Capítulo 45

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Tyler

Tenho vontade e sair atrás de Italia no corredor e prendê-la numa camisa de força porque ela parece maluca falando sobre matar Mason e ser presa logo em seguida por Rafaella. Tenho ainda mais vontade de prender Rafaella numa segunda camisa de força por ter concordado com um absurdo desses. E eu numa terceira por não ter levado as duas pra delegacia, presas por conspiração, histeria coletiva, absurdo agudo ou qualquer outra coisa que as mantivesse longe de executar esse plano estúpido.

Lia será presa. Caralho.

Elas conversaram na minha casa como se eu não existisse e eu parecia um idiota desesperado com as palavras das duas. Porra, elas sofreram mais do que a maioria das pessoas que eu já conheci na vida. Ao contrário do que Lella pensava, a vida privilegiada de Lia não foi fácil, nem tranquila. E tudo que Sanchez contou é tão fodido que em pleno século XXI é impossível crer que alguém ainda seja humilhado por sua sexualidade.

Nunca me senti tão impotente na vida. Sem poder fazer muita coisa que ajude as duas, a não ser que eu mesmo mate Mason. Eu já pensava nisso algumas vezes quando achava que ele tinha estuprado Erin, mas agora, sabendo a verdade, tenho ainda mais vontade de resolver as coisas desta forma. Filho da puta pretencioso e arrogante. Como um homem é capaz de trair dessa forma a confiança da mulher que ele ama?

Foi uma vingança cruel, baixa, maldosa, desprezível e lamentável. Me falta conhecimento idiomático pra adjetivar as atitudes de Mason Chadwick e seus comparsas. Eu só consigo focar no desespero que faz Lia querer matá-lo e preciso admitir que parte de mim concorda com isso. Mas não quero novamente imaginar em como vai ser a vida de Italia numa prisão. Maldito Mason Chadwick. Malditos todos os homens que tratam as mulheres como propriedade, sejam elas suas parceiras, ou filhas, como foi o caso do pai de Lella, reprimindo-a até que ela desejasse não ser ela mesma. Uma das mulheres mais sagazes e lindas que eu conheço.

Olho Rafaella encolhida sobre o sofá olhando pro nada. Com toda certeza ela está repassando os detalhes de sua conversa com Lia. Ela sai da sua bolha e me olha.

– Pare de me olhar assim, Tyler. É óbvio que eu não vou fazer o que sua namorada maluca me pediu. – ela fala séria e respiro aliviado. – Eu preciso do vídeo do celular dela, Tyler. E você precisa me ajudar com isso.

– Eu não vou te ajudar a prender Italia ou Erin, Rafaella. – digo contrariando anos de treinamento policial.

– Tyler, você quer que ela mate aquele infeliz? – sua raiva é palpável.

– Óbvio que não.

– Nós precisamos ser mais rápidos do que ela então. E eu não posso conseguir aquele vídeo sem um mandato, mas eu não posso pedir um mandato porque Italia não pode mais ser acusada de nada. Porra, ela é boa.

É, Italia é boa, especialmente para arquitetar planos que confundam a polícia, atando nossas mãos quanto ao que podemos fazer contra ela.

– Eu posso tentar conseguir o vídeo, mas ela não vai nem me deixar chegar perto dela com esse plano em andamento, muito menos do celular dela.

– Que merda, Ty. – Rafaella prende os cabelos pro alto nervosamente.

– Eu vou segui-la, Lella, dia e noite.

– Exceto que amanhã você vai estar em outro caso, como Gardiner prometeu.

– Que inferno, Lella.

– Eu vou atrás dela, Tyler. – ela se levanta do sofá em busca das botas do outro lado da sala. – Vou vigiar Italia Bianchi até que ela me leve ao lugar onde está Mason.

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