável. Só tem uma coisa melhor que gozar, é gozar com alguém que você quer muito. Ela beija meus lábios com o cenho franzido, ainda aproveitando o orgasmo mais longo da noite e rolo para cima do travesseiro, dando um descanso ao nosso companheiro de látex.

Arrumo brevemente o cabelo de Rafaella, embora ela fique linda com ele espalhado de qualquer jeito sobre a fronha e ela se cobre com o lençol, virando a cabeça pra me olhar.

– Descanse, detetive.

– Eu entendo agora o fascínio. E entendo também a maluquice obcecada.

– É só sexo, Rafaella. – deito perto do rosto dela. – Não devia ser tabu pra ninguém capaz de consentir ou pedir por ele.

– Como alguém poderia tocar você com a intenção de te dar algo menos do que prazer, Lia? Eu não consigo imaginar o que você passou. – ela acaricia meu cabelo.

– Você consegue imaginar, foi oprimida por anos. – obrigada pela preocupação, mas não tenha piedade de mim, detetive. Mudo o assunto rapidamente. – Ache uma garota legal e a leve ao Dia de Ação de Graças para comer peru com seu pai. Desfile com ela pela casa onde você cresceu, se apropriando da sua vida, por favor. – digo professoralmente, quero que ela tenha mais noites como esta.

Eu tenho uma bosta de relacionamento com minha família justamente por ser como sou, e não garanto que os pais de Rafaella não irão surtar ao vê-la namorando com outra mulher, mas pelo menos ela vai sofrer em alguns momentos e ser plenamente feliz em outros, em vez de ser triste o tempo todo.

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